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O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu à Justiça a segunda denúncia oriunda da Operação Apneia, deflagrada para investigar irregularidades em contratos celebrados pela Prefeitura do Recife para aquisição de 500 ventiladores pulmonares durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19. A denúncia tem como alvos três pessoas ligadas à microempresa Juvanete Barreto Freire ME (Brasmed Veterinária), contratada para o fornecimento dos equipamentos.

Dois dos denunciados são os empresários Juarez Freire da Silva e Juvanete Barreto Freire, sócios de grupo empresarial formado pela Bioex Equipamentos Médicos e Brasmed Veterinária. O terceiro é o representante local, Adriano César de Lima Cabral. O MPF os denunciou pela prática criminosa de venda de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais sem registro pelo órgão de vigilância sanitária competente. 

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A conduta é prevista como crime hediondo na legislação brasileira. O MPF também requer que a Justiça Federal decrete a perda de eventual cargo público exercido pelos denunciados, bem como o pagamento de indenização para reparação dos danos morais e/ou patrimoniais causados.

Em resposta a ofício enviado pelo MPF, a Anvisa reiterou em 8 de junho em nota técnica que a Juvanete Barreto Freire ME não possui autorização de funcionamento ou pedido de funcionamento até a presente data. Além disso, informou que, quanto ao ventilador pulmonar BR 2000, fornecido pela Juvanete e fabricado pela Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos, não existe autorização para sua fabricação e comercialização no país, tampouco para utilização em humanos.

Na denúncia, o MPF destaca a gravidade da conduta praticada pelos denunciados, uma vez que a documentação recebida pela Polícia Federal apontou a ocorrência de óbitos na cidade de Hortolândia-SP decorrentes das impropriedades do ventilador BR 2000. A prefeitura do município paulista reconheceu a ineficácia dos equipamentos adquiridos da BRMD Produtos Cirúrgicos, ligada ao mesmo grupo empresarial da Juvanete Barreto Freire ME.

Segundo o MPF, relatórios técnicos de análises financeiras elaborados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) demonstraram transações financeiras atípicas, com valores vultuosos envolvendo a Juvanete Barreto Freire. Os dados apontam ainda para outras possíveis contratações irregulares da empresa em Moreno e Ipojuca.

Na ação, o MPF reforça que os denunciados, apesar de terem conhecimento da ausência de certificação do equipamento pela Anvisa, formalizaram os contratos e termo aditivo com a Prefeitura do Recife. A procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, que assina a denúncia, ressaltou que, apesar de os gestores públicos envolvidos na contratação não terem sido alvos da nova denúncia, o órgão ministerial instaurou inquérito civil para apurar possível prática de improbidade administrativa em razão da aquisição de respiradores impróprios para uso em humanos e da contratação indevida. 

Os mesmos fatos são apurados no âmbito criminal, em denúncia oferecida em maio, a primeira no âmbito da Operação Apneia. O valor total dos contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 50 mil.  A empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para o fornecimento dos ventiladores.

Primeira denúncia

Foram alvos da primeira denúncia o ex-secretário de Saúde do Recife Jailson de Barros Correia, o ex-diretor executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do município Felipe Soares Bittencourt e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde do Recife Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, bem como os empresários Juarez Freire da Silva, Juvanete Barreto Freire e Adriano César de Lima Cabral. Eles foram acusados da prática dos crimes de dispensa indevida de licitação (atribuída a todos), peculato (Jailson de Barros Correia, Felipe Soares Bittencourt, Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, Juarez Freire da Silva e Juvanete Barreto Freire) e crime contra a ordem tributária (Juarez Freire da Silva e Juvanete Barreto Freire).

As apurações apontaram que, embora tenha sido viabilizado o pagamento de mais de um milhão de reais, referentes a 50 unidades do ventilador pulmonar, constatou-se que só foram adquiridos e posteriormente devolvidos à Juvanete a quantia referente a 35 equipamentos, caracterizando desvio dos recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). As contratações foram realizadas em caráter emergencial e supostamente fundamentadas na Lei Federal nº 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia de Covid-19.

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu à Justiça Federal uma denúncia contra o ex-secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, e mais cinco pessoas a partir da Operação Apneia, deflagrada em maio do ano passado para investigar possível direcionamento e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em contratação de respiradores para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. A denúncia é a primeira oferecida em decorrência da operação.

Jailson Correia é acusado da prática dos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato e crime contra a ordem tributária.

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Além do ex-chefe da pasta, também são sondados pela operação o ex-diretor Executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do Recife, Felipe Soares Bittencourt e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde do Recife, Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, bem como os empresários Juarez Freire da Silva, Juvanete Barreto Freire e Adriano César de Lima Cabral.

No documento, assinado pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, o crime de dispensa indevida de licitação foi atribuído a todos os envolvidos. O de peculato, ao ex-secretário, ao ex-diretor, à ex-gerente e aos empresários. Já a acusação de crime contra a ordem tributária, somente aos empresários. O MPF solicitou à Justiça que seja decretada perda de eventual cargo público exercido pelos denunciados, bem como o pagamento de indenização para reparação dos danos morais e/ou patrimoniais causados.

A microempresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária), especializada em produtos veterinários e aberta poucos meses antes dos processos licitatórios, foi contratada pela Prefeitura por meio de duas dispensas de licitação para o fornecimento de 500 ventiladores pulmonares. A compra teve caráter emergencial e as dispensas foram fundamentadas na Lei Federal nº 13.979/2020, que permite processos menos burocráticos visando a solução de problemas causados pela pandemia à Saúde.

O valor total dos contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 50 mil. A empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para o fornecimento dos ventiladores.

Entenda as acusações

Segundo as investigações, Jailson Correia, Felipe Soares e Mariah Simões dispensaram os processos licitatórios indevidamente, possibilitando o desvio de verbas do SUS mediante a aquisição de ventiladores pulmonares sem a devida certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embora tivessem ciência da irregularidade dos equipamentos.

Em resposta a ofício enviado pelo MPF, a Anvisa reforçou, no ano passado, que a Brasmed não possuía Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) ou pedido de AFE referente à realização de atividades com produtos para saúde. Além disso, informou que, quanto ao ventilador pulmonar “BR 2000”, fornecido pela Juvanete e fabricado pela Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos, não existia autorização para sua fabricação e comercialização no país, tampouco para utilização em humanos.

O MPF destaca que a escolha da Juvanete teria ocorrido de forma ilícita, antes mesmo da deflagração dos processos de dispensa, especialmente levando em conta a elaboração dos “Relatórios Descritivos das Razões de Escolha do Fornecedor”, documentos que foram datados 23 dias após a efetiva escolha da empresa, que inclusive já tinha recebido o pagamento referente a um dos contratos.

Com relação a Adriano César de Lima Cabral, representante local da Juvanete Barreto Freire, o MPF argumenta que o denunciado viabilizou os processos de dispensas indevidas de licitação não só representando a microempresa em todas as fases, mas também assinando os contratos administrativos decorrentes, mesmo tendo plena ciência de que os equipamentos fornecidos não possuíam certificação da Anvisa, bem como que a Juvanete Barreto Freire estava, na verdade, substituindo ilegalmente a verdadeira fornecedora dos produtos, a Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos.

