Arábia Saudita e Cuba em lista negra do tráfico de pessoas
A relação é de países que não fazem o suficiente para lutar contra o tráfico de pessoas, uma designação que poderia levar a sanções
Os Estados Unidos incluíram nesta quinta-feira Arábia Saudita e Cuba em sua lista negra de países que não fazem o suficiente para lutar contra o tráfico de pessoas, uma designação que poderia levar a sanções.
Em um relatório anual do Departamento de Estado, o governo dos Estados Unidos atribuiu à Arábia Saudita violações dos direitos trabalhistas de estrangeiros e acusou sua inimiga, Cuba, de tráfico de pessoas através do seu programa de envio de médicos para outros países.
China, Coreia do Norte, Rússia e Venezuela seguiram no Nível 3 do relatório, no qual se incluem os países que não cumprem os padrões mínimos de proteção a vítimas de tráfico estipulados pela lei americana.
O relatório sobre o tráfico de pessoas (TIP, sigla em inglês) é um documento anual divulgado pelo Departamento de Estado que classifica os governos segundo seus esforços para reconhecer e combater o tráfico humano.
Uma designação de Nível 3 significa que os Estados Unidos podem restringir a ajuda econômica ao referido país no Fundo Monetário Internacional e em outros órgãos de desenvolvimento global.
"Isto é o que as ideias conservadoras que imperam nos EUA confundem com tráfico de pessoas. Denunciamos esta acusação imoral, mentirosa e perversa", tuitou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
Na mesma rede social, seu chanceler, Bruno Rodríguez, considerou a inclusão na lista "mais uma calúnia para justificar novas medidas de hostilidade" contra a ilha.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, informou que os Estados Unidos tomaram medidas, no ano passado, contra 22 países devido à sua designação no relatório.
"Essas medidas e a mensagem que as acompanha são muito claros: se vocês não se opõem ao tráfico, os Estados Unidos farão isso", disse Pompeo, ao apresentar o relatório juntamente com Ivanka Trump, filha e assessora do presidente americano.
Cuba é acusada no informe de forçar médicos a fazer parte de suas missões internacionais, um programa da revolução de Fidel Castro que nos últimos anos gerou altos rendimentos a Havana por contratos com dezenas de países.
O informe disse que Cuba cancelou no fim de 2018 seu programa "Mais Médicos" no Brasil depois de que o então presidente eleito, Jair Bolsonaro, o descreveu como tráfico de pessoas.
Além de questionar as missões médicas, o informe disse que o governo cubano "não criminalizou todas as formas de trabalho forçado ou tráfico sexual de jovens de 16 e 17 anos", e tampouco tentou identificar as vítimas de trabalho forçado, entre outras queixas.
Sobre a Arábia Saudita, os Estados Unidos disseram que o reino processou poucos traficantes e fez muito pouco para ajudar as vítimas de tráfico de pessoas. Em vez disso, as prendeu, multou e deportou sob acusações de violar leis migratórias ou se vincular à prostituição, indicou.