Unicamp cria teste de fibrose cística com maior precisão

Método foi patenteado e será aplicado na avaliação de outras mutações relacionadas à doença, para assim ser validado e comercializado

por Nataly Simões sex, 15/06/2018 - 13:26

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, desenvolveu um método mais preciso de diagnóstico de fibrose cística. A doença, que gera desequilíbrio na concentração de cloro e sódio nas células produtoras de secreções do corpo, poderá ser descoberta por meio de um procedimento mais simples e não invasivo de coleta de amostras biológicas.

Os pesquisadores da instituição de ensino desenvolveram biomarcadores (indicadores químicos do estado da doença) a partir de amostras da pele de 16 pacientes diagnosticados com fibrose cística, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unicamp, e 16 pacientes saudáveis. Todas as amostras foram analisadas e nos pacientes doentes foram identificadas sete moléculas diferentes, associadas a disfunções metabólicas da doença, que podem ser marcadores químicos cutâneos.

Segundo informações do governo do estado, o método foi patenteado e será aplicado na avaliação de outras mutações relacionadas à doença, para assim ser validado e comercializado. A ideia é que o novo teste possa ser utilizado em casos de recém-nascidos com suspeita de fibrose cística. Será necessária apenas a aplicação da placa recoberta com sílica sobre a pele da criança, sem precisar estimulá-la a suar. 

Cerca de 70 mil pessoas no mundo vivem com a doença, de acordo com a estimativa da Fundação de Fibrose Cística. O principal sintoma é a produção exagerada de muco, que não é devidamente eliminado pelo organismo e se acumula em diversos órgãos, como pulmões, pâncreas, fígado e intestino.

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