Rússia não assina declaração comum da ONU sobre a Síria

Segundo fontes diplomáticas, a reunião deu lugar a um duro intercâmbio entre Rússia e Estados Unidos em relação aos bombardeios de hospitais na Síria

sex, 10/05/2019 - 17:20
OMAR HAJ KADOUR Criança em meio a ruínas de prédio destruído na Síria, em 6 de maio de 2019 OMAR HAJ KADOUR

A Rússia opôs-se nesta sexta-feira a uma declaração conjunta do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, em uma reunião sobre a situação na cidade de Idlib (noroeste), onde o regime de Damasco e Moscou intensificou recentemente sua ofensiva.

Em uma declaração à imprensa sobre a reunião a portas fechadas, 11 dos 15 países do Conselho expressaram sua "profunda preocupação" diante da piora da situação na província de Idlib, uma das zonas de distensão acordadas pela Rússia desde setembro.

Esses países, aos quais não se juntaram Rússia, China, Indonésia nem África do Sul, exortaram as partes beligerantes "a proteger os civis", na declaração lida pelo embaixador belga na ONU, Marc Pecsteen de Buytswerve.

Antes da reunião de emergência reclamada por Kuwait, Alemanha e Bélgica, o diplomata belga havia pedido uma "mensagem comum" do Conselho de Segurança para reduzir a violência.

Segundo fontes diplomáticas, a reunião deu lugar a um duro intercâmbio entre Rússia e Estados Unidos em relação aos bombardeios de hospitais na Síria.

Desde o final de abril, o regime sírio e seu aliado russo aumentaram seus bombardeios contra o sul da província de Idlib e o norte da região vizinha de Hama, dois territórios controlados por Hayat Tahrir al Sham (ex-braço sírio da Al Qaeda) e outros grupos jihadistas. Esses ataques atingiram hospitais e escolas.

Segundo o embaixador francês na ONU, François Delattre, se o regime reconquistar Idlib de modo similar a Aleppo em 2016, o mundo poderá assistir a "uma catástrofe humanitária".

Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na província de Idlib, entre eles 1 milhão de crianças.

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