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O líder da oposição no Zimbábue, Nelson Chamisa, contestou neste domingo (27) a reeleição do presidente Emmerson Mnangagwa, anunciada oficialmente ontem, e reivindicou sua própria vitória, após um processo eleitoral marcado por irregularidades.

Mnangagwa, 80 anos, obteve 52,6% dos votos, contra 44% para Chamisa, de acordo com o resultado anunciado ontem pela Comissão Eleitoral do Zimbábue. A oposição denunciou imediatamente que os votos foram "falsificados".

"Vencemos estas eleições. Somos os líderes. Estamos até surpresos que Mnangagwa tenha se declarado o vencedor (...) Temos os resultados reais", anunciou Chamisa, um advogado e pastor de 45 anos, em uma entrevista à imprensa.

A população foi às urnas na quarta e quinta-feira para eleger o presidente e seus deputados.

A disputa ficou entre o ZANU-PF, no poder desde a independência em 1980, e a Coalizão de Cidadãos para a Mudança (CCC) de Chamisa, o maior partido da oposição.

Mnangagwa chegou ao poder após um golpe que derrubou o ex-líder Robert Mugabe em 2017. No ano seguinte, derrotou Chamisa pela primeira vez em uma eleição que o líder da oposição descreveu como fraudulenta.

A votação desta semana precisou ser estendida para um segundo dia, uma situação sem precedentes, devido a atrasos na impressão das cédulas de voto em alguns distritos, incluindo o reduto da oposição, Harare.

Mnangagwa se pronunciou do palácio presidencial nesta manhã e afirmou que quem discordasse do resultado poderia ir à Justiça.

Observadores internacionais presentes no país durante o processo eleitoral denunciaram "problemas graves" e a violação de "muitas normas internacionais" que regem as eleições democráticas e que mancham a "transparência" do voto.

De acordo com observadores da União Europeia (UE), da África Austral (SADC) e dos países da Comunidade Britânica, alguns eleitores não foram encontrados nos cadernos eleitorais e outros foram intimidados em assembleias de voto. No entanto, a votação decorreu em um contexto "calmo e pacífico" na maior parte do tempo, ressaltaram.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou “preocupação com as detenções de observadores e a intimidação de eleitores”.

Chamisa esperava se beneficiar da insatisfação com a corrupção, a inflação, o desemprego e a pobreza para vencer, mas a campanha foi marcada pela repressão, proibição de dezenas de comícios e pela prisão de opositores.

Em 2018, Mnangagwa, sucessor de Mugabe, foi eleito por uma margem estreita (50,8%), resultado que foi contestado sem sucesso por Chamisa.

O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, foi reeleito para um segundo mandato, anunciou neste sábado a comissão eleitoral, após uma votação marcada por inúmeras denúncias de irregularidades, feitas pela oposição e por observadores.

Mnangagwa, 80 anos, obteve 52,6% dos votos e ficou à frente do opositor Nelson Chamisa (44%), que denunciou uma fraude, informou a presidente da comissão eleitoral, Justice Chigumba.

Uma faixa do presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, está pendurada em um prédio em ruínas em Mbare, um subúrbio pobre da capital Harare, na qual ele pede um novo mandato na eleição de quarta-feira (23).

O Zimbábue sofre graves problemas econômicos e muitos habitantes desse país do sul da África depositam as suas esperanças de um futuro melhor nas eleições presidenciais.

A votação, na qual estão inscritos 6,6 milhões de zimbabuenses, dividiu o país.

No geral, as cidades costumam ser redutos da oposição e as áreas rurais são controladas pelo partido governista Zanu-PF, no poder desde a independência. Mas Mbare, o subúrbio mais antigo de Harare, é visto como um campo de batalha para as eleições.

"As estradas não são boas, as escolas não são boas, nossa economia não é boa, esperamos que tudo isso mude!", disse à AFP Tendai Kativhu, um carpinteiro que veio ao mercado de Mbare com os filhos.

Poucos o dizem abertamente, mas a mudança que muitos aqui esperam é representada por Nelson Chamisa, líder da oposição, cuja figura aparece pintada em pequenos cartazes amarelos colados por toda parte.

Mas depois de uma campanha marcada por manifestações proibidas e prisões de vários opositores, em um país com um longo histórico de eleições manchadas por irregularidades, poucos acreditam na vitória do advogado e pastor de 45 anos.

