Marcha das Vadias ocupa Centro por diretos das mulheres
Nona edição da mobilização, partiu da praça Oswaldo Cruz, na Soledade, rumo à rua da Aurora, onde as manifestantes se juntaram à manifestação pró-amazônia
Manifestantes seguiram pela Conde da Boa Vista até a rua da Aurora. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)
Pondo em prática o mote “lugar de mulher é onde ela quiser”, a nona edição da Marcha das Vadias tomou as ruas do Centro do Recife, na tarde deste sábado (24). De orientação feminista, a mobilização teve sua concentração marcada para às 13h, na praça Oswaldo Cruz, no bairro da Soledade, de onde partiu rumo à rua da Aurora, onde as manifestantes se juntaram à manifestação pró-Amazônia. O ato foi marcado pela já tradicional batucada feminista, atos performáticos e por palavras de ordem a favor de bandeiras como a descriminalização do aborto e o combate ao feminicídio.
Primeira aluna transexual da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da Universidade Federal de Pernambuco (UAST-UFPE), a estudante Rayana Souza veio para o Recife, exclusivamente para comparecer à marcha. “Estou aqui para dizer às mulheres trans que este espaço também é nosso e precisamos ocupá-lo. Recentemente, um homem trans que passou no vestibular da Uast já entrou em contato comigo para saber como funcionava a questão do nome social. É muito importante abrir esses espaços”, afirma.
Rayana veio de Serra Talhada apenas para comparecer à marcha. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)
Membra da Coletiva das Vadias, a ativista Ju Dolores ressalta a escolha do tema da marcha de 2019: “Dias Mulheres Virão”. “Esse ano, apesar de os números serem estarrecedores, a gente precisou falar da potência das mulheres juntas. Dentro desse retrocesso que estamos vivendo, temos que manter a fé e nos fortalecer, porque a gente sabe que não tem nenhuma mulher forte que um dia não precise da ajuda de outra”, comenta. Dolores reforça ainda o caráter interseccional da marcha. “A Coletiva das Vadias é antirracista, antisexista, antiprobicionista e a gente tem orgulho de ter transformado a Marcha das Vadias do Recife em uma marcha diversa. A gente vê mulheres mães, negras, trans e de todas as idades”, comemora.
Perfomance
Durante a marcha, o Coletivo Rua das Vadias realizou a performance “Rojas”, previamente divulgada nas redes sociais com uma convocatória aberta a mulheres cisgênero e transgênero. Portando tinta guache vermelha e baldes, o grupo repetiu a executada nas ruas do Centro do Recife, no dia 14 de agosto.