Continua nesta terça o julgamento do caso do médico Artur

No primeiro dia de julgamento, foram ouvidas duas testemunhas arroladas pela acusação. O filho do réu Cláudio Amaro Gomes também foi ouvido na condição de informante

ter, 11/12/2018 - 08:16
Reprodução/Facebook Artur foi assassinado no dia 12 de maio de 2014 e o corpo foi encontrado na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR) Reprodução/Facebook

Está marcado para ocorrer nesta terça-feira (11), a partir das 8h, o segundo dia do julgamento de dois acusados pela morte do cirurgião Artur Eugênio de Azevedo. Os réus são Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte César. Artur foi assassinado no dia 12 de maio de 2014 e o corpo foi encontrado na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR).

O julgamento começou na segunda-feira (10) no Fórum de Jaboatão dos Guararapes. O primeiro dia foi marcado pela ouvida de testemunhas.

O acusado Cláudio Amaro Gomes, apontado como mandante, está sendo julgado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Já Jailson Duarte César, que seria o contratante dos executores, responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, com concurso material com o crime de dano qualificado.

A primeira pessoa ouvida foi a médica Carla Rameri, viúva de Artur, e o pai da vítima, Alvino Luiz Pereira. Na condição de informante, foi convocado Cláudio Amaro Gomes Júnior, filho de Cláudio Amaro, que já foi condenado. A defesa de Cláudio Amaro Gomes decidiu pela desistência das demais testemunhas e informantes arrolados.

Nesta terça, com o término da ouvida de todas as testemunhas, haverá o interrogatório dos réus, além de possível exibição de mídia contendo provas. A fase seguinte é a de debates orais, em que acusação e defesa apresentam os seus argumentos.

Cada lado terá duas horas e meia para convencer os jurados de sua tese. Em seguida, começam a réplica e a tréplica, que garantem mais duas horas para cada. Os jurados, então, serão isolados numa sala. A decisão pela absolvição ou condenação dos réus é tomada por maioria simples e a votação tem caráter sigiloso.

O caso

Artur foi assassinado com quatro tiros, sendo um na cabeça e três nas costas. Conforme as investigações, Artur foi sequestrado na entrada da própria residência em Boa Viagem, Zona Sul da capital. Câmeras de segurança flagraram Cláudio Júnior monitorando o médico com outras duas pessoas.

A acusação afirma que o crime foi orquestrado por Cláudio Amaro devido a desentendimentos com Artur, inveja profissional e perdas financeiras por causa de ações tomadas pela vítima, como o fim da sociedade e a composição da própria equipe cirúrgica.

"Após Artur terminar uma sociedade com Cláudio, a renda de Cláudio diminuiu em torno de 75%. Além disso, foi criada uma câmara técnica de cirurgia torácica. Ideia de Artur. Cláudio era cirurgião cardíaco. Essa câmara iria acompanhar as cirurgias e poderia encontrar possíveis irregularidades nos procedimentos de Cláudio”, contou Daniel Lima à época do primeiro julgamento. As impressões digitais do filho do suposto mandante também foram encontradas em um recipiente com combustível encontrado no carro de Artur e utilizado para incendiar o veículo.

Foi entre 2008 e 2009 que Cláudio conheceu a vítima, após indicação de colega de turma de Artur, que trabalhava com Cláudio. O acusado chegou a viajar a São Paulo, onde Artur morava, para convencê-lo a trabalharem juntos no Hospital Português, localizado na área central do Recife. Inicialmente, Artur recusou, mas depois concordou em passar 15 dias no Recife e 15 dias em São Paulo porque a esposa, Carla Azevedo, não estava em condições de viajar.

Duas pessoas já foram julgadas pelo crime em setembro de 2016. Cláudio Júnior recebeu uma pena de 34 anos e quatro meses, já Lyferson Barbosa da Silva, apontado como executor, foi condenado a 26 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. Um quinto réu, Flávio Braz, morreu em uma troca de tiros com a Polícia Militar no dia 8 de fevereiro de 2015. Cláudio Amaro Gomes, que está sendo julgado agora, já teve o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) cassado e não pode mais exercer a profissão.

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