A Human Rights Watch previu um "processo eleitoral muito falho" e incompatível com um voto livre ou igualitário.

A Coalizão de Cidadãos pela Mudança (CCC), de Chamisa, o "Triplo C" como é conhecido nas ruas, se queixa de ser prejudicada pelas autoridades por meio de intimidação, eventos boicotados e invisibilidade na televisão pública.

- Irregularidades eleitorais -

Foram encontradas graves irregularidades nas listas eleitorais, o que gera temores de que a eleição já esteja decidida. Apesar disso, a oposição espera capitalizar o forte descontentamento e levar a vitória.

Orador talentoso, Chamisa perdeu por pouco para Mnangagwa em 2018, uma derrota que questionou. Dois dias após as eleições, o Exército disparou contra os manifestantes e deixou seis mortos.

Durante aquela primeira eleição após o longo governo autoritário de Robert Mugabe, havia uma forte esperança de liberdade, que logo se desvaneceu.

A situação se deteriorou desde então. O Parlamento adotou leis que, segundo grupos de direitos humanos, controlam a sociedade civil e limitam qualquer crítica ao governo.

A economia não decolou, apesar da declaração de Mnangagwa de que o Zimbábue estava "aberto para negócios". Anos de má administração levaram os investidores a evitar o país.

A economia e o desemprego são as principais preocupações dos eleitores, segundo uma pesquisa recente, que também mostra que uma maioria esmagadora desaprova a gestão do atual governo.

A inflação neste país agrícola e rico em minerais, de mais de 15 milhões de habitantes, foi de 101% em julho, segundo dados oficiais. Alguns economistas consideram o valor real mais alto.

No Zimbábue, o presidente é eleito por maioria absoluta. Se nenhum candidato obtiver 50% dos votos mais um, será organizado um segundo turno.

O Comitê de Ética independente da Fifa anunciou nesta quinta-feira que Obert Zhoya, ex-secretário-geral da Comissão de Árbitros da Federação de Futebol do Zimbábue (ZIFA), está suspenso de suas atividades do futebol por cometer assédio sexual contra três árbitras do país. Além da suspensão, o ex-dirigente também terá de pagar uma multa de 20 mil francos suíços (aproximadamente R$ 105,7 mil).

"Após uma análise cuidadosa das declarações escritas das vítimas e das diversas provas coletadas durante a investigação conduzida pelo órgão investigador, confirmamos que o senhor Zhoya violou o artigo 23 (Proteção da integridade física e mental), art. 25 (Abuso de poder) e, consequentemente, o art. 13 (Obrigações gerais) do Código de Ética", anunciou a FIFA nesta quinta-feira. O dirigente afastado de suas funções já recebeu a notificação da punição.

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"A Fifa tem um compromisso inequívoco contra todo tipo de abuso no futebol, e o Comitê de Ética trata todos os casos levando em consideração as particularidades de cada um. A Fifa também fornece um sistema de denúncias confidencial, dedicado, altamente seguro e baseado na web para que os indivíduos possam relatar quaisquer preocupações de proteção."

O caso já vinha sendo avaliado faz um tempo e a Fifa e a Federação do Zimbábue haviam recebido duras críticas no começo do ano por terem se omitido às acusações na época. O silêncio das entidades acabou questionado e agora, nove meses após as denúncias virem a público, surge a punição para Obert Zhoya.

Após as acusações, o dirigente renunciou alegando "abrir caminho para que outros preencham o cargo." Zhoya estava sob enorme pressão no Zimbábue com a divulgação ampla do caso de assédio e optou por abandonar o comando da ZIBA.

Entre as acusações, uma vítima revela ter recebido mensagens de WhatsApp com pedido do dirigente para que a árbitra passasse a noite com ele em um hotel. "Me senti humilhada, intimada e degradada", denunciou a árbitra em carta enviada à ZIFA. "Esses avanços sexuais indesejados ocorriam desde setembro de 2019."

Sessenta zimbabuenses morreram vítimas dos elefantes até o momento neste ano, já que o sucesso da conservação do paquiderme levou a um aumento nos conflitos com humanos, disse o porta-voz do governo nesta terça-feira (10).

