Encontro aborda diversidade e diferenças na sociedade

União Espírita Paraense (UEP) oferece palestras sobre ética e política pela perspectiva de temas da contemporaneidade, com transmissão pelo Youtube

sex, 15/02/2019 - 16:10

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A União Espírita Paraense (UEP) realizou na noite de sábado (9) uma plenária sobre ética e política na sociedade brasileira que foi desdobrada em três pontos: diversidades, diferenças e divergências. O evento contou com a participação dos expositores Eliane Moreira, Reinaldo Pontes e Luís Cláudio, que abordaram situações das mais amplas até as mais específicas. O evento foi dividido em três momentos, exposição de pontos gerais, perguntas dos internautas e perguntas da plateia, e foi transmitido via YouTube e no perfil da UEP.

O primeiro momento iniciou-se com uma explanação de Reinaldo Pontes, palestrante espírita e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), sobre a história da política. Ele explicou, utilizando-se de conceitos acadêmicos e espíritas, como as interações foram se modificando e evoluindo com o passar do tempo, passando pelos pontos de ordenamento social, paradigmas da força, paradigma das armas, até chegar ao ponto mais recente de valorização do diálogo. "Eu quero lembrar que o processo político nasce do relacionamento entre as pessoas, porém mais do que o relacionamento genérico, nasce da necessidade de ordenamento da sociedade", disse. "As formações políticas da sociedade começaram quando a força determinava quem ia controlar o poder, quem ia dizer como a sociedade ia ser ordenada, a lei, a ordem e a justiça."

Eliane Moreira, espírita e promotora de Justiça, propôs reflexões sobre visões simplistas relacionadas com o meio ambiente, responsabilidade no descarte de resíduos, reencarnação na Amazônia e decisões individuais e coletivas. Também chamou a atenção para a necessidade de observar e entender sociedades tradicionais da Amazônia. “Somos chamados a ter uma ética que se relaciona com o nosso comportamento, com as nossas escolhas pessoais e coletivas; e que nos leva a repensar os nossos hábitos. Repensar os nossos hábitos significa que nós precisamos mudar desde o nosso microcosmo, repensando até mesmo o que é meio ambiente e o nosso agir coletivo”, apontou. “Eu consigo hoje pegar uma pilha e jogar no lixo comum?”, indagou. “O André Trigueiro (jornalista da TV Globo) fala uma coisa muito interessante: não existe fora, tudo é um planeta só. É aqui. Não tem para onde jogar fora”, aludiu Eliane.  

Ao falar sobre o espiritismo, Eliane Moreira ressaltou a importância do autoconhecimento e reflexão sobre as próprias ações durante análise dos comportamentos sociais. “O Movimento Espírita tem um potencial muito grande de auxiliar nesse momento. A Doutrina Espírita é uma grande ferramenta para que alcancemos essa evolução. Mas ainda precisamos trabalhar na nossa educação, na nossa mudança de hábitos”, explicou a promotora.

O palestrante Luís Cláudio declarou que a mensagem de Jesus Cristo deve auxiliar na supressão de barreiras que podem surgir na vida. “A ética é a do Cristo e por meio da vivência do evangelho é que nós estaremos cumprindo realmente o papel de espíritas. Na nossa sociedade, se nós agirmos de forma diferente de que o Cristo agiria, nós estaríamos sendo anti-éticos”, esclareceu.

Reinaldo Pontes frisou a necessidade de aplicação do conhecimento espírita ao cotidiano, para dessa maneira não restringir as boas práticas aos grupos de estudo. “A doutrina espírita não é uma doutrina de contemplação; é uma doutrina de ação. Quando nós trazemos a doutrina para a realidade, ela nos ilumina. É importante não deixar a doutrina espírita se estagnar nos livros e nas práticas religiosas. Mas é trazer para a sociedade as posturas e compreensões espíritas”, pontuou.

Stela Pojuci, ouvinte, professora e mestra em História,  disse estar muito satisfeita com o conteúdo e abordagem utilizados pelos expositores. “Os três companheiros foram excelentes, doutrinariamente corretos, ancorados com a ciência da época e extremamente fraternos. Além das abordagens, as respostas foram maravilhosas. Gostei demais”, disse Stela Pojuci. “Sempre ficamos com pena de quem não vem”, acrescentou.

A roda de conversa foi uma prévia do que será debatido no EIMEP 2019, quadragésima primeira edição do encontro, que ocorrerá na UNAMA Ananindeua nos dias 2, 3, 4 e 5 de março.

Por Wesley Lima.

 

 

 

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