Parlamento Europeu vota pelo fim do horário de verão
O assunto também foi bastante debatido ao longo de 2017 e 2018
Tema de discussões acirradas ao longo do ano passado, o Parlamento Europeu votou nesta terça-feira (26) pelo fim do horário de verão. Mas só a partir de 2021. O assunto também foi bastante debatido ao longo de 2017 e 2018 no Brasil e, na ocasião, o governo de Michel Temer apenas não abortou a mudança de horários porque o ambiente político estava bastante tumultuado por causa das eleições seguintes, em outubro do ano passado, e houve a avaliação de que era melhor aguardar um período mais calmo para modificar um assunto tão controverso.
Como registrou o Broadcast em agosto passado, a Comissão Europeia fez a proposta de não se ajustar mais os relógios já a partir deste ano após uma pesquisa sobre o tema que obteve participação recorde. O Parlamento Europeu pronunciou-se hoje em Estrasburgo a favor da medida, mas, para os seus membros, o fim das mudanças deveria valer apenas a partir de 2021. A assembleia aprovou um relatório da comissão parlamentar de Transportes por 410 votos a favor, 192 contra e 51 abstenções.
A avaliação do Parlamento foi a de que a proposta da Comissão Europeia era "muito ambiciosa" em relação ao início imediato, considerando que seria "impossível" cumprir o calendário. O que foi proposto é que haverá um tempo para que os estados-membros da União Europeia possam fazer suas próprias consultas públicas e avaliações de impacto das alterações. Dessa forma, caberá a cada país decidir se deseja ou não aplicar o horário de verão. Eles deverão, no entanto, entrar em consenso sobre a escolha das chamadas "horas legais" para proteger o funcionamento do mercado interno. A decisão final deve ser levada a Bruxelas até 1 de abril de 2020.
Pelo relatório, a última mudança obrigatória do horário de verão será o último domingo de março de 2021. Os Estados-membros que optarem pela hora de inverno precisarão acertar mais uma vez os relógios no último domingo de outubro do mesmo ano. O regime atual é regulado por uma diretiva de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam adiantados e, depois, atrasados.
A consulta pública feita pela Comissão Europeia no verão passado no Hemisfério Norte contou com um recorde de 4,6 milhões de votos. A maioria era de alemães (70% dos participantes) e 84% do total pediu o fim das mudanças sazonais. A União Europeia conta atualmente com três fusos horários. Um que engloba Reino Unido, Irlanda e Portugal; outro, que é definido para 17 países, como França, Alemanha e Holanda, por exemplo, e um terceiro, que compreende oito membros da Europa Oriental, como Bulgária, Grécia, Finlândia e Letônia, por exemplo.