Com 100.000 elefantes, o Zimbábue tem a segunda maior população mundial do animal, atrás apenas de Botsuana, e aproximadamente um quarto dos elefantes de toda a África.

Diferentemente do que ocorre em grande parte do mundo, onde os caçadores furtivos matam os animais por suas presas, a população de elefantes do país está crescendo a um ritmo de 5% anual.

"Em algumas regiões, os elefantes se movem em numerosas manadas e devoram tudo o que há pelos campos. Inclusive, agora, estão entrando nas regiões de casas, o que obriga os membros da comunidade a se defender, ferindo alguns dos elefantes", disse o porta-voz do governo, Nick Mangwana no Twitter.

"Os animais feridos se tornam agressivos e incontroláveis", afirmou. "O clima entre humanos e a fauna selvagem se transformou em algo muito violento. Somente nesse ano, 60 zimbabuenses perderam a vida para os elefantes e 50 ficaram feridos", explicou.

Mangwana indicou que os elefantes mataram 72 pessoas em 2021.

Os elefantes caminham no Zimbábue fora das extensas reservas. O crescimento demográfico e a pobreza também estão obrigado os habitantes das zonas rurais a se mudarem para regiões onde ficam em conflito com os paquidermes.

Tinashe Farawo, do órgão de gestão de parques e vida silvestre, alertou a AFP sobre um possível "desastre" caso não se reduza o número de elefantes. "É provável que a ameaça aumente conforme nos aproximamos da estação seca, quando as manadas se deslocam em busca de água e comida", declarou.

Farawo afirmou que destacou guardas florestais para abater os elefantes mais perigosos.

Os conservacionistas defendem que o Zimbábue pode abrigar cerca de 45 mil elefantes, que precisam de enormes terrenos para pastar.

O comércio de elefantes é proibido internacionalmente, mas o governo começou a considerar a possibilidade de utilizar contraceptivos ou licenças de caça para administrar a manada.

O Doodle interativo desta quinta-feira (21) celebra o instrumento nacional do Zimbábue, o mbira. Ao apertar o play, o buscador mostra um vídeo em que é possível conhecer a história do instrumento, que vem sendo tocado há mais de mil anos. Também é possível conhecer uma história contada através dos olhos de uma garota da região que aprende a tocar o instrumento.

Na página do Google que mostra todos os Doodles que são lançados ao redor do mundo, a plataforma explica que o mbira há muito tempo desempenha um papel integral nas tradições e na identidade cultural do povo Shona do Zimbábue. Ele consiste em uma placa de som portátil de madeira (gwariva) afixada com uma série de teclas finas de metal, que são manuseadas pelos polegares e indicador. Uma grande cabaça oca (deze) fornece amplificação, e materiais como tampas de garrafas ou contas podem ser fixados na placa de som para criar o zumbido exclusivo do instrumento.

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A música tocada tem o mesmo nome do instrumento, que aparece com destaque em uma variedade de cerimônias de Shona, e continua sendo parte da cultura do Zimbábue até os dias de hoje.

O ex-presidente do Zimbábue Robert Mugabe, herói da independência que governou o país africano com mão de ferro entre 1980 e 2017, faleceu aos 95 anos.

"Com uma profunda tristeza, anuncio a morte do pai fundador do Zimbábue e ex-presidente, o comandante Robert Mugabe", anunciou no Twitter o atual chefe de Estado do país, Emmerson Mnangagwa.

"O comandante Mugabe era um ícone da libertação, um pan-africano que dedicou sua vida à emancipação [...] de seu povo. Sua contribuição para a história de nossa nação e de nosso continente jamais será esquecida. Que sua alma descanse em paz", completou o presidente.

"Uma nuvem negra cobriu o Zimbábue e além", reagiu um ex-ministro de Mugabe, Jonathan Moyo, após o anúncio da morte do ex-presidente. "Um dia escura", tuitou seu porta-voz Jealousy Mawarire.

Robert Mugabe assumiu o controle da então Rodésia após sua independência em 1980. Durante os 37 anos à frente do Zimbábue, um dos períodos mais longos de governo do continente africano, passou de herói da independência e amigo do Ocidente a tirano que provocou o colapso econômico do país.

Recebido como libertador em 1980, sua política de reconciliação em nome da unidade do país rendeu muitos elogios, especialmente no exterior.