Na denúncia, a procuradora argumenta que “embora a Lei nº 13.979/2020 tenha simplificado os critérios para contratações de bens e serviços para enfrentamento da pandemia de Covid-19, em tal lei não se observa qualquer autorização para que o gestor público contrate empresa que não se adeque às especificações técnicas constantes do próprio introdutório do processo de dispensa”.

O MPF destaca também que, um dia após a deflagração ostensiva da Operação Apneia, a Prefeitura do Recife rescindiu, de forma repentina, os contratos administrativos com a Juvanete, sem aplicação de multa ou qualquer tipo de sanção à empresa contratada.

Desvios de recursos do SUS

Embora tenha sido viabilizado o pagamento de 50 unidades do ventilador pulmonar, inclusive com recebimento atestado por Mariah Simões, a investigação constatou que só foram adquiridos e posteriormente devolvidos à Juvanete a quantia referente a 35 equipamentos.

De acordo com o MPF, a prática demonstrou o pagamento extra de 15 respiradores, caracterizando o desvio de recursos do SUS no valor de R$ 322,5 mil, em benefício de Juarez Freire da Silva, administrador do grupo empresarial Brasmed, e de Juvanete Barreto Freire, sócia titular da empresa contratada. Segundo a denúncia, ambos emitiram nota fiscal falsa, contendo número de equipamentos superior ao efetivamente entregue.

Crimes contra a ordem tributária

Conforme a denúncia do MPF, as apurações indicaram que Juarez Freire e Juvanete Barreto constituíram e colocaram em pleno funcionamento a empresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) visando a evitar o pagamento de tributos mediante fraude, uma vez que as verdadeiras fornecedoras dos produtos vendidos pela Brasmed estavam impossibilitadas de contratar com o poder público, seja devido a débitos fiscais ou por razão de bloqueios judiciais. De acordo com análise da Controladoria-Geral da União (CGU), a soma dos débitos do grupo empresarial chega a quase R$ 10 milhões.

Ainda segundo a denúncia, além de possibilitar fraudes no que diz respeito à responsabilização das demais empresas, em especial a Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos, bem como permitir a sua contratação ilegal, por parte do poder público, a Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) foi constituída visando, ainda, a obter maiores benefícios fiscais em relação às demais empresas do grupo. Conforme reforça o MPF, a Juvanete foi instituída inicialmente sob o regime de microempresa, com taxação simplificada e possibilidade de adesão ao Simples Nacional.

Por minoria dos votos, o Tribunal Especial de Julgamento, instalado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina absolveu, nesta sexta-feira (7), o governador afastado Carlos Moisés (PSL) da acusação de ter cometido crime de responsabilidade na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores pulmonares em abril de 2020.

Com a decisão, Moisés preserva o cargo de governador, o qual deve voltar a ocupar no início da próxima semana. Ele estava afastado da chefia do Poder Executivo catarinense desde o fim de março deste ano, quando o tribunal aprovou - por 6 votos a 4 - o relatório que recomendou a instauração de processo de impeachment do governador.

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A votação de hoje repetiu o resultado do último dia 27 de março. Dos dez membros do tribunal especial, seis votaram a favor do impeachment. Quatro, contra. Como eram necessários no mínimo sete votos para que Moisés fosse impedido de seguir à frente do cargo, o resultado foi sua absolvição.

Os cinco desembargadores votantes (Luiz Zanelato; Sônia Maria Schmidt; Rosane Portela Wolff; Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco) concluíram que Moisés cometeu os crimes a ele atribuídos pelos autores do pedido de impeachment, um grupo de empresários e advogados catarinenses, e votaram por sua condenação.

Já entre os cinco deputados estaduais que integram o tribunal especial, apenas um, Laércio Schuster (PSB), votou contra Moisés. Valdir Cobalchini (MDB); Fabiano da Luz (PT); Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP) entenderam que o político não teve participação em qualquer irregularidade e votaram pela absolvição.

Retorno ao cargo

Ao anunciar o resultado, o presidente do tribunal especial, desembargador Ricardo Roesler, que também preside o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), proferiu a sentença. “O Tribunal Especial de Julgamento, após deliberar sobre o mérito, não alcançou a maioria de 2/3 [dos votos], prevista na Lei nº 1.079/50, e necessária para condenar o governador Carlos Moisés pela prática do crime de responsabilidade que lhe foi imputada”, disse Roesler, determinando que também a governadora em exercício, Daniela Reinehr (vice-governadora), seja imediatamente notificada da decisão. “Com esta decisão, o senhor Moisés retorna ao cargo imediatamente”, acrescentou o magistrado.

Em sua conta pessoal no Twitter, Moisés escreveu que a decisão “repara um erro”, pondo fim ao que classificou como tentativas de lhe atribuir, “falsamente”, a prática de atos ilegais. “Restabelecida a verdade, o foco agora deve estar no que verdadeiramente importa, que é trabalhar pelo bem de Santa Catarina e de sua gente, a quem todas as forças políticas têm o dever de servir.”

Esta é a segunda vez em menos de seis meses que o tribunal misto inocenta Moisés em ações de impedimento com base em acusações de responsabilidade.

Em outubro de 2020, o governador chegou a ser afastado do cargo para responder a um processo no qual se apurava possíveis irregularidades na concessão de aumentos salariais a procuradores estaduais sem a autorização da Assembleia Legislativa. O governador retornou ao cargo em novembro, depois de ser absolvido pelo tribunal especial.

Nesta segunda ação, o político era acusado de, tendo ciência, não ter adotado as providências necessárias para impedir eventuais irregularidades na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores hospitalares, pelos quais o governo catarinense pagou, antecipadamente, R$ 33 milhões. Até hoje, apenas parte dos equipamentos contratados em abril de 2020, sem licitação, foi entregue. Moisés sempre negou qualquer irregularidade, afirmando que sua gestão fora vítima do não cumprimento do contrato de compra.

 

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) recebeu, na tarde desta segunda-feira (8), mais 79 respiradores comprados pelo Governo de Pernambuco, em um investimento de R$ 3,5 milhões. Os novos equipamentos recebidos nesta segunda serão enviados, nos próximos dias, para unidades de saúde da Região Metropolitana do Recife e interior, possibilitando a abertura de novos leitos de terapia intensiva em todo o Estado.

Nas próximas semanas, a SES-PE ainda vai receber outros 150 ventiladores já comprados pelo Governo do Estado. No ano passado, para enfrentar a crise do novo coronavírus, o Governo já havia adquirido outros 365 respiradores mecânicos. Além disso, levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de 2019, apontou que Pernambuco já tinha, antes da pandemia, a 8ª melhor proporção de respiradores por habitantes do país e mais de 75% destes aparelhos estavam em funcionamento na rede pública.

MAIS UTIS

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 Começaram a funcionar nesta segunda (8) mais 10 leitos de terapia intensiva no Hospital Memorial Guararapes, no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. As vagas estão sendo disponibilizadas a partir de contratualização com o serviço, que já tinha aberto, na última sexta (05/03), outras 10 UTIs. Com isso, a rede estadual já conta com 2.074 leitos, sendo 1.068 de terapia intensiva.

