Boeing: 50 aviões em terra por fissuras estruturais

Os aviões não podem voar até que aconteçam os reparos correspondentes.

qui, 31/10/2019 - 09:27
Jason Redmond (Arquivo) O grupo aeronáutico Boeing admitiu que fissuras estruturais obrigaram a empresa a interromper o uso de até 50 aviões do modelo 737NG, após uma inspeção realizada a nível global Jason Redmond

O grupo aeronáutico Boeing admitiu nesta quinta-feira (31) que fissuras estruturais obrigaram a empresa a interromper o uso de até 50 aviões do modelo 737NG, após uma inspeção realizada a nível global.

Um porta-voz da Boeing declarou à AFP que quase 1.000 aviões já foram submetidos a uma inspeção e que em menos de 5% deles - o equivalente a 50 aeronaves - foram detectadas falhas. Os aviões não podem voar até que aconteçam os reparos correspondentes.

A companhia aérea australiana Qantas anunciou que um de seus aviões Boeing 737 NG permaneceria em terra por uma fissura estrutural e que 32 aeronaves devem passar por uma inspeção. A Coreia do Sul citou nove aviões fora de circulação, cinco deles pertencentes a Korean Air.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos anunciou no início do mês que ordenou uma inspeção de vários Boeing 737 NG, o antecessor do 737 MAX, depois que foram detectadas "fissuras estruturais" em uma aeronave na China.

No início de outubro, a Boeing indicou que descobriu fissuras no "pickle fork" (literalmente "garfo de picles" por sua forma), um sistema de acoplamento que permite manter unidas as asas à fuselagem.

A imobilização das aeronaves se une a outros problemas de segurança da Boeing.

Nos últimos meses, dois acidentes do modelo 737 MAX provocaram as mortes de 346 pessoas na Indonésia e Etiópia a deixaram evidentes as falhas no programa MCAS, que deveria impedir a queda do avião em caso de perda de velocidade.

Os aviões 737 MAX não são utilizados há sete meses.

A FAA ordenou a inspeção dos 737 NG que superaram 30.000 voos, mas a Qantas indicou nesta quinta-feira que detectou fissuras em aviões com menos de 27.000 voos.

O anúncio da Qantas provoca o temor de fissuras em aviões mais novos, o que exige que toda a frota de 737 permaneça em terra.

"Estas aeronaves deveriam permanecer imobilizadas por segurança até o fim das inspeções", declarou Steve Purvinas, representante do sindicato de engenheiro, em um comunicado.

A Qantas considerou o pedido para não utilizar toda sua frota de 737 "totalmente irresponsável".

"Apenas utilizamos os aviões quando apresentam todas as garantias de segurança", declarou Chris Snook, diretor de engenharia da Qantas.

"A presença de uma fissura não compromete automaticamente a segurança do avião", completou.

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