Trio é preso por fraude na venda de respiradores para o NE

Empresa vendeu 300 respiradores ao Consórcio Nordeste por R$ 48 milhões, mas equipamentos não foram entregues

seg, 01/06/2020 - 11:36
Divulgação/Secretaria de Segurança Pública Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara-SP Divulgação/Secretaria de Segurança Pública

Uma operação da Polícia Civil prendeu três pessoas, nesta segunda-feira (1º), por fraude na venda de respiradores para estados do Nordeste. A Operação Ragnarok foi deflagrada contra a empresa Hempcare, que vendeu 300 respiradores por R$ 48 milhões ao Consórcio Nordeste e os equipamentos não foram entregues.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara-SP. Dois mandados de prisão foram cumpridos em um hotel do Distrito Federal. A terceira prisão ocorreu no Rio de Janeiro. Os presos devem ser levados para a Bahia.

Os alvos da ação, segundo a polícia, são especializados em estelionato por meio de fraude na venda de equipamentos hospitalares. A empresa Hempcare ainda não devolveu os R$ 48 milhões dos equipamentos que não foram entregues. Mais de 150 contas bancárias vinculadas ao grupo foram bloqueadas.

A Hempcare se apresentava como revendedora dos produtos. A investigação identificou que o contrato que a empresa dizia ter com uma empresa chinesa era falsificado. A Embaixada da China também levantou que a empresa apontada como fabricante dos respiradores na China é do setor de construção civil.

Em Araraquara, houve buscas na empresa Biogeoenergy, do grupo da Hempcare, e no apartamento do diretor da empresa. Houve apreensão de documentos e um veículo.

A Hempcare diz que fez o contrato para importar respiradores da China, mas percebeu durante as negociações que os equipamentos apresentavam problemas. A empresa alega ter oferecido respiradores produzidos no Brasil, que são mais baratos e testados pela Anvisa. Caso a mudança fosse aceita, seriam entregues 400 equipamentos em vez dos 300 iniciais, argumenta a companhia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os respiradores nacionais oferecidos não foram homologados pela Anvisa. A pasta descobriu que a empresa tentou negociar de forma fraudulenta com vários setores no país, entre eles os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília.

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