Mas rapidamente o herói mostrou sua linha dura aos opositores.

Os abusos contra a oposição, as fraudes eleitorais e sobretudo a violenta reforma agrária iniciada em 2000 foram muito criticadas no Ocidente.

O "camarada Bob", considerado durante muito tempo alguém insuperável, foi abandonado progressivamente por pessoas que eram leais as seu regime.

No fim de 2017, após um golpe de Estado do exército apoiado por seu partido (Zanu-PF), o então chefe de Estado mais longevo do planeta se viu obrigado a renunciar: Mugabe deixou um país abalado por uma profunda crise econômica que se tornou ainda mais grave.

Ele foi substituído no comando do país por seu ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa, que havia destituído pouco tempo antes.

Um grande provocador, acostumado a métodos impactantes, Robert Mugabe foi alvo com frequência tanto da indignação de seus detratores como dos aplausos de seus partidários.

Desde sua renúncia, o idoso com saúde frágil fez poucas aparições públicas. Nos últimos anos, sofreu algumas quedas em público.

De acordo com a imprensa do Zimbábue, Mugabe fez diversas viagens médicas a Singapura, cidade-Estado que visitou muitas vezes nos últimos anos.

O número de mortos em Moçambique e no Zimbábue depois do furacão Idai aumentou para mais de 300 na terça-feira, enquanto as equipes de resgate trabalham sem parar para ajudar os sobreviventes.

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que há mais de 200 mortes confirmadas, enquanto no Zimbábue um ministro indicou que foram registradas 100 mortes, mas acrescentou que o número pode chegar a 300.

"Já temos mais de 200 mortos e cerca de 350.000 pessoas estão em perigo", Nyusi. O chefe de Estado deu a informação depois de assistir a uma reunião de gabinete na cidade da Beira, a mais afetada pela tempestade no centro do país.

"Estamos em uma situação extremadamente difícil", disse Nyusi.

No Zimbábue, o ministro July Moyo afirmou que ainda é necessário confirmar os números de mortos e que há pelo menos 217 desaparecidos.

"O número total, nos disseram que poderia ser 100, alguns dizem que podem ser 300. Mas não podemos confirmar esta situação", disse.

As equipes de resgate trabalhavam nesta terça-feira contra o tempo para salvar milhares de refugiados em árvores ou telhados de casas após a passagem do devastador ciclone Idai por Moçambique e Zimbábue, onde há risco de rompimento de barragens em razão das fortes chuvas.

O ciclone, que devastou o centro de Moçambique e depois o leste do Zimbábue, deixou pelo menos 182 mortos, um número que na verdade pode ser mais de mil, segundo o presidente moçambicano Filipe Nyusi.

Em Moçambique, uma zona de 100 quilômetros de extensão está totalmente inundada, segundo o ministro do Meio Ambiente, Celson Correia.

Existe um "oceano" isolando completamente muitos povoados, disse à AFP um trabalhador humanitário que não quis se identificar.

Além disso, a capacidade de algumas represas está se aproximando de seu nível máximo, indicaram várias ONGs.

O presidente Nyusi pediu para aqueles que vivem perto de rios na região que "deixam a área para salvar suas vidas", porque as autoridades poderiam não ter outra escolha senão abrir as barragens, apesar de as terras já estarem inundadas.

Tanto em Moçambique como no Zimbabué, muitas pontes e estradas foram arrasadas pela água, complicando as operações de socorro.

Em botes infláveis ou em helicópteros, os trabalhadores humanitários continuavam a socorrer as pessoas que se refugiaram em árvores e telhados.

"Nas árvores, as pessoas têm de lidar com cobras, insetos, animais", disse à AFP Ian Scher, presidente da organização sul-africana Rescue SA, que participa das operações de socorro em Moçambique.

Mas as operações são complicadas pela falra de helicópteros.

"Salvamos aqueles que podemos, mas muitos vão morrer", advertiu Scher em Beira, uma cidade do centro de Moçambique. "Temos que tomar decisões difíceis. Às vezes podemos salvar apenas duas pessoas a cada cinco. Às vezes deixamos comida e vamos socorrer outras pessoas em maior perigo", explicou.

Rescue SA identificou uma ilha formada pelas inundações em que cerca de 350 pessoas estariam à espera de ajuda.