 A expectativa é que, ainda hoje, o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa também transforme 10 leitos de enfermaria em 10 vagas de UTI. Nos próximos dias, ainda estão previstos mais 30 leitos de UTI nos hospitais do Tricentenário (20 vagas), em Olinda, e Santa Maria, em Araripina (10), no Sertão do Araripe. Além disso, até o final da semana, mais vagas de terapia intensiva Alfa devem ser colocadas em operação. Em relação aos leitos de enfermaria, entraram em funcionamento nos últimos dias 14 leitos no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no Recife, e 20 no Hospital Santa Maria, em Araripina.

A secretaria estadual de Saúde ainda está com chamamento público aberto para contratação de leitos dedicados à Covid-19 junto aos hospitais privados.

"Estamos ampliando permanentemente as vagas para terapia intensiva no Estado, seja em serviços próprios ou conveniados e também contratualizando com a rede privada. O esforço para ofertar essas vagas em todas as regiões pernambucanas têm sido constante, mas ratifico que cada um precisa fazer a sua parte para aliviar essa pressão que nosso sistema de saúde têm sentido nos últimos dias. Precisamos respeitar as regras sanitárias, o distanciamento social e a higienização das mãos para diminuir os adoecimentos e, consequentemente, os internamentos, além de mais mortes que poderiam ser evitadas", afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo.

*Da Imprensa PE

Em cerca de nove meses de pandemia no Brasil, o Governo Federal, em nome do Ministério da Saúde (MS), não apresentou um planejamento estratégico contra a Covid-19, indica o Tribunal de Contas da União (TCU). Relatórios da entidade revelam que não há contato com estados e municípios, nem o respeito a prazos contratuais.

O órgão indica a inexistência de um plano estratégico "minimamente detalhado" e ressaltou a falta de entrega de equipamentos de proteção individual, respiradores, testes e o descumprimento de prazos definidos em contratos. O TCU reforça que os servidores do MS ainda não entenderam que, dentre as obrigações, está a coordenação das medidas de enfrentamento em parceria com governos estaduais e municipais.

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O levantamento mostra que a pasta abriu processo para adquirir 300 milhões de kits de seringas e agulhas para a vacinação. Contudo, 11 estados afirmaram que comprariam 150 milhões de unidades. A Controladoria Geral da União (CGU), disse que não há documentos relacionados a entrega do material aos estados, bem como prazo de entrega.

Em comunicado, o Ministério informou que está viabilizando a compra de seringas, agulhas e equipamentos de proteção. A pasta também garante que repassa recursos para que os próprios governadores comprem insumos, mas que realiza a aquisição de forma centralizada, devido a pandemia.

O relatório adverte para o desabastecimento de medicamentos a pacientes intubados e dificuldades para adquirir respiradores e analgésicos. Além disso, não existe um estoque de respiradores no almoxarifado do Ministério, em São Paulo.

Em resposta, o MS diz que não poderia informar a quantidade de aparelhos estocados por 'questões de segurança', mas que o material pode ser solicitado por secretarias estaduais e municipais. Ainda respondeu que divulga semanalmente a quantidade de ventiladores pulmonares distribuídos.

O Ministério Público do Pará (MP-PA) pediu à Justiça que decrete o afastamento liminar do governador do Estado, Helder Barbalho (MDB), em razão de supostos atos de improbidade administrativa ligados à compra de R$ 50 milhões de 400 respiradores "inservíveis" ao combate à pandemia da Covid-19 - negociação investigada pela Polícia Federal (PF).

No pedido apresentado à 1ª Vara de Fazenda da capital paraense, nesta terça-feira (10), o Procurador-geral do Pará Gilberto Valente Martins pediu ainda o bloqueio de ao menos R$ 15 milhões em bens de Barbalho e outros nove envolvidos, entre eles o ex-secretário de Saúde Alberto Beltrame e o ex-chefe da Casa Civil paraense Parsifal de Jesus Pontes.

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Segundo a Promotoria, as tratativas com a SNK do Brasil - empresa que recebeu pagamento antecipado de R$ 25 milhões pela entrega dos respiradores - "gerou enormes danos ao erário estadual, enriquecimento ilícito dos envolvidos e a violação de diversos princípios".

A ação diz que houve "compra superfaturada e fraudulenta, totalmente montada e direcionada, fruto de negociação escusa e repleta de ilegalidades e imoralidades, que ao final, resultou no recebimento de produto totalmente inservível ao combate da pandemia do Covid-19, prejudicando sobremaneira vida da sociedade paraense".

Além de Barbalho, Beltrame e Pontes, o Ministério Público do Pará imputa graves atos de improbidade administrativa a empresários ligados a SKN - André Felipe de Oliveira da Silva, Marcia Velloso Nogueira e Felipe Nabuco dos Santos -, à diretora do Departamento de Administração e Serviços Cintia de Santana Andrade, ao ex-assessor do gabinete do governador Leonardo Nascimento e ao ex-secretário adjunto de gestão administrativa da Secretaria de Saúde Peter Cassol. Este último foi flagrado na Operação Para Bellum com dinheiro vivo em um cooler que estava em sua casa.

Ao pedir o afastamento de Barbalho, o procurador-geral de Justiça Gilberto Valente Martins aponta "prática de corrupção" sistêmica na atual gestão do Poder Executivo estadual, "com ingerência direta" do governador. A ação de improbidade frisou que os supostos ilícitos são objeto de apuração das Operações Solércia, Para Bellum e S.O.S e envolveriam três secretarias de Estado distintas. Segundo Martins, tal cenário evidencia "potencial espraiamento das práticas atentatórias à probidade administrativa por todo o alto escalão do Executivo estadual" - "potencialidade extremamente danosa dos atos e para impedir novas condutas ímprobas", destacou.

"Em momentos de pandemia como o presente, pessoas do jaez do governador não podem ficar à frente do mais importante cargo do Poder Executivo, sob pena de não apenas por em perigo o patrimônio público, mas, também a vida das pessoas que necessitam do emprego adequado do dinheiro público, aos fins sociais e não para o atendimento de ganância particular", defendeu o procurador-geral do Pará.

No documento, a promotoria afirma que Helder Barbalho "aproveitou-se de sua posição de gestor maior para praticar diretamente atos que claramente viabilizavam desvios de dinheiro público, destinado a salvar vidas". Segundo o MP-PA, o governador "aproveitou" do Poder inerente ao seu cargo, "até mesmo para criar normas que subsidiassem seu esquema ilícito, ou seja, usou das prerrogativas que sua condição de chefe maior do Executivo Paraense, para gerar locupletamentos ilícitos, fraudando aquisições públicas milionárias".

"Trata-se, assim, do pior tipo de ser humano, qual seja, aquele que é pago para servir uma sociedade, ocupando um de seus cargos de gestão mais importantes, porém, abusa da confiança que lhe foi depositada para praticar fraudes e violações aos interesses sociais", registra a ação de improbidade.

Nessa linha, Martins alega que Barbalho precisa ser afastado por "estar patente seu envolvimento, comissivo e omissivo, nas múltiplas ilegalidades presentes em seu governo, ao que se soma a real possibilidade dele continuar a usar o cargo - até mesmo com a manipulação da Procuradoria Geral do Estado - para buscar encobrir a localização de provas e produzir situações que beneficiem os envolvidos em seus esquemas ilícitos".

