Ativista defende filho autista: 'Ele não é esquisito'
Criadora do blog ‘Lagarta vira pupa’, Andréa Werner recebeu o apoio de internautas após relatar que seu filho foi chamado de esquisito por outro garoto
A jornalista e ativista pela inclusão de pessoas em condições especiais, Andréa Werner, compartilhou nesse sábado (29) o relato de um episódio que envolveu seu filho Theo, de dez anos. O garoto, que é autista, foi alvo, segundo Andréa, de uma frase negativa, na piscina do prédio onde a família reside, em São Paulo.
“’Não entra ali, não, porque aquele menino é esquisito!’, gritou o garoto que estava na piscina do prédio para uma menina que já ia entrar. Ele estava falando do Theo, meu filho de 10 anos, que é autista. Imediatamente, eu gritei do outro lado da piscina: ‘ele não é esquisito, ele é diferente’. Theo é lindo, carinhoso, esperto, e adora estar perto de outras crianças. Ele jamais machucaria nenhuma delas. Como ele ainda está ‘aprendendo a falar’, como costumo explicar aos pequenos, ele se expressa com vários barulhinhos. Ah, e ele pode não falar, mas entende absolutamente tudo o que é falado perto dele. E é justamente por isso que o chamei, logo após o incidente, e conversei com ele”, descreveu a ativista em postagem no Facebook do seu blog, o ‘Lagarta vira pupa’, plataforma onde Andréa compartilha suas experiências com outros pais.
No decorrer do texto postado, a jornalista revela que continuou conversando com o filho: “’Theo, esse menino é bobo...não liga pro que ele falou. E não precisa tentar ser amigo dele. A gente só deve ser amigo de quem é legal com a gente’. Tentei parecer descolada, mas meu coração estava apertadinho. Voltamos pra casa pouco tempo depois. O pai do menino estava na piscina, viu tudo e não se manifestou”.
A ativista ainda questionou: “Para vocês que estão lendo esse texto, tenho uma pergunta: e se fosse seu filho? E se alguém falasse que seu filho é ‘esquisito’ bem na frente dele? Pergunto mais: e se o seu filho falasse que uma outra criança é esquisita na frente dela? Como você reagiria? O quanto você tem ensinado seus filhos a ver a diversidade como algo bacana”? Ela prosseguiu: “Fica aqui o desabafo. Meu filho não é esquisito. Ele tem dificuldades e tem pontos fortes como qualquer pessoa. E ele só quer fazer amigos”.
Nas redes sociais, Andréa recebeu mensagens de apoio de muitos internautas. “Ele (Theo) é lindo, maravilhoso e ponto”, escreveu uma seguidora do blog. “São presentes de Deus para nós... Amor incondicional. Dificuldades sim, esquisitos ou diferentes não. São preciosos”, postou outro internauta.
O relato de Andréa Werner não é único quando o assunto é preconceito e outros inúmeros percalços no processo de inclusão social. O LeiaJá publicou recentemente uma reportagem que mostra a dificuldade enfrentada por famílias para matricular em escolas seus filhos com necessidades especiais. Confira todos os detalhes.