Ceramistas mantêm acesa tradição amazônica
Produção de utensílios artísticos e funcionais com argila preserva a história e a cultura regionais
A arte em cerâmica está entra os principais elementos da cultura amazônica. Em 28 de maio é comemorado o Dia do Ceramista, data que resgata a importância dos artesãos para a história do povo da região.
O ceramista é o profissional que trabalha com a manipulação de argila, matéria-prima usada desde a pré-história na fabricação de ferramentas e utensílios como vasos, pratos e recipientes para armazenar água e alimentos. A cerâmica surge quando a argila é posta ao fogo, endurecendo.
Chandra Faro, pesquisadora de artes, desenvolve estudos sobre as técnicas utilizadas no processo de criação de objetos de cerâmica. “Temos várias técnicas utilizadas na cerâmica. A técnica do rolinho, que vem dos nossos antepassados indígenas e que através da confecção de rolinhos, e montando uns em cima dos outros, vão se confeccionando as peças, tanto utilitárias como artísticas. Temos também a técnica do torno, em que movimentos feitos pelos pés e mãos vamos moldando as peças. Temos a técnica do emplacamento, confecção de peças e painéis com pigmentos que naturais extraídos da própria argila colorida encontrada sempre em rochas nas praias", assinalou.
Segundo Chandra, os ceramistas também desenvolvem suas próprias técnicas, dependendo da criatividade. "Depois de confeccionadas as peças, temos que esperar secar a argila para fazer o processo da queima em temperatura no mínimo de 800 graus. Temos o forno artesanal, que é confeccionado com tijolo areia e cimento e usamos lenha. Leva uns três dias para queimar e só podemos tirar do forno quando ele esfriar, para não rachar as peças com o choque térmico. Temos também o forno elétrico, que chega a altas temperaturas."
Para Chandra, a cerâmica é muito importante na arte paraense. "Temos a cerâmica marajoara originária do Marajó, que tem sua identidade e características próprias; temos também a cerâmica tapajonica produzida no interior do Estado do Pará, mas a minha cerâmica não tem vínculo com essas cerâmicas eu criei a minha própria identidade. São peças criadas por mim e únicas", desatcou.
O Pará tem um grande polo de cerâmica em Icoaraci, distrito de Belém. "De Icoaraci se exporta cerâmica para varios países”, disse Chandra.
Da Redação do LeiaJá Pará. (Com apoio de Lucas Velloso).