Injustiça econômica desafia o Brasil, diz Caco Barcellos

Em Belém, jornalista da Rede Globo participa de evento da Auditoria Geral do Estado do Pará (AGE) e aponta a corrupção como um caminho que reforça a desigualdade

sex, 14/02/2020 - 11:09
Divulgação/AGE-PA O jornalista Caco Barcellos proferiu palestra no teatro Margarida Schivasappa, no Centur Divulgação/AGE-PA

O I Seminário de Estímulo à Cultura da Integridade, realizado na quinta-feira (13), no Teatro Margarida Schivasappa, no Centur, em Belém, contou com uma palestra do jornalista Caco Barcellos, repórter da Rede Globo, editor do programa Profissão Repórter e autor de quatro livros. O evento foi organizado pela Auditoria Geral do Estado do Pará (AGE).

Segundo o jornalista, que falou sobre os efeitos da corrupção, esse tema é muito importante, já que o Brasil se encontra em uma profunda crise de caráter. “A corrupção é um caminho que reforça fortemente a desigualdade. Ajuda na concentração de renda de poucos e o prejuízo da maioria”, disse Caco.

De acordo com Caco, embora o Brasil seja referido no mundo inteiro por paradoxos, visto com problemas estruturais graves e virtudes singulares e solidariedade, há atitudes que causam muita vergonha. “Nossos pontos negativos representam desafios imensos, que são a desigualdade e a injustiça econômica. Somos uma das nações economicamente mais injustas do mundo”, destacou o jornalista.

Caco ainda citou a alta da violência no país. “Vários rankings nos apontam como um dos cinco povos mais violentos do mundo. Chegamos a matar 65 mil há dois anos”, observou Barcellos.

Para Caco, ter a polícia mais violenta do mundo como se fosse normal é desconhecer o que é ação e o que não é. “O que tem de órfãos nas periferias por causa das ações do Estado, financiadas pela nossa sociedade...Se não resolvermos o problema das mortes, nunca vamos resolver o da corrupção”, afirmou.

Segundo Caco, o jornalismo precisa apontar e iluminar pontos que muitas pessoas não veem. 

Por Quezia Dias.

 

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