- Sem eletricidade -

Beira, a segunda cidade de Moçambique, que foi "90% destruída", segundo a Cruz Vermelha, ainda está sem energia e internet nesta terça-feira, cinco dias depois da passagem do ciclone, disseram os jornalistas da AFP.

As conexões telefônicas estão sendo progressivamente restauradas, apesar de a chuva continuar a cair nesta cidade de meio milhão de habitantes.

No Zimbábue, os habitantes enterravam os mortos. O presidente Emmerson Mnangagwa deve visitar a província de Manicaland (leste) nesta terça-feira, a mais afetada pelo ciclone.

Pelo menos 200 pessoas ainda estão desaparecidas nesta região após o colapso de vários edifícios onde viviam funcionários públicos, segundo as autoridades.

"Cada hora que passa confirma nossos piores medos", disse Mnangagwa na segunda-feira à noite.

"Muitos morreram afogados enquanto outros morreram quando dormiram por causa de pedras que destruíram suas casas", acrescentou.

A organização Anistia Internacional pediu nesta terça-feira à comunidade internacional que se mobilize diante da magnitude da catástrofe, mas também ante as consequências da mudança climática.

"Agora que os efeitos da mudança climática estão se intensificando, é possível que essas condições climáticas extremas ocorram com mais frequência", disse a Anistia, pedindo "medidas ambiciosas para combater a mudança climática".

Por sua vez, o Reino Unido desbloqueou seis milhões de libras (sete milhões de euros) de ajuda humanitária para a região.

"As imagens da devastação (...) são traumáticas", disse a secretária de Estado para o Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, em comunicado.

A chegada do ciclone foi precedida por fortes chuvas em Moçambique, mas também no Malauí, condições climáticas adversas que fizeram pelo menos 122 mortos. Mas o ciclone finalmente não passou pelo Malauí.

Mais de 100 pessoas morreram no Zimbábue e no vizinho Moçambique durante a passagem do devastador ciclone tropical Idai, informaram, neste domingo (17), autoridades locais. O Zimbábue registrou 65 vítimas e Moçambique 48.

Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas no centro de Moçambique e no leste do Zimbábue depois da passagem do ciclone, que chegou acompanhado por fortes ventos, chuvas intensas e inundações que destruíram pontes e casas em ambos os países.

Um deputado zimbabuano de Chimanimani (leste), Joshua Sacco, disse à AFP que o número de mortos chegava a 65 e que entre 150 e 200 pessoas seguem desaparecidas. As equipes de resgate têm encontrado dificuldade para alcançar as áreas afetadas. O mau tempo também impediu que os helicópteros militares decolassem para socorrer as vítimas.

O jornal moçambicano Jornal Domingo informou que 48 pessoas morreram na província de Sofala (centro).

A maioria das mortes no Zimbábue foram registradas no distrito de Ngangu, em um vale da cidade de Chimanimani (leste), onde quase cem casas foram destruídas.

Segundo a ONU, mais de 100 pessoas estão desaparecidas no Zimbábue e quase 10.000 foram afetadas pelo ciclone.

Trezentos refugiados no campo de refugiados de Tongogara (sudeste) foram afetados pelo ciclone e 49 casas danificadas.

Os ventos muito fortes arrancaram os telhados da prisão de Masvingo (sul), de acordo com a televisão estatal e a rádio ZBC.

Considerado como um dos mais poderosos a se formar no Oceano Índico nos últimos dez anos, o ciclone varreu a região de Chimanimani na madrugada de sábado, perto da fronteira com Moçambique.

O ciclone Idai fez uma entrada devastadora no continente na noite de quarta-feira, inundando o porto moçambicano da Beira, com ventos de 190 km/h e chuva torrencial.

Muitas ruas e estradas ficaram alagadas, enquanto telhados foram arrancados e postes derrubados na quarta maior cidade de Moçambique. Neste domingo, seus 500.000 habitantes estavam literalmente isolados do mundo, sem eletricidade, telefone e aeroporto.

Os poucos socorristas que conseguiram chegar à região de Beira relataram uma destruição generalizada.

Edifícios destruídos, janelas quebradas, lojas fechadas. Os bairros mais pobres foram "totalmente esmagados", segundo voluntários locais da Cruz Vermelha.