Na ação de improbidade, o MP-PA pede ainda à Justiça que determine outras medidas cautelares, como a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos e a decretação do bloqueio de até R$ 15 milhões dos requeridos. O valor da indisponibilidade tem relação com a indenização por direitos morais coletivos, de ao menos R$ 10 milhões, que a promotoria também solicitou.

Segundo o Ministério Público do Pará, houve no caso lesão aos princípios constitucionais da administração pública e dano ao erário - estimado até o momento - de R$ 5.083.400,27.

Ao solicitar o bloqueio dos bens, a Promotoria apontou "consequências nefastas" das condutas de improbidade "que deixaram a população paraense sem dignidade, morrendo sem atendimento adequado, em meio a uma pandemia, o que gerou violações enormes aos seus direitos fundamentais, especialmente a saúde e a vida, sem prejuízo de todos os abalos psicológicos, fruto de desespero generalizado".

"A adoção de uma política pública falha em decorrência de ato de corrupção, é, na prática, o descumprimento doloso do dever de proteção estatal, sendo induvidosa a ocorrência de lesão ao direito social em questão", defende o MP-PA.

Defesa

Procurado pela reportagem, o governo do Pará enviou nota dizendo que "a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informa que não foi notificada e por isso não teve acesso à Ação Civil Pública".

Para auxiliar a rede estadual de saúde para combater a Covid-19, o banco Santander Brasil e a Vivo estão doando 20 respiradores para a Secretaria de Saúde de Pernambuco. Os respiradores importados chegaram nesta quinta-feira (30), no Brasil. Além de Pernambuco, serão doados 50 respiradores para São Paulo e Rio de Janeiro, 20 para o Roraima, Amapá e Ceará, 15 para o Espírito Santo e cinco para o Acre. 

"A iniciativa reforça a rede de solidariedade entre empresas de diferentes setores, mas que têm em comum uma atuação sustentável na área de responsabilidade social. O destino dos respiradores foi definido em parceria com as secretarias de saúde dos estados, de modo que os aparelhos atendam as regiões mais afetadas pela Covid-19", explica assessoria do Santander e da Vivo.

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Na manhã desta quinta-feira (23), a Polícia Federal deflagrou a terceira fase da operação que investiga irregularidades em contratos, que somam mais de R$ 11,5 milhões, para a compra de respiradores pela Prefeitura do Recife. Como parte da ação, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão temporária do secretário de Saúde, Jailson Correia, além de agentes públicos e empresários envolvidos na negociação. No entanto, a Justiça Federal negou a solicitação. A informação foi revelada pelo Blog do Jamildo e confirmada pelo MPF ao LeiaJá.

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Reprodução/Justiça Federal

O pedido de prisão cautelar se estendeu ao diretor financeiro da secretaria, Felipe Bittencourt, a diretora de operações, Mariah Simões, e aos empresários Juarez Freire, Juvanete Barreto Freire e Adriano César Lima Cabral. Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas respectivas residências, na Secretaria de Saúde (Sesau), na Secretaria de Governo da Prefeitura do Recife, na Prefeitura de Ipojuca e na Prefeitura de Moreno.

A apuração do MPF aponta que a microempresa Juvanete Barreto Freire foi aberta há cerca de seis meses, com experiência no segmento veterinário e, embora estimou o faturamento anual de R$ 81 mil junto à Receita Federal, fechou contratos milionários sem licitação. As empresas Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos e a BRMD Produtos Cirúrgicos foram incluídas na investigação por serem supostamente representadas por Juvanete Freire.

De acordo com a Operação Apneia, há indícios de que os servidores públicos da Sesau sabiam que a empresa recém-fundada não possuía autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricação de respiradores, que inclusive, nem haviam sido testados m humanos. O recurso usado para firmar os contratos veio do Fundo Municipal de Saúde, que conta com repasses federais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em resposta ao LeiaJá, a Prefeitura do Recife se defendeu por meio de nota e informou que "todas as contratações e compras feitas pela Secretaria de Saúde para a emergência da Covid-19 têm sido realizadas dentro da legalidade" e foram enviadas aos órgãos fiscalizados. Confira a nota da íntegra:

“A Prefeitura do Recife informa que todas as contratações e compras feitas pela Secretaria de Saúde para a emergência da Covid-19 têm sido realizadas dentro da legalidade e enviadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por iniciativa da própria Prefeitura. Sobre a compra de máscaras, todas foram devidamente recebidas e estão sendo utilizadas pelos profissionais de saúde nos hospitais. Em relação aos respiradores, os equipamentos não foram utilizados e, com a demora da autorização da Anvisa, os equipamentos foram devolvidos à empresa e o valor pago foi totalmente devolvido para a Prefeitura, sem prejuízo para os cofres municipais.”

Um dos contratos suspeitos identificados na investigação sobre suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Amazonas envolveu uma importadora de vinhos. A empresa teria sido usada para revender respiradores superfaturados ao governo do Estado.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o Executivo do Amazonas, vendeu os ventiladores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a casa de vinhos revendeu os equipamentos ao Estado por R$ 2,976 milhões, ou seja, com sobrepreço de R$ 496 mil. Após receber valores milionários em sua conta, a adega repassou o montante integralmente à organização de saúde, segundo o MPF.

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Além disso, respiradores teriam sido adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no País durante a pandemia, com diferença de 133%. Os detalhes da investigação foram tornados públicos nesta terça, 30, quando MPF e Polícia Federal deflagraram a Operação Sangria para cumprir 20 mandados de busca e apreensão e outros oito de prisão. Os agentes vasculham a casa do governador, Wilson Lima (PSC), apontado como 'comandante' do esquema, e a sede do governo. A Secretária de Saúde, Simone Papaiz, foi presa na ação.

As medidas cumpridas hoje foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem ainda o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

A investigação do MPF e da PF, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal, apura a atuação de uma "organização criminosa" que estaria desviando recursos públicos destinados ao combate do novo coronavírus. O Amazonas recebeu cerca de R$ 80 milhões repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o enfrentamento da doença.

Segundo os investigadores, além de compras superfaturadas de respiradores, foram identificados direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados "com a participação direta do governador", de outros agentes públicos e de empresários.

Há suspeita dos crimes de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO AMAZONAS

"O Governo do Amazonas informa que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação. Informa, ainda, que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando para Manaus".

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem, nesta terça-feira (30), vinte mandados de busca e apreensão e outros oito de prisão em operação contra suposta fraude na compra de respiradores. A ação mira no governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Os agentes estiveram na casa do governador, na sede do governo e na Secretaria de Saúde do Estado. A Secretária de Saúde, Simone Papaiz, foi presa. A biomédica assumiu o cargo em abril, após pedido de demissão do antecessor Rodrigo Tobias, que deixou a pasta no auge da pandemia no Amazonas.

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As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem ainda o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

A ação é resultado de uma investigação que apura a atuação de uma "organização criminosa" que, segundo o MPF, estaria desviando recursos públicos destinados ao combate da pandemia de Covid-19.

De acordo com os investigadores, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados "com a participação direta do governador", de outros agentes públicos e de empresários.

"Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados", destacou a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo no pedido de medidas cautelares.

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, respiradores teriam sido adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no País durante a pandemia, com diferença de 133%.

No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do Estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos. Uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos ao Estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega repassou o montante integralmente à organização de saúde, segundo o MPF.

