Milhares apoiam independência da Escócia

Protestos acontecem a menos de seis meses da saída do Reino Unido da União Europeia

sab, 06/10/2018 - 18:20
ANDY BUCHANAN                       (ARQUIVO) Milhares de manifestantes agitam várias bandeiras Saltire, o panteão nacional escocês, durante marcha em apoio à independência da Escócia nas ruas de Glasgow, 5 de maio de 2018 ANDY BUCHANAN

Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Edimburgo neste sábado (6) a favor da independência da Escócia, a menos de seis meses da saída do Reino Unido da União Europeia.

A líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, prometeu a realização de outro referendo sobre a independência "uma vez se esclareçam os termos do Brexit".

Diante da falta de visibilidade sobre o fim das negociações entre Londres e Bruxelas, Sturgeon advertiu que poderia adiar um anúncio de seus planos políticos até o fim do ano.

O SNP tem previsto celebrar uma coletiva de imprensa na semana que vem.

A Escócia realizou um referendo sobre a independência em 2016, que terminou com uma ampla margem a favor da permanência no Reino Unido.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, recusa-se a conceder outro referendo, que deve ser aprovado oficialmente pelo Parlamento em Londres.

O Reino Unido prevê deixar a União Europeia em março.

Uma das organizadoras da marcha, Ellen Hofer, de 31 anos, da Cidadãos Europeus por uma Escócia independente, explicou à AFP que "esta situação é desprezível".

"Não podemos parar o Brexit, no podemos impedir o que está acontecendo com o Reino Unido, mas podemos ajudar com o que estamos fazendo neste país, com a independência", acrescentou.

Outro grupo, o Escoceses pelo Sim, repudia as acusações de fobia anti-inglesa.

"As pessoas que dizem que somos anti-ingleses são, por dizer de alguma maneira, ridiculamente estúpidos", explicou seu diretor nacional, Math Campbell, de 31 anos, nascido na cidade inglesa de Cambridge.

A manifestação nacionalista se iniciou em Holyrood Park perante o Parlamento escocês, apesar de uma proibição inicial das autoridades locais que não queriam uma ato político neste parque nacional.

A Polícia escocesa, no entanto, permitiu a concentração, visto que não representava um risco para a segurança pública.

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