Maioria das Bolsas da Europa fecha em queda
Em meio ao cenário, o FTSE 100, de Londres, liderou as perdas com queda de 0,40%, aos 6.834,92 pontos
Os mercados acionários da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta quinta-feira, 17, à exceção de Lisboa, no dia seguinte à vitória da primeira-ministra britânica, Theresa May, diante da moção de desconfiança movida pela oposição contra seu governo. Com um prazo curto e dúvidas sobre a capacidade da administração de conseguir apoio a um pacto de saída, as incertezas prevalecem sobre o continente. Ainda assim, o Stoxx-600 fechou em leve alta de 0,04%, a 350,73 pontos.
Depois de ver seu acordo de saída com a União Europeia (UE) ser rejeitado pelo Parlamento britânico por margem histórica, May sobreviveu por apenas 19 votos à moção de desconfiança protocolada pelo Partido Trabalhista, e agora deve continuar as negociações na tentativa de encontrar um texto que seja aprovado pelo bloco e pelos parlamentares do país.
Na quarta, imediatamente após o resultado da votação que permitiu que May continue à frente do governo, a primeira-ministra anunciou uma série de reuniões com líderes de partidos no Parlamento. Já à noite aqui no Brasil, ela fez um rápido pronunciamento em Downing Street em que classificou os encontros como "produtivos" e anunciou que continuariam nesta quinta.
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, no entanto, não manifestou interesse em participar, disse May, ao lamentar a decisão daquele responsável por mover a moção de desconfiança contra seu governo. A tensão entre situação e oposição poderia representar ainda mais dificuldade para aprovar um acordo para o Brexit no Parlamento, elevando as chances de uma saída sem entendimento ou até mesmo de outras alternativas, em um cenário que, para analistas, apresenta abertura para quase qualquer coisa neste momento.
Há ainda a apreensão de que o governo possa pedir um adiamento da data final para a saída, em 29 de março. É o Parlamento que, a partir de agora, vai dar as cartas, aponta o economista Brian Hilliard, do Société Générale. "Essa será uma tarefa imensa; eles só estão unidos naquilo de que não gostam. Para encontrar uma solução vai demorar muito tempo. Esperamos que o Reino Unido solicite e receba um adiamento na data de saída", afirmou.
"Embora a perspectiva do Brexit pareça tão incerta quanto sempre, os eventos políticos sem precedentes desta semana alteraram a maneira pela qual o Parlamento do Reino Unido chegará a um acordo", ressaltam analistas da Continuum Economics.
A expectativa é de que o governo de May protocole na segunda-feira uma nova versão do acordo rejeitado na terça-feira e, no dia 29, discuta a proposta e vote-a.
Em meio ao cenário, o FTSE 100, de Londres, liderou as perdas com queda de 0,40%, aos 6.834,92 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 0,34%, a 4.794,37 pontos. Já o DAX, de Frankfurt, recuou 0,12%, para 10.918,62 pontos, e, em Milão, o FTSE MIB registrou queda de 0,04%, a 19.470,38 pontos. Nos ibéricos, o Ibex 35 recuou 0,05%, a 8.908,60 pontos, enquanto o PSI 20, de Lisboa, avançou 0,62%, a 5.029,68 pontos.