Há suspeita dos crimes de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.

O Estado do Amazonas, que viveu fase crítica no enfrentamento da doença, já soma mais de 69 mil casos confirmados de covid-19 e 2.782 obtidos, segundo a última atualização do boletim divulgado pelo Secretaria de Saúde. A capital, Manaus, ganhou repercussão mundial depois que centenas de corpos foram enterrados em valas.

Wilson Lima é o terceiro governador investigado por supostas irregularidades em contratações para o enfrentamento da pandemia. Antes deles, Wilson Witzel (PSC), do Rio, e Helder Barbalho (MDB), do Pará, também tiveram endereços vasculhados por agentes federais.

Defesa

"O Governo do Amazonas informa que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação. Informa, ainda, que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando para Manaus."

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, realiza uma visita aos municípios de Caruaru e Bezerros, na manhã desta terça-feira (30), para entregar respiradores e equipamentos de proteção individual (EPI) em unidades hospitalares. Desde a sexta-feira (26), as cidades do Agreste estão em isolamento rígido, que foi programado para seguir até este domingo (5).

O primeiro local visitado pelo secretário será o Hospital Jesus Pequenino, em Bezerros, onde assina o termo de cessão de cinco respiradores para abertura de leitos exclusivos para pacientes da Covid-19. A expectativa é que os dispositivos sejam entregues na quarta-feira (1º).

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Longo segue para o Hospital Mestre Vitalino, referência para o tratamento da infecção em Caruaru, onde entrega 20 respiradores. A unidade conta com 60 leitos de UTI e 50 de enfermaria.

Os dois municípios também vão ser equipados com 85 mil EPIs, divididos em 70 mil máscaras cirúrgicas, 14 mil máscaras N95, 1.400 protetores faciais e 210 óculos de proteção. A visita encerra com uma reunião entre os secretários municipais e André Longo, na sede da IV Gerência Regional de Saúde. Os gestores vão avaliar a evolução do isolamento e a situação da pandemia na região.

Para responder a uma das maiores demandas surgidas na pandemia de coronavírus, engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa - JPL, em inglês - desenvolveram um respirador mecânico de alta pressão específico para tratamento de pacientes da Covid-19. A ideia foi criar um projeto mais simples de ser produzido do que um respirador mecânico tradicional, que pudesse ser reproduzido em todo o mundo.

Depois da aprovação do protótipo feito pelo JPL, que fica na Califórnia, na agência americana reguladora de drogas e alimentos (FDA), a Nasa passou a conceder patentes e licenças a empresas americanas e estrangeiras com capacidade de produzir o equipamento, que pode agora começar a ser fabricado no Brasil.

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Quando soube do projeto desenvolvido pela Nasa, Rubens Calbucoy, diretor comercial da Russer, empresa especializada em urologia que fica em Indaiatuba, interior de São Paulo, achou que seria a oportunidade perfeita. Desde o início da pandemia, ele, filho do fundador da empresa, queria ajudar na produção de equipamentos que pudessem tratar infectados. "Tínhamos a capacidade para fabricar um respirador, mas não tínhamos o know-how."

A Russer foi uma das três instituições brasileiras autorizadas a desenvolver o equipamento no País. No total, 331 companhias de 42 países se inscreveram no processo do JPL. Inicialmente, 30 instituições brasileiras se mostraram interessadas. Das cerca de 100 propostas formalmente enviadas, a Nasa concedeu licenças a oito empresas americanas e 24 estrangeiras.

O respirador, criado em 37 dias pelos engenheiros do laboratório da Nasa, recebeu o nome Vital, abreviação em inglês para Tecnologia de Intervenção do Respirador Acessível Localmente. A máquina é usada como os respiradores comuns, em que o paciente precisa ser sedado para que o tubo de oxigênio seja inserido e o ajude a respirar. A diferença é que o Vital é específico para tratamento de covid-19. Isto faz com que o aparelho não tenha tantas funcionalidades, mas seja construído de forma mais simples e rápida.

O equipamento usa, segundo o laboratório da Nasa, 1/7 do número de partes de um respirador tradicional, sendo todos componentes já disponíveis nas cadeias de suprimentos. A ideia é liberar os respiradores tradicionais para os piores casos da covid-19.

Há uma preocupação dos engenheiros também para que as peças usadas não sejam as mesmas de um respirador comum - o que evita escassez na produção dos respiradores tradicionais. A duração do respirador é de cerca de três a quatro meses, enquanto os respiradores tradicionais podem durar anos.

"Na hora que soubemos que fomos selecionados para produzir no Brasil, foi muito emocionante", afirma Calbucoy, da Russer. O brasileiro Luis Phillipe Tosi foi um dos responsáveis no laboratório da Nasa pelas avaliações dos projetos de empresas do Brasil. "O propósito deste projeto e a mensagem que queremos passar é que pretendemos dar acesso a esse respirador ao mundo inteiro", afirma Tosi. "Consideramos como diferencial na seleção a experiência técnica de desenvolvimento de produtos médicos e a experiência prévia com a Anvisa."

As empresas selecionadas receberam o pacote de desenhos e projetos para desenvolver o produto, software e a documentação e aprovação do projeto na FDA. A parceria não acaba aí. O JPL quer saber o retorno das empresas, as dificuldades e sugestões de aprimoramento.

Apoio

Para atingir a meta sonhada de produção de 1 mil respiradores por mês, Calbucoy ainda precisa de parceiros. "Sozinhos não vamos conseguir", afirma. Com cem funcionários, a Russer quer fazer parcerias com montadoras de carros e autopeças para conseguir produção em grande escala. As empresas contatadas se mostraram entusiasmadas, mas disseram, segundo ele, que preferem aguardar até que todos os componentes para produção estejam disponíveis.

"Algumas empresas ficaram um pouco assustadas depois que entraram no mundo dos respiradores, foi mais complicado do que esperavam", afirma o diretor da Russer, que acredita que conseguirá todos os componentes - pouco mais de cem - em breve e deve ter um protótipo pronto em duas semanas. Segundo a Russer, a maior parte das peças é encontrada no mercado nacional. Até agora, ele conseguiu uma parceria com a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec) que dá suporte com professores e especialistas que têm ajudado no projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao autorizar a abertura da Operação Para Bellum na manhã desta quarta, 10, o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, indicou que dos autos da investigação sobre supostas fraudes na compra de R$ 50,4 milhões em respiradores no Pará constam diálogos entre o governador do Pará Helder Barbalho e o empresário André Felipe de Oliveira da Silva mantidos desde 2018 - "indicativo de intimidade e proximidade entre ambos", diz o ministro. Segundo apurado pelo Estadão, as mensagens extraídas do celular de Silva, fornecedor dos respiradores sob investigação, revelam que o governador Helder barbalho o chama de 'amigo'.

Os indícios de 'relação próxima' entre o empresário e o governador do Pará também foram destacados pela Procuradoria-Geral da República em nota. No Twitter, Helder Barbalho afirmou que não é 'amigo' do empresário.

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André Felipe é representante da empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA, que está no centro das investigações da Para Bellum. A companhia firmou contrato com o governo do Pará para fornecimento de 400 respiradores para combate ao novo coronavírus. No entanto, os 152 equipamentos relativos ao primeiro lote da entrega apresentaram falhas técnicas durante o processo de instalação, não puderam ser usados e foram devolvidos. No mês passado foi fechado acordo para obrigar a empresa a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes ao equipamentos defeituosos.

