Embrapa reabre "casa das abelhas" para visitação
Projeto de pesquisa desenvolvido há quase 30 anos mostra a importância da meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) para o meio ambiente. Trabalho será apresentado nesta sexta-feira (11), em Belém.
O papel das abelhas na alimentação humana vai muito além da produção mel e seus subprodutos. Esses insetos têm responsabilidade direta em cerca de 40% da produção mundial de alimentos por meio do serviço de polinização a uma infinidade de culturas agrícolas. Também são personagens centrais na garantia da biodiversidade de espécies vegetais em todo o mundo. Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental estudam esses insetos há quase três décadas e desenvolvem projetos que contribuem para evitar o declínio de polinizadores e garantir a sustentabilidade na produção de alimentos pela agricultura.
Parte dessa pesquisa será apresentada nesta sexta-feira (11), a partir das 9 horas, em Belém, iniciando-se com a abertura da visitação pública no ano de 2016 ao Meliponário Iratama. O espaço é uma das principais ferramentas pedagógicas do projeto Meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e Educação Ambiental desenvolvido pela instituição e foi totalmente repaginado, com novo paisagismo e adequação das trilhas às normas de segurança e padrões lúdico-pedagógicos. Com diversas caixas de abelhas sem ferrão, informações didáticas e uma diversidade de plantas melíferas, o meliponário recebe produtores rurais, pesquisadores e estudantes de todas as idades, contribuindo para o despertar do saber científico e o desenvolvimento das diversas cadeias produtivas associadas.
Os visitantes serão apresentados às espécies de abelhas nativas sem ferrão estudadas pela Embrapa e conhecerão um pouco de sua biologia, suas relações sociais e a utilização de cada espécie na cadeia produtiva de alimentos, seja na produção de mel, pólen e própolis, como em sua relação com a produtividade de frutas e demais culturas vegetais. O passeio termina com a degustação do mel de abelhas das espécies uruçu cinzenta e amarela, bastante apreciadas no mercado. À tarde, haverá um seminário sobre meliponicultura no auditório Condurú, da Embrapa Amazônia Oriental.
O evento retoma as atividades do Meliponário Iratama, que na língua indígena tupi-guarani quer dizer “casa das abelhas”. São cerca de 600 metros quadrados com trilhas lúdico-pedagógicas apresentando os insetos aos visitantes, sua dinâmica social e produtiva. As visitas monitoradas integram o projeto “Abelhas sem ferrão ensinam crianças e adultos a importância da conservação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais”. O projeto acredita que esses insetos são um curioso e proveitoso instrumento didático, pois atraem a atenção, estimulam a curiosidade das crianças, adolescentes e adultos, já que possuem características biológicas, ecológicas, econômicas e históricas muito relacionadas aos conceitos envolvidos na educação ambiental.
De acordo com Cristiano Menezes, pesquisador participante do projeto, por meio das abelhas é possível inserir a problemática ambiental e obter respostas práticas por parte das famílias e escolas envolvidas em ações de proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida. Ele explica que a criação desses insetos pode ser uma fonte de renda extra à agricultura familiar, além de uma atividade de conservação da biodiversidade. “Iniciativas como essa devem ser incentivadas, pois contribuem para um futuro mais equilibrado entre a produção agrícola e conservação da nossa biodiversidade”, enfatiza o pesquisador.
Até maio, as visitas estão reservadas para estudantes das escolas públicas na área de entorno da Embrapa Amazônia Oriental, como parte da programação “Embrapa nos 400 anos de Belém” e projeto Embrapa&Escola. Após esse período, estarão abertas as inscrições para as demais escolas da capital e Região Metropolitana de Belém.
Serviço
Apresentação do projeto Meliponicultura e Educação Ambiental e reabertura do Meliponário Iratama. Data: 11 de março de 2016. Hora: 9 horas. Local: Embrapa Amazônia Oriental (travessa Enéas Pinheiro s/n, bairro do Marco).
Com informações de Kélem Cabral, da Embrapa Amazônia Oriental.