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O Recife ganhou mais 48 novos leitos de enfermaria exclusiva para atendimento dos pacientes contaminados com a covid-19. Nessa terça-feira (14), o prefeito Geraldo Julio (PSB) anunciou a ampliação da rede em parceria com o Hospital Evangélico, localizado no bairro da Torre, na Zona Norte do Recife.

A gestão também informou que, até o fim mês de maio, a unidade de saúde vai abrir mais 10 leitos de UTI, todos equipados com respiradores. Dessa forma, a cidade já oferta 234 novos leitos para conter a pandemia. Segundo Geraldo Julio, 25 pessoas já estão internadas na capital pernambucana.

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Com 672 casos confirmados e 46 óbitos, o Recife foi inserido entre as 12 capitais em emergência por casos acima da média nacional. A diretora Executiva de Regulação, Média e Alta Complexidade, Eliane Germano, comentou a situação: "a gente enquanto uma cidade que tem aeroporto internacional e um movimento turístico grande, sabia que tinha que se preparar. É uma preocupação, mas como todas as grandes capitais do Brasil", minimizou.

O Rio de Janeiro só tem 400 respiradores de um total de 1.400 que seriam necessários para enfrentar a epidemia de covid-19 no Estado. O número corresponde a apenas 28,5% da quantidade ideal. A informação foi dada pelo próprio governador, Wilson Witzel, em entrevista ao vivo na manhã desta quinta-feira, 9, ao Bom Dia Rio, da TV Globo.

Segundo Witzel, há uma escassez de respiradores no mercado mundial e, por isso, o governo do Estado não consegue comprá-los. O equipamento é essencial no tratamento dos casos mais graves da infecção pelo novo coronavírus.

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"Temos 400 respiradores e isso é muito pouco, muito longe do necessário", disse Witzel. "Por isso, é importante alertar que não vamos ter condições de atender uma quantidade muito grande de pacientes. Faço o apelo para as pessoas não irem para a rua, não se aglomerarem. A população ainda não entendeu a gravidade do problema", afirmou.

O governador explicou que está tentando comprar mais respiradores, mas não consegue. "Estes equipamentos não existem no Brasil, têm que ser importados. A grande maioria dos respiradores vem da China, que está tendo dificuldade de fornecer para o mundo todo", disse. "Está havendo um leilão para ver quem paga mais pelos respiradores."

Wilson Witzel disse que tentou conversar com empresas no Estado para avaliar a possibilidade de os respiradores serem produzidos aqui. No entanto, explicou, as peças necessárias para a montagem do equipamento também são importadas da China e há dificuldade para trazê-las.

"A única solução que temos hoje é conscientizar a população a ficar em casa, a obedecer as regras de isolamento social para não termos um pico muito rápido da doença", ressaltou. "Quem está na rua está levando o risco para toda a sociedade. A morte pode brotar ao lado da sua porta, levar um parente, um avô, uma avó, uma mãe, um pai."

O governador confirmou a entrega de 3.300 leitos hospitalares extras no Estado, em hospitais de campanha, até o fim deste mês. Sem o número necessário de respiradores, no entanto, eles podem se revelar ineficazes.

Witzel lembrou que as populações das comunidades mais pobres do Rio são especialmente vulneráveis, sobretudo devido à alta incidência de outras doenças graves, como a tuberculose. Na quarta-feira foram registradas as primeiras seis mortes em favelas do Rio, especificamente em Rocinha (2), Vigário Geral (2), Manguinhos (1) e Complexo da Maré (1). O comércio tem funcionado nessas comunidades, onde há muita gente circulando.

O governador afirmou que já conversou com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e que os locais da cidade onde as concentrações de pessoas forem muito grandes devem ser isolados.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que fez contato com o governo da China em busca de um "esforço comum" para trazer equipamentos de saúde ao Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.

"Fizemos contato com a China para que cada contrato que fizermos possamos fazer isso contando com o apoio da Embaixada da China no Brasil. A gente sabe da importância desse esforço comum neste momento para garantir que possamos ter esses equipamentos aqui", disse Mandetta durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

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Ele voltou a dizer que, em alguns casos, será necessário enviar aviões brasileiros para viabilizar o transporte dos equipamentos.

Pouco antes, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, contou, pelo Twitter, que conversou com Mandetta por telefone e que eles concordaram e reforçar a cooperação bilateral entre os países.

"Nesta tarde, na conversa telefônica com Min. Luiz Henrique Mandetta, coincidimos em reforçar a cooperação bilateral, especialmente entre os dois ministérios da saúde, para compartilhar experiências do combate à Covid-19 em prol do enfrentamento conjunto deste desafio global", escreveu o ministro.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, rebateu as acusações de 'pirataria moderna' e negou que o país interferiu nas negociações entre Brasil e China para adquirir lotes de equipamentos essenciais para conter os efeitos da pandemia. Por meio de uma coletiva transmitida ao vivo, na manhã desta terça-feira (7), o diplomata exaltou os esforços americanos no combate à Covid-19 e fortaleceu a aliança entre os países.

Com as acusações de autoridades europeias e, após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), endossar o discurso de que os americanos estariam confiscando respiradores e outros equipamentos, o embaixador garantiu que as informações sobre uma possível negociação transversal são falsas, bem como os relatórios apresentados. "Eu quero deixar bastante claro que o governo dos Estados Unidos não comprou, nem bloqueou nenhum material da China que viria para o Brasil", enfatizou.