Segundo o ministro Francisco Falcão, a ineficiência dos equipamentos no tratamento de infectados pelo novo coronavírus 'pode ser atribuída à inobservância das normas legais e técnicas por parte do Governo do Estado, notadamente da Secretaria de Saúde, na aquisição, o que causou estimável prejuízo à sociedade paraense'.

A decisão de Falcão indica que a SKN 'sequer possuía autorização para comercializar os equipamentos adquiridos'. O documento também registra que laudo pericial da Polícia Federal indica sobrepreço de 86,6% no valor pago pelo Governo do Estado do Pará, de forma antecipada, pela aquisição dos equipamentos.

O contrato celebrado com a empresa de André se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do coronavírus, sendo que metade do valor total foi pago antecipadamente, indica a Polícia Federal. Segundo a Procuradoria-geral da República, as tratativas para a aquisição dos respiradores e pagamento foram realizadas diretamente pelo gabinete de Helder Barbalho.

Na decisão que determinou a realização das buscas da Para Bellum - 23 ao todo, em sete Estados -, além do bloqueio de R$ 25 milhões de Barbalho e outros sete investigados, o ministro Francisco Falcão indicou que a escolha direta da empresa de André Filipe se deu 'possivelmente em razão da relação próxima e amistosa' entre o governador e o empresário.

"Diversos elementos de prova oligidos indicam o direcionamento da contratação por parte do Governador e a posterior montagem de certame licitatório com a finalidade de regularizar a aquisição que já havia sido realizada e, inclusive, paga", escreveu o magistrado no documento.

Ex-secretário de Esporte do Distrito Federal, André Felipe chegou a ser preso no âmbito das investigações no último dia 13. Em seu depoimento, o empresário diz que conhece o governador há cerca de dez anos.

Além de mencionar os diálogos desde 2018, Falcão indicou que as conversas entre Barbalho e André Felipe se intensificaram a partir de março de 2020, havendo tratativas diretas acerca de aquisições de respiradores. Para Falcão as conversas demonstram 'claramente o conluio entre a mais alta autoridade do Estado e a empresa contratada, que recebeu o pagamento milionário de forma antecipada'.

Falcão indica ainda que a empresa de André Felipe de Oliveira da Silva foi favorecida em outra contratação, no valor de R$ 4,2 milhões. O tópico também foi tratado nos diálogos analisados pelos investigadores.

A decisão registra trechos representação enviada pela Procuradoria-Geral da República ao STJ que transcrevem alguns diálogos entre Barbalho e André Felipe. Em um dos fragmentos, a PGR diz que as negociações entre o governador e o empresário eram 'tão evidentes' que, após as tratativas de aquisição dos respiradores, o representante da SKN enviou a seguinte mensagem para o chefe do executivo paraense: "Bom dia. Vc ficou de me enviar a contato para eu enviar o contrato e não recebi". Segundo a Procuradoria, pouco tempo depois o governador pegunta: "Cadê a proposta?". Em resposta, André diz: "enviando no início da tarde".

"É induvidoso, portanto, que ocorreu, neste caso, uma franca negociata entre o Chefe do Poder Executivo envolvendo empresário 'parceiro'. Esse fato se comprova pela conversa ocorrida entre o Governador Helder Barbalho e André Felipe de Oliveira da Silva, no dia 23 de abril de 2020. Nesta conversa, o Governador Helder perde a paciência com André Felipe, demonstrando seu descontentamento pela não entrega dos ventiladores pulmonares no prazo estipulado, momento em que afirma (textuais): "vc está

ganhando uma fortuna", sendo que em seguida continuam a tratar da situação, em ligação de whatsapp", registrou ainda a PGR.

Buscas e apreensões

Entre os endereços-alvo das buscas realizadas na manhã desta quarta, 10, estavam a casa do governador do Pará, Helder Barbalho, a residência do secretário de Saúde e presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde Alberto Beltrame, no Palácio dos Despachos, sede do Executivo estadual, e as Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil.

Na casa do secretario adjunto de gestão administrativa de Saúde, Peter Cassol, a PF apreendeu quase R$ 750 mil. O dinheiro foi encontrado embalado em jornal dentro de uma caixa térmica. Após a ofensiva, o governo do Estado publicou mensagem no Twitter indicando que o servidor foi exonerado.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO ESTADO

"Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam."

COM A PALAVRA, O EMPRESÁRIO ANDRÉ FELIPE

A reportagem busca contato com o investigado. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, PETER CASSOL

A reportagem busca contato com o secretário adjunto. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Federal apreendeu quase R$ 750 mil na casa do secretario adjunto de gestão administrativa de Saúde, Peter Cassol, no âmbito das buscas da Operação Para Bellum, desencadeada na manhã desta quarta (10), para investigar supostas fraudes na compra de respiradores pelo governo estadual. Segundo a corporação, o dinheiro foi encontrado embalado em jornal dentro de uma caixa térmica.

Após a ofensiva da PF, o governo do Estado publicou mensagem no Twitter indicando que o servidor foi exonerado.

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A Para Bellum realizou ao todo 23 buscas por ordem do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os alvos das buscas estão a casa do governador do Pará, Helder Barbalho, a residência do secretário de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde Alberto Beltrame, o Palácio dos Despachos, sede do Executivo estadual, e as Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil.

Falcão ainda determinou o bloqueio de R$ 25 milhões de Barbalho e outros sete investigados.

Para Bellum

A ação desencadeada na manhã desta quarta, 10, investiga um contrato de R$ 50,4 milhões que se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do coronavírus. Segundo a PF, metade do valor total da compra foi pago de forma antecipada, mas os respiradores foram entregues com grande atraso, eram diferentes do modelo comprado e 'inservíveis' no tratamento no coronavírus. Os equipamentos acabaram sendo devolvidos.

Entre as quatro empresas que são alvo da ofensiva nesta manhã está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA. No mês passado foi fechado acordo para obrigar a empresa a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com Covid-19 mas não funcionaram.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a empresa não possui registro na Anvisa para fornecimento dos 400 respiradores comprados e que há indícios de superfaturamento de 86,6% na aquisição dos equipamentos.

Em nota, a PGR afirma ainda que 'indícios apontam que o governador tem relação próxima com o empresário responsável pela concretização do negócio e sabia da divergência dos produtos comprados e da carga de ventiladores pulmonares inadequados para o tratamento da covid-19 que foi entregue ao estado'. No Twitter, Helder Barbalho afirmou que não é 'amigo' do referido empresário e que 'obviamente não sabia' que os equipamentos não funcionariam.

O governador indicou ainda que determinou o bloqueio do pagamento de outros equipamentos para a mesma empresa e o que entrou com ação de indenização por danos morais coletivos contras os fornecedores. "Estou tranquilo e à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário. Agi a tempo de evitar danos ao erário público, já que os recursos foram devolvidos aos cofres do estado", afirmou.

O perfil do Governo do Estado também se manifestou na sede social, publicando uma série de tuítes relacionados ao tema da operação.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO ESTADO

"Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam."

