Lava Jato faz buscas em endereços de gerentes do BB

Fortes evidências indicam que tais gerentes atuaram para encerrar indevidamente registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro do Banco

sex, 27/09/2019 - 09:38

Foi deflagrada nesta sexta (27), a 66ª fase da operação Lava Jato, que aprofunda a investigação da atuação de três gerentes e um ex-gerente do Banco do Brasil que foram cooptados por operadores financeiros para facilitar a realização de centenas de operações de lavagem de dinheiro entre os anos de 2011 e 2014. Esta é a nona fase da operação realizada neste ano.

O montante total ilícito movimentado pelos investigados, por meio da realização de transferências bancárias a partir de contas mantidas pela organização criminosa, superou a quantia de R$ 200 milhões. Parte significativa do valor foi convertida em espécie para posterior utilização no pagamento de propinas por empreiteiras que praticaram corrupção contra a Petrobras.

Diversos elementos angariados durante a operação Lava Jato indicam que gerentes vinculados a três agências do Banco do Brasil, localizadas em São Paulo, receberam vantagens indevidas para burlar os mecanismos de prevenção de lavagem de dinheiro da instituição. A conduta indevida dos gerentes possibilitou que contas em nome de empresas de fachada controladas por organizações criminosas fossem abertas e operassem na instituição financeira por longo período, realizando centenas de operações de lavagem de dinheiro, inclusive depósitos e saques de valores expressivos em espécie.

Fortes evidências indicam que tais gerentes atuaram para encerrar indevidamente registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro do Banco do Brasil, mediante a inserção de justificativas que sabiam falsas, o que impediu ou dificultou a comunicação de operações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Após a identificação pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal do esquema ilícito, foi dada a oportunidade ao Banco do Brasil de realizar apurações sigilosas internas sobre as irregularidades. As apurações foram realizadas e o banco remeteu, aos investigadores, outras provas da atuação de seus funcionários para facilitar operações de lavagem de capitais.

Da assessoria do MPF

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