Tratamento para combater o câncer de pulmão ganha reforço

Oncologista analisa decisão da Anvisa de autorizar o uso combinado de imunoterapia e quimioterapia para enfrentar a doença

qua, 13/06/2018 - 17:18
Divulgação A oncologista Amanda Gomes acredita em maior controle do câncer com novo tratamento Divulgação

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de aprovar a combinação de imunoterapia e quimioterapia para o tratamento do Câncer de Pulmão Não Pequenas Células (CPNPC), que é o tipo mais comum de câncer de pulmão. Corresponde a 85% dos casos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de 30 mil novos diagnósticos no Brasil.

 “Já tínhamos no Brasil a autorização do uso de imunoterapia, mas é a primeira vez que a combinação com quimioterapia é aprovada e isso é motivo para comemorar. Na prática, esperamos que nossos pacientes com câncer de pulmão metastáticos vivam mais tempo com a doença estável ou mesmo que consigamos redução da doença”, explica a oncologista clínica Amanda Gomes, do Centro de Tratamento Oncológico.

Para a aprovação, foi utilizado como base o estudo Keynote-189, apresentado em maio, durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago (EUA). O ASCO é considerado o maior encontro de oncologistas do mundo e um dos maiores congressos médicos entre todas as especialidades. O tema mais discutido entre os mais de 38 mil oncologistas que participaram dessa 54ª edição foi a imunoterapia.

O trabalho apresentado mostrou os resultados do uso do medicamento pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) na primeira linha de tratamento. A combinação reduziu em 51% o risco de progressão da doença ou morte, em comparação com o tratamento convencional, apenas com quimioterapia.

 Esse tipo de tratamento se baseia em medicamentos que estimulam o organismo do paciente a agir contra o câncer, com avanços notáveis. As pesquisas nesse campo cresceram muito. No momento, existem em andamento cerca de 800 estudos de combinação de imunoterapia, o triplo do que tínhamos há dois anos. “A expectativa é que, para esses pacientes, possamos melhorar a sobrevida dos doentes, com um controle prolongado da doença”, conclui a especialista.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

 

 

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