Na petição enviada ao Superior Tribunal de Justiça para deflagração da Operação Para Bellum na manhã desta quarta-feira (10), a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou que as ilicitudes investigadas - fraude na compra de R$ 50,4 milhões em respiradores - 'passam claramente pelo crivo do governador Helder Barbalho'. O governador e outras 14 pessoas foram alvo de buscas por determinação do ministro Francisco Falcão, que determinou ainda o bloqueio de R$ 25 milhões de Barbalho e outros sete investigados.

Ao todo a Polícia Federal cumpre 23 mandados de busca e apreensão em no Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal. Os agentes estiveram na casa de Helder Barbalho, na residência do secretário de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde Alberto Beltrame, no Palácio dos Despachos, sede do governo paraense, e nas Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil.

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A ação investiga um contrato de R$ 50,4 milhões que se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do coronavírus. Segundo a PF, metade do valor total da compra foi pago de forma antecipada, mas os respiradores foram entregues com grande atraso, eram diferentes do modelo comprado e 'inservíveis' no tratamento no coronavírus. Os equipamentos acabaram sendo devolvidos.

Entre as quatro empresas que são alvo da ofensiva nesta manhã está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA. No mês passado foi fechado acordo para obrigar a empresa a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com covid-19 mas não funcionaram.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a empresa não possui registro na Anvisa para fornecimento dos 400 respiradores comprados e que há indícios de superfaturamento de 86,6% na aquisição dos equipamentos.

Em nota, a PGR afirma ainda que 'indícios apontam que o governador tem relação próxima com o empresário responsável pela concretização do negócio e sabia da divergência dos produtos comprados e da carga de ventiladores pulmonares inadequados para o tratamento da covid-19 que foi entregue ao estado'. No Twitter, Helder Barbalho afirmou que não é 'amigo' do referido empresário e que 'obviamente não sabia' que os equipamentos não funcionariam.

Em sua conta oficial no Twitter, o governador indicou ainda que determinou o bloqueio do pagamento de outros equipamentos para a mesma empresa e o que entrou com ação de indenização por danos morais coletivos contras os fornecedores. "Estou tranquilo e à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário. Agi a tempo de evitar danos ao erário público, já que os recursos foram devolvidos aos cofres do estado", afirmou.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO PARÁ

"Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam."

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o bloqueio de R$ 25 milhões do governador Helder Barbalho e de outros sete investigados por suposta fraude na compra de R$ 50,4 milhões em respiradores no Pará. Na manhã desta quarta-feira, dia 10, o chefe do Executivo do Estado e outras 14 pessoas foram alvos da Operação Para Bellum, que cumpriu mandados de busca e apreensão em 23 endereços de sete Estados para investigar a aquisição dos equipamentos.

A PF esteve na manhã desta quarta na casa de Barbalho, no Palácio dos Despachos (sede do governo do Pará) e nas Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil. Segundo a PGR, endereços ligados a quatro empresas também são alvos da ofensiva. Entre elas está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos Ltda, que no mês passado foi obrigada a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com covid-19 mas não funcionaram.

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Defesa

O governo do Pará se manifestou por meio de nota. "Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam."

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) a Operação Para Bellum, para apurar suposta fraude na compra de respiradores pulmonares pelo governo do Pará. Aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e por ordem do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ação realizada buscas em endereços de sete Estados, entre eles a casa do governador do Estado, Helder Barbalho, e o Palácio dos Despachos, sede do Executivo estadual. Falcão ainda determinou o bloqueio de R$ 25 milhões de Barbalho e outros sete investigados.

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Cerca de 130 agentes participam da ação, sendo cumpridos ao todo 23 mandados de busca e apreensão no Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal. Além da casa de Helder Barbalho e do Palácio dos Despachos, os agentes vasculham as Secretarias de Estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil.

A corporação indicou que são alvos da ofensiva pessoas físicas e jurídicas que tiveram participação nas supostas fraudes, entre elas os sócios da empresa fornecedora dos respiradores e servidores públicos estaduais. Ao todo, são 14 alvos, indicou a Procuradoria-Geral da República, que solicitou a abertura da operação.

A Polícia Federal informou que a Para Bellum se debruça sobre um contrato de R$ 50,4 milhões feito que se deu mediante dispensa de licitação justificada pelo período de calamidade pública do novo coronavírus. Segundo a PF, metade do valor total da compra foi pago de forma antecipada, mas os respiradores foram entregues com grande atraso, eram diferentes do modelo comprado e "inservíveis" no tratamento da covid-19. Os equipamentos acabaram sendo devolvidos.

Segundo a PGR, quatro empresas são alvos da ofensiva nesta manhã. Entre elas está a companhia SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos LTDA, que no mês passado foi obrigada a devolver ao governo do Pará R$ 25,2 milhões referentes a 152 respiradores que chegaram da China para auxiliar no tratamento de pacientes com covid-19 mas não funcionaram.

A ação conta com apoio da Controladoria Geral da União e da Receita Federal do Brasil e apura crimes de fraude à licitação, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal afirmou em nota que o nome da operação vem do latim e pode ser traduzido como "preparar-se para a guerra". "No caso da investigação, faz referência ao intenso combate que a Polícia Federal tem realizado contra o desvio de recursos públicos, especialmente em períodos de calamidade como àquele decorrente do novo Coronavírus", indicou a corporação.

Defesa

O governo do Pará se manifestou por meio de nota. "Em nome do respeito ao princípio federativo e do zelo pelo erário público, o Governo do Estado reafirma seu compromisso de sempre apoiar a Polícia Federal no cumprimento de seu papel em sua esfera de ação. Informa ainda que o recurso pago na entrada da compra dos respiradores foi ressarcido aos cofres públicos por ação do Governo do Estado. Além disso, o Governo entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos equipamentos. O Governador Helder Barbalho não é amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam."

A Prefeitura do Recife (PCR) recebeu 25 novos respiradores que serão utilizados nos hospitais de campanha do município. Com o anúncio dos novos equipamentos neste sábado (6), a gestão municipal chegou ao total de 112 novas unidades somente nesta semana. 

Outros 87 respiradores artificiais chegaram ao longo desta semana: “Dando continuidade ao nosso Plano de Enfrentamento à Covid-19, recebemos mais 25 ventiladores pulmonares de última geração, resultantes de uma compra que fizemos, ainda no mês de março, à fabricante nacional Magnamed, que já nos entregou um total de 93 respiradores artificiais. Os equipamentos que chegaram agora vão permitir que a gente possa abrir mais leitos de UTI, além dos 84 que anunciamos nesses últimos três dias. Esses respiradores vão ajudar nossos profissionais de saúde a salvar vidas de mais recifenses com covid 19", afirma o prefeito Geraldo Júlio. 

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No comunicado a PCR informa que cada aparelho custou 59 mil reais e que todos estão homologados pela Anvisa. O município tem 864 leitos em funcionamento sendo 212 de UTI.

A empresa que o Consórcio Nordeste acusa de ter desviado R$ 48,7 milhões que os nove estados nordestinos destinaram à compra de 300 respiradores chineses ofereceu o mesmo serviço a órgãos federais e a outros estados, afirmou nesta segunda-feira (1) o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Telles Barbosa.

