Pentágono afasta capitão de navio afetado por surto
O Pentágono alegou que ele administrou mal a comunicação sobre como o surto atingia o navio militar
O Pentágono afastou nesta quinta-feira (2) o capitão do USS Theodore Roosevelt, afetado pelo coronavírus, alegando que ele administrou mal a comunicação sobre como o surto atingia o navio militar.
O secretário interino da Marinha, Thomas Modly, disse que o capitão Brett Crozier errou ao distribuir para uma ampla gama de pessoas cópias de uma emotiva carta de quatro páginas, descrevendo a ameaça aos quase 5.000 marinheiros, permitindo o vazamento dessas informações para a mídia americana no início da semana, antes de uma análise das principais autoridades da Defesa.
Modly disse que 114 casos de coronavírus foram registrados na tripulação até agora, mas nenhum grave, e que Crozier exagerou quando sugeriu que os marinheiros morreriam sem uma ação rápida.
Crozier "demonstrou um péssimo julgamento no meio de uma crise" com esta carta, disse Modly.
"Ele deturpou os fatos que estavam acontecendo no navio" e criou "um pouco de pânico" desnecessário, disse ele.
"Não tenho dúvidas de que o capitão Crozier fez o que pensava ser o melhor para a segurança e o bem estar de sua tripulação", disse Modly.
"Infelizmente, fez o oposto".
Além de assustar as famílias dos marinheiros, disse ele, "levantou preocupações sobre a segurança e capacidades operacionais do navio que poderiam ter encorajado nossos adversários a tirar proveito da situação".
O Roosevelt, um dos dois navios da Marinha dos EUA no oeste do Pacífico, está agora atracado em Guam, onde a maioria da tripulação está sendo alojada em terra para descontaminar o navio.
A Marinha disse que o contra-almirante Carlos Sardiello, ex-capitão do Roosevelt, substituirá Crozier.
Ao chegar ao Roosevelt, o surto de coronavírus prejudicou uma peça-chave da prontidão militar dos EUA, embora as autoridades de defesa americanas digam que não há ameaças estratégicas imediatas e que o navio pode ser levado ao mar rapidamente, se necessário.
No início da semana, o secretário de Defesa, Mark Esper, disse que as forças armadas dos adversários também são desafiadas pela COVID-19.