Esposa de Ghosn pede que Macron interceda pelo marido
Carlos Ghosn foi preso em 19 de novembro e passou 130 dias detido em Tóquio, acusado de abuso de confiança e declarações falsas às autoridades durante seu mandato na Nissan
Carole Ghosn, esposa do ex-chefe da Renault-Nissan Carlos Ghosn, pediu nesta quinta-feira (22) ao presidente francês Emmanuel Macron que interceda junto ao primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na cúpula do G7 em Biarritz para que seu marido beneficie de um "julgamento justo".
"Peço ao presidente Macron que interceda por meu marido com o primeiro-ministro Abe para garantir que seus direitos sejam respeitados", disse Carole em um comunicado. "Carlos merece um processo justo, que começa com condições justas de liberdade sob fiança e uma data de julgamento", acrescentou.
Questionado pela AFP, o palácio do Eliseu lembrou a posição declarada por Emmanuel Macron durante uma viagem a Tóquio em 26 de junho. "Acho que não cabe ao presidente da República francesa interferir publicamente em um caso judicial", declarou, garantindo seu "comprometido com o respeito aos direitos da defesa".
Carlos Ghosn foi preso em 19 de novembro e passou 130 dias detido em Tóquio, acusado de abuso de confiança e declarações falsas às autoridades durante seu mandato na Nissan.
Ele foi preso novamente por três semanas antes de ser libertado sob fiança em 25 de abril e submetido a um controle judicial muito rigoroso no Japão, no qual não pode deixar o país. Ele ainda está "sujeito a uma proibição de contato com a esposa há 140 dias", segundo Carole Ghosn.
"Dizer que as condições de liberdade sob fiança do meu marido são cruéis e incomuns seria um eufemismo", acrescentou ela, dizendo que "a justiça japonesa não está alinhada com os padrões de outros países do G7".