Desde o início do mês, o sistema de baixa pressão associado ao ciclone Idai inundou o centro e o norte de Moçambique sob fortes chuvas. Antes da chegada de Idai, o número de mortos era de 66, com cerca de 17.000 deslocados e mais de 140.000 atingidos.

Os países africanos Moçambique, Zimbábue e Malavi foram atingidos por um forte ciclone, que matou mais de 140 pessoas, deixou centenas de desaparecidos e isolou milhares de pessoas, especialmente em áreas rurais pobres. O ciclone Idai afetou mais de 1,5 milhão de pessoas nos três países do sul da África, segundo a ONU e autoridades governamentais.

A localidade mais atingida foi a cidade portuária de Beira, em Moçambique, onde o aeroporto está fechado, o fornecimento de energia foi interrompido e muitas casas foram destruídas. A tempestade atingiu Beira na última quinta-feira e seguiu para o Oeste, em direção a Zimbábue e Malavi.

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O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou que os danos registrados em consequência do ciclone são "muito preocupantes" e comentou que a inundação dificultou a aterrissagem de aviões e a realização de operações de salvamento, de acordo com a rádio estatal do país.

O porta-voz do governo do Zimbábue, Nick Mangwana, disse neste sábado que 24 pessoas morreram em consequência das enchentes até agora no país. As mortes ocorreram principalmente em Chimanimani, uma área montanhosa perto da fronteira leste com Moçambique que é popular entre os turistas. Segundo ele, nenhuma morte de turistas foi registrada. Estradas e pontes foram destruídas, tornando mais morosos os esforços de resgate. A emissora estatal de televisão do Zimbábue, ZBC, informou que 150 pessoas estão desaparecidas.

As agências da ONU e a Cruz Vermelha estão ajudando nos esforços de resgate nos três países, o que inclui o fornecimento de alimentos e remédios por helicóptero.

Fonte: Associated Press

"Entre 60 e 70 mineiros" ilegais teriam morrido em jazidas abandonadas inundadas após fortes tempestades no Zimbábue, segundo balanço oficial informado na sexta-feira (15) pelo governo, que pediu doações para financiar o resgate.

"Estimamos que haja entre 60 e 70 mineiros ilegais bloqueados", declarou o ministro de Assuntos Locais, July Moyo, que deu uma cifra equivalente a 177.000 euros para custear a operação de bombeamento, "transporte e funerais das vítimas".

"Estamos realizando esforços desesperados para tirar a água dos poços inundados para recuperar as vítimas", acrescentou Moyo.

O ministro apelou à generosidade do público para financiar o bombeamento de água, "alimentar as equipes no terreno e as famílias de luto, o transporte e os funerais das vítimas".

O Zimbábue vive há anos uma crise econômica catastrófica. O ministro assegurou a "todos aqueles que deem dinheiro (...), pois o dinheiro será bem utilizado" nestas operações.

O comunicado inclui dados bancários da conta do ministério da Fazenda.

O Zimbábue bloqueou os aplicativos do Facebook, Twitter e WhatsApp, em meio a uma série de protestos que foram desencadeados por um forte aumento no preço do combustível. Segundo informações da BBC, a coalizão de grupos locais do Zimbábue acusou as autoridades de interromper a internet para mascarar as enormes violações dos direitos humanos que estão ocorrendo nos confrontos.

As autoridades cortaram o acesso à internet em todo o país no início da semana e novamente na manhã desta sexta-feira (18) - embora à tarde houvesse relatos de uma restauração intermitente. No entanto, o acesso a todos os aplicativos de mídia social e WhatsApp permaneceu bloqueado.

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Organizações não-governamentais, como a filial do Instituto de Mídia da África Austral (Misa-Zimbábue), usaram o Twitter para compartilhar dicas sobre como usar as redes virtuais privadas - ou VPNs - para burlar o bloqueio. O BestVPN, um serviço baseado no Reino Unido, disse que viu um salto de 1.500% em buscas por zimbabuanos.

Pelo menos 42 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas no Zimbábue em decorrência de um incêndio em um ônibus na cidade de Gwanda, no sudoeste do país, informaram nesta sexta-feira, 16, fontes policiais.

O acidente aconteceu na quinta-feira, 15, durante a noite, quando o ônibus de passageiros viajava pela estrada de Bulawayo rumo à África do Sul, afirmou a porta-voz nacional da polícia, subcomissária Charity Charamba, em declarações ao jornal "The Herald".

