Dores da Chikungunya: combate por métodos alternativos

Doença é marcada por grande incômodo muscular e nas articulações; remédios, nem sempre, afastam os sintomas

por Naiane Nascimento sex, 08/04/2016 - 16:35 Atualizado em: sab, 09/04/2016 - 19:57
Creative Commons/WaltiGoehner Apesar da existência da acupuntura, procura pela técnica por paciente de Chikungunya ainda é baixa Creative Commons/WaltiGoehner

Diante do crescente número de casos de arboviroses provocadas pelo Aedes aegypti, a Chikungunya já apresenta mais de 15 mil notificações e, destas, 340 confirmações. As pessoas acometidas pela doença, além de sentirem febre alta, apresentam muitas dores em articulações e músculos.

A depender dos casos, é possível que o paciente ministre medicações para aliviar os incômodos causados. “Na fase aguda só é indicado Dipirona e Paracetamol, no máximo, analgésicos opioides – chamados também de analgésicos narcóticos ou de hipoanalgésicos - para os piores casos de dor. Mas na fase crônica está se fazendo muito uso de corticoide, mas apenas com acompanhamento médico”, explica a médica Fernanda Cazzoli.

Conviver com as dores na musculatura e articulações torna-se uma tarefa complicada, visto que muitas vezes até mesmo realizar tarefas rotineiras se torna um desafio. “A pior parte é acordar e levantar da cama. Parece até artrite. Não conseguia pisar direito no chão, só andava arrastando os pés e a pior parte é que, três meses depois de ter pegado Chikungunya, as dores surgem novamente”, conta a professora Nelma Fonseca.  

Da crença popular às alternativas pela alimentação 

Para conseguir enfrentar as dores, a população tem se apegado até mesmo à cultura popular e métodos alternativos. “O que tem me ajudado muito é a água de alho”, declara a Nelma. A receita é: em uma garrafa colocar dois litros de água e cinco dentes de alho, deixar descansar de um dia para o outro e beber.

Entre os métodos apresentados por quem enfrenta a doença, a utilização de compressas quentes nas regiões doloridas. Além disso, o aumento do consumo de vitamina C (ajuda a fortalecer o sistema imunológico), que pode ser adquirido na ingestão de frutas cítricas como laranja, limão e acerola. Também a vitamina D (combate o cansaço muscular e agiliza o tempo de recuperação) que pode ser conseguido através de cápsulas de vitamina e banhos de sol.

As tentativas de fazer as dores irem embora chegam até nas dependências médicas. “No consultório já fui perguntada se o suco de maçã, limão e inhame resolve porque o paciente viu na TV”, contou a médica. 

Medicina chinesa

Além da força da cultura popular e dos métodos tradicionais de tratamento, a medicina chinesa pode ser uma alternativa para o alívio das dores. “Dentro da medicina chinesa, há várias técnicas que podem ajudar no combate às dores da Chikungunya, como a fitoterapia, massagem, acupuntura e acupuntura auricular”, destaca a terapeuta e enfermeira, Ilsa Carla. 

De acordo com a profissional, o paciente vai para a consulta e é feita uma anamnese para avaliar também a fase do ciclo viral a qual se encontra, a fim de identificar o melhor tratamento. “A medicina chinesa é muito individualizada, por isso, até mesmo a resposta para o tratamento depende de cada organismo”, isso inclui também o tempo e a quantidade de sessões necessárias no processo. 

“A priori, o paciente que possui a doença terá um tratamento voltado a analgesia para amenizar as dores e, simultaneamente, é realizado um trabalho voltado ao fortalecimento do sistema imunológico“, explica a terapeuta que também acrescenta que, como parte da medicina chinesa, orientações são dadas a fim de melhorar a questão da alimentação e ingestão de líquidos, a fim de melhorar todo o processo metabólico. 

Apesar da existência da acupuntura, Ilsa alega que a procura pela técnica por paciente de Chikungunya ainda é baixa. “Acredito que ainda falta um pouco de conhecimento de que o método pode ser usado para tratar os sintomas envolvidos na doença. O método, em conjunto com medicamentos indicados pelo médico, pode ajudar a sanar as dores, pois uma medicina não anula a outra, trabalhamos de maneira complementar".

COMENTÁRIOS dos leitores