“A empresa investigada buscava [realizar] outras vendas […] Isto podia ter se tornado uma fraude ainda maior caso [a negociação] com órgãos federais e outros estados tivessem ido adiante”, disse Barbosa, ao conversar com jornalistas, por videoconferência, sobre a Operação Ragnarok, que a Polícia Civil da Bahia deflagrou esta manhã, com o apoio de órgãos de segurança do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram expedidos pela Justiça 15 mandados de busca e apreensão, cumpridos em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara

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Entre os alvos da operação policial estão representantes da empresa HempCare Pharma. Sediada em Araraquara, a empresa foi contratada para intermediar a compra de respiradores fabricados na China e zelar para que os equipamentos chegassem ao Brasil – o contrato foi assinado após o governo da Bahia, que preside o Consórcio Nordeste, ter uma primeira remessa de respiradores apreendida nos Estados Unidos.

A HempCare deveria intermediar a compra do modelo de aparelhos chineses encomendado pelo Consórcio Nordeste para que os equipamentos fossem distribuídos a hospitais públicos dos nove estados da região (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) em meio à pandemia da covid-19.

Sucessivos atrasos na entrega dos produtos e a posterior recusa da empresa de devolver o dinheiro já recebido despertou suspeitas entre governadores e autoridades de saúde. Pressionada, a empresa passou a sugerir que o Consórcio do Nordeste aceitasse aparelhos fabricados aqui mesmo, no Brasil, no lugar do modelo chinês encomendado.

Segundo o secretário de Segurança Pública da Bahia, surgiu então o mais forte indício de fraude: a suposta ligação da HempCare com o grupo Biogeoenergy, que tem, entre suas empresas, uma suposta fabricante de respiradores.

De acordo com Barbosa, ao cumprir os mandados de busca e apreensão na sede da HempCare, em Araraquara, os policiais não encontraram nenhum respirador. Nem chinês nem brasileiro. “Não encontramos nenhum respirador pronto. Ou seja, por mais que a empresa alegasse a intenção de entregar [modelos] nacionais e não os aparelhos chineses, eles também não existem. Trata-se de um indício fortíssimo de que estamos diante de uma fraude”, insistiu o secretário.

Distrito Federal

Mais cedo, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia já tinha divulgado uma nota mencionando que, além do contrato assinado com o Consórcio Nordeste, a HempCare “tentou negociar de forma fraudulenta” com entidades de outras unidades do país, como o Hospital Militar de Área (HMAB), do Exército, em Brasília, e hospitais de campanha montados no Distrito Federal.

Uma nota divulgada no site da Biogeoenergy demonstra que, recentemente, representantes da empresa se reuniram com responsáveis pelo HMAB, para o qual pretendiam vender ventiladores pulmonares. Consultado, o Exército informou não ter adquirido ou negociado qualquer equipamento das empresas alvos da operação Ragnarok. Até o momento, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal não se pronunciou a respeito das menções a hospitais de campanha.

Na mesma nota, a própria Biogeoenergy informa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não atestou seus respiradores. Segundo a empresa, os aparelhos estão “em fase final de homologação” para que possam começar a “ser produzidos em larga escala”. A empresa afirma esperar produzir mais de 4 mil respiradores pulmonares em duas fábricas: uma em Araraquara, no interior de São Paulo (um dos alvos da Operação Ragnarok), e outra em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. A fábrica de Camaçari, entretanto, ainda não existe.

No dia 11 de maio - ou seja, pouco mais de um mês após assinar o contrato de compra dos respiradores chineses pela HempCare -, o governo da Bahia assinou um protocolo de intenções para apoiar a Bioenergy a se instalar em Camaçari, mas, segundo o secretário de Segurança Pública, as suspeitas de irregularidades vieram à tona antes que o projeto saísse do papel.

“Houve a intenção, por parte da empresa [Biogeoenergy], de montar um parque industrial de fabricação de respiradores [na Bahia], mas esta intenção não avançou. E então, ao longo das investigações, descobrimos que se tratava da mesma empresa [HempCare] que vinha atuando como se tivesse respiradores [nacionais] prontos para distribuir”, disse Barbosa.

Até o momento, a Biogeoenergy não respondeu às perguntas enviadas pela Agência Brasil sobre o suposto vínculo entre as empresas e a menção a ela na investigação. O governo da Bahia também ainda não se pronunciou sobre o protocolo de intenções assinado com a Biogeoenergy. A reportagem não conseguiu contato com os representantes legais da HempCare. Por questões legais, os nomes dos investigados detidos não foram confirmados.

Bloqueio

Além de autorizar a prisão temporária de três suspeitos (dois no Distrito Federal e um no Rio de Janeiro) e a apreensão de documentos em diversos endereços ligados aos investigados, a Justiça Federal autorizou que mais de 150 contas bancárias vinculadas aos investigados fossem bloqueadas a fim de evitar a movimentação financeira. 

Na última sexta-feira (29), a Justiça já tinha determinado o bloqueio de R$ 48,7 milhões das contas da HempCare e de seus sócios. A medida visa a preservar recursos financeiros para, eventualmente, ressarcir os valores que os estados nordestinos pagaram pelos equipamentos não entregues. 

Também na sexta-feira, o governador da Bahia, Rui Costa, na condição de presidente do Consórcio do Nordeste, determinou a instauração de um processo administrativo para apurar as supostas irregularidades.

A HempCare Pharma é citada na portaria publicada no Diário Oficial do estado. O governo baiano sustenta que a empresa, contratada em 8 de abril, não cumpriu suas obrigações, o que configuraria ilícito administrativo. O processo deve ser concluído em 30 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

 

Uma operação da Polícia Civil prendeu três pessoas, nesta segunda-feira (1º), por fraude na venda de respiradores para estados do Nordeste. A Operação Ragnarok foi deflagrada contra a empresa Hempcare, que vendeu 300 respiradores por R$ 48 milhões ao Consórcio Nordeste e os equipamentos não foram entregues.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara-SP. Dois mandados de prisão foram cumpridos em um hotel do Distrito Federal. A terceira prisão ocorreu no Rio de Janeiro. Os presos devem ser levados para a Bahia.

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Os alvos da ação, segundo a polícia, são especializados em estelionato por meio de fraude na venda de equipamentos hospitalares. A empresa Hempcare ainda não devolveu os R$ 48 milhões dos equipamentos que não foram entregues. Mais de 150 contas bancárias vinculadas ao grupo foram bloqueadas.

A Hempcare se apresentava como revendedora dos produtos. A investigação identificou que o contrato que a empresa dizia ter com uma empresa chinesa era falsificado. A Embaixada da China também levantou que a empresa apontada como fabricante dos respiradores na China é do setor de construção civil.

Em Araraquara, houve buscas na empresa Biogeoenergy, do grupo da Hempcare, e no apartamento do diretor da empresa. Houve apreensão de documentos e um veículo.

A Hempcare diz que fez o contrato para importar respiradores da China, mas percebeu durante as negociações que os equipamentos apresentavam problemas. A empresa alega ter oferecido respiradores produzidos no Brasil, que são mais baratos e testados pela Anvisa. Caso a mudança fosse aceita, seriam entregues 400 equipamentos em vez dos 300 iniciais, argumenta a companhia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os respiradores nacionais oferecidos não foram homologados pela Anvisa. A pasta descobriu que a empresa tentou negociar de forma fraudulenta com vários setores no país, entre eles os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília.

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