Embora as autoridades não tenham falado qual foi a causa do acidente, o veículo ficou totalmente queimado, como se observa em imagens publicadas nas redes sociais.

"Um botijão de gás que um dos passageiros transportava é a possível causa das chamas que destruíram o ônibus", afirmou o jornal no Twitter. "Dezenas de pessoas morreram e outras ficaram queimadas", completou a publicação.

Os passageiros começaram a respirar gás no interior do veículo e quando o motorista acendeu as luzes para ver que acontecia, o fogo começou, explicaram vários dos feridos em entrevista à televisão estatal "ZBC".

Philisani Ndebele, porta-voz da polícia para a província de Matabeleland South, cuja capital é Gwanda, disse que as investigações do caso estão em andamento. A Cruz Vermelha do Zimbábue foi para a área ajudar no atendimento aos feridos, publicou a entidade no seu perfil da rede social Twitter.

Na semana passada, 47 pessoas morreram em uma colisão entre dois ônibus na estrada entre Harare, capital, e a cidade de Rusape, ao leste do Zimbábue. (Com agências internacionais)

Quarenta e sete pessoas morreram na batida entre dois ônibus em uma estrada que liga a capital do Zimbábue, Harare, ao povoado oriental de Rusape, indicou um porta-voz da polícia.

"Confirmamos que 47 pessoas morreram em um acidente de estrada na área do quilômetro 166 na estrada de Harare-Mutare", disse o porta-voz da polícia, Paul Nyathi.

O jornal The Herald indicou em um tuíte que as imagens da cena do acidente eram chocantes demais para serem publicadas.

Os acidentes de trânsito são comuns no Zimbábue, onde as vias estão cheias de buracos por conta de anos de falta de investimentos e da negligência. Contudo, a estrada onde a fatalidade aconteceu foi recapeada recentemente.

Em junho de 2017, 43 pessoas faleceram em um acidente de ônibus no norte do país, na estrada que leva à Zâmbia.

Com gritos entoados em um estádio nacional e enquanto o Zimbábue se distancia das décadas de governo de Robert Mugabe, Emmerson Mnangagwa fez o juramento de presidente depois de uma eleição bastante disputada.

Mnangagwa venceu por pouco a eleição de 30 de julho, que a oposição alegou ter sido fraudada, e assumiu o cargo em novembro, após Mugabe renunciar sob pressão militar. O Tribunal Constitucional rejeitou as alegações de fraude na última sexta-feira.

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Aos 75 anos e ex-confidente de Mugabe, Mnangagwa enfrenta agora a gigantesca tarefa de reconstruir uma economia em deterioração e unir uma nação profundamente dividida após a votação que muitos esperavam que trouxesse mudanças ao país. Fonte: Associated Press.

O atual presidente Emmerson Mnangagwa venceu a eleição nesta quinta-feira, 2, com pouco mais de 50 por cento dos votos, na primeira votação desde a queda do ditador Robert Mugabe.

Do partido União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (ZANU-PF), Mnangagwa recebeu 50,8 por cento dos votos, enquanto o principal opositor, Nelson Chamisa, 44,3 por cento.

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Violência

m meio a uma eleição que deveria restaurar a confiança no Zimbábue após 37 anos de governo de Robert Mugabe, afastado do poder pelos militares em 2017, o número de mortos nos confrontos de quarta-feira, 1º, subiu para seis. 14 pessoas ficaram feridas e 18 foram presas.

OS relatos sobre quem foi o responsável pelo derramamento de sangue na capital de Harare são conflitantes. Manifestantes da oposição protestavam contra uma possível fraude na eleição quando a polícia jogou gás lacrimogêneo, canhões de água e depois disparou tiros contra a multidão.

A porta-voz da polícia, Charity Charamba, culpou os manifestantes pela agitação, dizendo que alguns estavam bêbados e que destruíram carros e lojas. Cerca de 4.000 oposicionistas, alguns carregando barras de ferro e pedras, "sitiaram" o centro de Harare, segundo ela.

O atual presidente Emmerson Mnangagwa e o partido União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (ZANU-PF, acusaram a oposição de incitar à violência. Já a oposição, ativistas de direitos humanos e observadores internacionais condenaram a força "excessiva" usada para conter os protestos e apelaram a todos os lados para que exercessem a moderação.

