ONU pede que Egito mude abordagem frente a protestos

Em um comunicado, Bachelet pediu às autoridades que mudem radicalmente sua abordagem diante de qualquer manifestação futura.

sex, 27/09/2019 - 14:40
FABRICE COFFRINI (Arquivo) A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet FABRICE COFFRINI

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira (27) às autoridades egípcias que mudem sua abordagem em relação aos protestos e solicitou a libertação imediata das pessoas detidas por exercerem o direito de se manifestar.

Em um comunicado, Bachelet pediu às autoridades que "mudem radicalmente sua abordagem diante de qualquer manifestação futura".

"Lembro ao governo egípcio que, segundo o Direito Internacional, as pessoas têm o direito de se manifestar pacificamente", acrescentou.

O mesmo pedido foi feito pelos Estados Unidos.

As primeiras manifestações, em 20 de setembro, causaram surpresa no país. A oposição foi severamente reprimida no Egito após a expulsão do ex-presidente Mohamed Mursi em 2013, derrubado por Abdel Fatah al-Sissi, então chefe do Exército.

As autoridades logo responderam e prenderam cerca de 2.000 pessoas, incluindo jornalistas, intelectuais e ativistas políticos, de acordo com a Human Rights Watch e com ONGs locais.

Alguns deles foram soltos, segundo a ONU.

"Todas as pessoas detidas apenas por terem exercido seus direitos devem ser libertadas imediatamente", exigiu Bachelet.

"Qualquer resposta das forças de segurança deve ser feita de acordo com as regras internacionais sobre o direito à liberdade de expressão e reunião pacífica, bem como o direito a um julgamento justo", acrescentou.

A alta comissária destacou sua grande preocupação após informações que afirmam que houve falhas nos procedimentos judiciais que se seguiram às detenções na semana passada.

Segundo Bachelet, a alguns dos detidos foi negado o direito de comparecer com um advogado, e outros foram acusados de infrações graves como "prestar ajuda a um grupo terrorista", "espalhar 'fake news'", ou "participação em manifestações não autorizadas" e "uso abusivo das mídias sociais".

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