Israel lança ataques em Gaza em resposta à foguete
Em Israel, o Exército indormou que "começou a atacar alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza"
O Exército israelense lançou, nesta segunda-feira, ataques na Faixa de Gaza em resposta ao disparo de um foguete lançado no domingo à noite que atingiu uma casa ao norte de Tel Aviv e deixou sete feridos.
Helicópteros israelenses lançaram ao menos três ataques no oeste da Faixa de Gaza, contra uma base do braço armado do movimento islamita do Hamas, que dirige o enclave palestino, segundo testemunhas.
Esta operação aconteceu no momento em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chegava na Casa Branca, onde o presidente americano Donald Trump afirmou que "Washington reconhecia o direito de Israel de se defender" e chamou de "ataque desprezível" o disparo de foguete de domingo.
Além disso, Trump assinou um termo reconhecendo a soberania israelense sobre as disputadas Colinas de Golã, uma zona fronteiriça que Israel conquistou da Síria em 1967 e anexou em 1981.
"Estávamos preparando isso há muito tempo", afirmou Trump ao lado de Netanyahu.
O reconhecimento dos Estados Unidos do controle israelense sobre as Colinas de Golã rompe com décadas de consenso internacional.
Represália israelense
Em Israel, o Exército indormou que "começou a atacar alvos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza".
O foguete lançado a partir de Gaza atingiu uma residência em Mishmeret, a mais de 80 km do enclave palestino, um alvo pouco habitual para os disparos a partir desse território.
As Forças Armadas israelenses afirmaram no Twitter que o lançamento de um "foguete de fabricação local" foi de autoria do Hamas, que negou a acusação.
O comando militar israelense decidiu enviar "duas brigadas de reforço à zona do comando sul", a região da Faixa de Gaza, e convocar um determinado número de reservistas, sem revelar a quantidade exata.
Os militares indicaram que o foguete foi lançado a partir do sul do território palestino e percorreu quase 120 km.
O Hamas foi taxativo ao negar nesta segunda o disparo o foguete e disse que o movimento islâmico palestino não tem interesse em um confronto com o Estado judeu.
"Ninguém dentro dos movimentos de resistência, incluindo o Hamas, não está interessado em disparar foguetes de Gaza contra o inimigo", disse à AFP um alto funcionário do movimento que controla a Faixa de Gaza, e que pediu anonimato.
Essa mesma mensagem foi transmitida ao Egito, que atua como mediador entre Israel e o Hamas, segundo a fonte.
Um organismo vinculado ao ministério da Defesa de Israel anunciou o fechamento das passagens de fronteira para pessoas e produtos entre Israel e o território palestino.
As forças israelenses respondem sistematicamente aos disparos de foguetes procedentes de Gaza, com ataques contra posições militares do Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Israel e Hamas protagonizaram três guerras na Faixa de Gaza desde que o movimento islamita assumiu o poder à força em 2007, depois que a comunidade internacional se recusou a reconhecer a vitória do movimento nas eleições legislativas palestinas.
Em 2018 as duas partes quase iniciaram outra guerra. Após um cessar-fogo informal em novembro e à medida que se aproxima o primeiro aniversário das manifestações que receberam o nome de "grande marcha do retorno", a tensão aumenta.
A queda do foguete em uma casa de Mishmeret provocou um incêndio, segundo a polícia e os serviços de emergência.
Quatro adultos e três crianças, incluindo um bebê de seis meses, foram internados, informou o hospital de Kfar Saba. Seis pessoas pertencem à mesma família e sofreram queimaduras e ferimentos leves por estilhaços.
A imprensa israelense mencionou a possibilidade de o foguete, do tipo Fajr, ter sido ativado de maneira acidental durante uma operação de manutenção.
Hamas e Jihad Islâmica negaram responsabilidade pelo disparo.