Com medo de sofrer represálias em seu país natal, uma família do Zimbábue está há cerca de três meses "morando" no Aeroporto Internacional Suvarnabhumi, na Tailândia.

A família, que é formada por quatro adultos e quatro crianças, ficou no país asiático após ter tentado duas vezes, sem sucesso, pedir asilo político na Ucrânia e na Espanha. Em ambas as ocasiões, a família foi barrada por não ter visto de entrada aos países.

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"Por enquanto, eles estão sob os cuidados da companhia aérea e não estão retidos na sala de detenção do aeroporto, como outros estrangeiros que tiveram a entrada negada na Tailândia", informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Nenhum deles pode sair do aeroporto, pois seus vistos turísticos na Tailândia, que tem duração de cinco meses, expiraram e com isso eles não podem sair pelas ruas tailandesas. A história passou a ser conhecida após uma foto ter sido publicada no Facebook por um tailandês, onde ele aparece dando um presente de Natal para uma das crianças da família.

Na ficção, a situação desta família é retratada de forma semelhante no filme "O Terminal", na qual o ator Tom Hanks interpreta um homem que está preso em um aeroporto de Nova York, nos Estados Unidos.

No dia 21 de novembro, o até então presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, foi destituído do poder após um golpe militar que colocou fim em seus 37 anos de poder. Agora, o líder do país é Emmerson Mnangagwa, e a família teme ser "perseguida" se retornar ao Zimbábue.

Da Ansa

Emmerson Mnangagwa tomará posse como presidente do Zimbábue nesta sexta-feira, informou a emissora estatal do país, um dia após a renúncia de Robert Mugabe, que estava no poder desde 1980.

O partido governista ZANU-PF escolheu Mnangagwa, que é conhecido pelo apelido de Crocodilo, como sucessor de Mugabe, informou a ZBC, única emissora de televisão do país. Foi a mesma rede de TV, cerca de uma semana atrás, que informou que os militares haviam tomado o controle do governo e que a família de Mugabe estava em prisão domiciliar.

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A demissão de Mnangagwa do posto de vice-presidente foi o estopim para a crise na nação do sul da África. A intervenção militar resultou em manifestações favoráveis à queda de Mugabe nas ruas, nos primeiros protestos livres no país em décadas. Mugabe tem 93 anos e era o mais velho chefe de Estado no mundo.

Na base aérea de Manyane, perto de Harare, uma multidão se reuniu para receber Mnangagwa, que chegou a fugir uns dias do país, após receber a informação de que haveria um plano do governo para matá-lo.

No domingo, o ZANU-PF apontou Mnangagwa, de 75 anos, como líder do partido e candidato na eleição presidencial de 2018.

Até a intervenção militar da semana passada, Mugabe preparava a própria mulher, a primeira-dama Grace, como sua sucessora. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, renunciou ao cargo nesta terça-feira, de acordo com o presidente da Câmara, Jacob Mudenda. Ele interrompeu os procedimentos de impeachment, ao afirmar que recebeu uma carta de Mugabe com o pedido de demissão, que tinha "efeito imediato".

Durante a manhã, o Parlamento iniciou um processo de impeachment contra Mugabe, depois que o chefe de Estado mais antigo do mundo resistiu à crescente pressão para se afastar do cargo, após 37 anos no poder, apesar dos militares terem tomado o poder no país na semana passada e terem colocado o presidente e sua família sob prisão domiciliar.

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Nos últimos dias, diversas multidões invadiram as ruas da capital Harare, onde centenas de milhares de pessoas marcharam no sábado nas primeiras manifestações em décadas. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, renunciou, após quase quatro décadas no poder, de acordo com um funcionário próximo às negociações, dando um fim extraordinário para o mais antigo chefe de Estado do mundo, que tinha prometido governar até a morte.

As notícias surgiram horas depois que o Comitê Central do partido no poder neste domingo (19) demitiu Mugabe como líder do partido e disse que se ele não renunciasse até o meio dia de segunda-feira, começaria o processo de impeachment.

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Mugabe, de 93 anos de idade, estava se preparando para fazer um discurso à nação ainda hoje na televisão estatal.

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