Japão suspende ordem de evacuação em parte de Fukushima

A medida, que afeta parte do norte da localidade, permitirá que os trabalhadores permaneçam no bairro da estação ferroviária.

qua, 04/03/2020 - 07:06
CHARLY TRIBALLEAU Futaba tinha 7.000 habitantes antes do terremoto de 11 de março de 2011, que desencadeou um tsunami gigantesco, que atingiu a central nuclear de Fukushima Daiichi CHARLY TRIBALLEAU

O Japão suspendeu nesta quarta-feira (4) a ordem de evacuação de parte do município de Futaba, uma das duas cidades onde se encontra a devastada central de Fukushima, antes da passagem nas próximas semanas da chama olímpica.

A medida, que afeta parte do norte da localidade, permitirá que os trabalhadores permaneçam no bairro da estação ferroviária. Mas os habitantes não poderão retornar imediatamente devido à falta de infraestruturas, especialmente para a distribuição de água, afirmou à AFP um alto funcionário do governo local.

"Nosso objetivo é que os residentes possam retornar a partir da primavera de 2022", disse a fonte. Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 incluíram Futaba no trajeto do revezamento da tocha olímpica, que começará em 26 de março no Japão.

"Além de provocar entusiasmo em todo o país à medida que se aproxima Tóquio-2020 e promover os valores olímpicos, a viagem da chama tem como objetivo expressar a solidariedade de todos com as regiões que ainda estão se recuperando do terremoto e do tsunami de 2011", anunciaram em fevereiro os organizadores.

O governo japonês prevê simbolicamente que a chama olímpica inicie o revezamento no "J-Village", um complexo esportivo que fica a 20 km da central devastada, que foi utilizado como centro operacional para lutar contra as consequências da catástrofe nuclear.

Futaba tinha 7.000 habitantes antes do terremoto de 11 de março de 2011, que desencadeou um tsunami gigantesco, que atingiu a central nuclear de Fukushima Daiichi.

O desastre nuclear de Fukushima, o pior da história depois de Chernobyl na URSS em 1986, não matou ninguém diretamente. Mas quase 470.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas na região. O terremoto e tsunami deixaram 18.500 mortos e desaparecidos.

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