Ciclone faz mais de 100 mortos em Moçambique e Zimbábue
O Zimbábue registrou 65 vítimas e Moçambique 48
Mais de 100 pessoas morreram no Zimbábue e no vizinho Moçambique durante a passagem do devastador ciclone tropical Idai, informaram, neste domingo (17), autoridades locais. O Zimbábue registrou 65 vítimas e Moçambique 48.
Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas no centro de Moçambique e no leste do Zimbábue depois da passagem do ciclone, que chegou acompanhado por fortes ventos, chuvas intensas e inundações que destruíram pontes e casas em ambos os países.
Um deputado zimbabuano de Chimanimani (leste), Joshua Sacco, disse à AFP que o número de mortos chegava a 65 e que entre 150 e 200 pessoas seguem desaparecidas. As equipes de resgate têm encontrado dificuldade para alcançar as áreas afetadas. O mau tempo também impediu que os helicópteros militares decolassem para socorrer as vítimas.
O jornal moçambicano Jornal Domingo informou que 48 pessoas morreram na província de Sofala (centro).
A maioria das mortes no Zimbábue foram registradas no distrito de Ngangu, em um vale da cidade de Chimanimani (leste), onde quase cem casas foram destruídas.
Segundo a ONU, mais de 100 pessoas estão desaparecidas no Zimbábue e quase 10.000 foram afetadas pelo ciclone.
Trezentos refugiados no campo de refugiados de Tongogara (sudeste) foram afetados pelo ciclone e 49 casas danificadas.
Os ventos muito fortes arrancaram os telhados da prisão de Masvingo (sul), de acordo com a televisão estatal e a rádio ZBC.
Considerado como um dos mais poderosos a se formar no Oceano Índico nos últimos dez anos, o ciclone varreu a região de Chimanimani na madrugada de sábado, perto da fronteira com Moçambique.
O ciclone Idai fez uma entrada devastadora no continente na noite de quarta-feira, inundando o porto moçambicano da Beira, com ventos de 190 km/h e chuva torrencial.
Muitas ruas e estradas ficaram alagadas, enquanto telhados foram arrancados e postes derrubados na quarta maior cidade de Moçambique. Neste domingo, seus 500.000 habitantes estavam literalmente isolados do mundo, sem eletricidade, telefone e aeroporto.
Os poucos socorristas que conseguiram chegar à região de Beira relataram uma destruição generalizada.
Edifícios destruídos, janelas quebradas, lojas fechadas. Os bairros mais pobres foram "totalmente esmagados", segundo voluntários locais da Cruz Vermelha.
Desde o início do mês, o sistema de baixa pressão associado ao ciclone Idai inundou o centro e o norte de Moçambique sob fortes chuvas. Antes da chegada de Idai, o número de mortos era de 66, com cerca de 17.000 deslocados e mais de 140.000 atingidos.