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Chapman afirmou que esse tipo de comércio é contra a lei americana e culpou os fornecedores, em sua maioria chineses, de aumentar o preço dos produtos diante da necessidade. "Acho que esse é o momento de todos trabalharmos juntos", pontuou e preferiu não avaliar se o assistencialismo dos asiáticos - que já enviou médicos e equipamentos para países afetados - não se trataria de uma tentativa de ascender na geopolítica mundial, o que foi nomeado como "diplomacia das máscaras".

Ele destacou a regularidade da ajuda americana à saúde global que, segundo levantamentos da Embaixada, doou durante a última década cerca de US $ 170 bilhões para programas de assistência, o que representa 40% dos recursos. "Sem esses investimentos, a resposta da linha de frente da pandemia seria completamente diferente", estimou ao reafirmar que os EUA é o maior patrocinador da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nessa sexta-feira (3), o secretário do Interior de Berlim, Andreas Geisel, acusou os americanos de contrabandear 200 mil respiradores que seriam destinados à capital alemã. Autoridades francesas e brasileiras já haviam criticado as negociações feita entre chineses e norte-americanos, que impulsionaram o preço do equipamento e resultou na diminuição da oferta.

"Consideramos isso um ato de pirataria moderna. Não é assim que você lida com parceiros transatlânticos", disparou Geisel ao canal RBB. "Mesmo em tempos de crise global, nenhum método do 'velho oeste' deve ser usado", complementou ao solicitar que os Estados Unidos cumpram o direito internacional. Berlim já tem mais de 20 pessoas mortas pela Covid-19.

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As autoridades alemãs apontam que os 200 mil respiradores - de um lote de 400 mil - encomendados à China foram desviados para os Estados Unidos na Tailândia, durante um transporte entre aeronaves.

No mesmo dia, os franceses também criticaram a postura americana e a disparada dos preços após negociações transversais dos equipamentos essenciais. "Fomos pegos de surpresas", afirmou a governadora da Ilê-de-France - região a qual Paris é alocada - Valérie Pécresse.

"Eles ofertam três vezes o preço e propuseram pagar adiantado. Eu não posso fazer isso [...] estou gastando recursos públicos e só posso pagar na entrega depois de verificar a qualidade", relatou Pécresse. A região de Ilê-de-France tem mais de 1.700 vítimas fatais

Na última quarta-feira (1º), o Ministro da Saúde Henrique Mandetta informou que a compra de equipamentos de proteção individual - como máscaras e luvas - foram frustradas após os EUA adquirirem da China uma quantidade dos produtos dividida em 23 aviões cargueiros.

"As nossas compras, que nós tínhamos expectativa de concretizar, para poder fazer o abastecimento, muitas caíram", declarou. Mandetta também pediu “uma produção mais organizada” da China e garantiu que espera que os países que “exercem seu poder muito forte de compra já tenham se saciado para que o Brasil possa adquirir”, ressaltou.

O Ministério Público de São Paulo enviou recomendação ao prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), e ao governador do Estado, João Doria (PSDB) cobrando a reversão imediata da indústria para a produção de equipamentos de proteção, respiradores, insumos hospitalares e matérias-primas para testes do novo coronavírus.

O ofício foi assinado por oito promotores da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, que também recomendam a garantia de aporte financeiro para estabelecer o preço que o Estado pagará pelos itens e uma reunião com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) para criação de um banco de empresas com cotas de fornecimento dos produtos necessários.

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O prazo para a apreciação e execução das recomendações é de 72 horas.

Na manifestação, a promotoria destaca que o sistema público de saúde do Estado e da capital 'não é capaz de atender toda a população que procura os serviços de saúde', apontando a possibilidade de colapso da rede em poucas semanas.

O último balanço divulgado pelo governo de São Paulo aponta 3.508 casos confirmados no Estado e 208 óbitos, com São Paulo concentrando a 2418 diagnósticos positivos e 144 mortes. A capital paulista é o epicentro da doença no País.

"Diante desse cenário, faz-se imperioso e urgente que o Estado de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo, adotem políticas públicas efetivas, ágeis, abrangentes e articuladas, que sejam adequadas e proporcionais à gravidade que a pandemia de Coronavírus exige", afirma o Ministério Público.

Desde o registro de casos de Covid-19 em São Paulo, a Promotoria tem realizado fiscalizações da atuação dos governos estadual e municipal no combate à doença, chegando a abrir uma ação civil pública e quatro inquéritos sobre o avanço do coronavírus. Em dois destes inquéritos, foi detectada a 'insuficiência de ações adotadas em questões de extrema relevância', segundo o MP.

De acordo com a promotoria, há relatos de falta de equipamentos de proteção individuais, como máscaras, luvas e álcool em gel, em diversas unidades de saúde do Estado e Município. O Ministério Público relembra que dois funcionários do sistema público de saúde municipal faleceram nesta semana por Covid-19.

"É grave a falta de materiais e produtos de limpeza e higiene para abastecer as unidades de saúde; a falta de insumos para a realização de testes, atrasando os resultados e inviabilizando uma ampla testagem, nos moldes preconizados pela OMS; e a falta de respiradores mecânicos, essenciais para a manutenção da vida daquelas pessoas que apresentem a forma mais agravada da doença, conhecida como síndrome respiratória aguda grave", afirma.

Em relação a gastos, o Ministério Público relembra que o Estado de São Paulo foi beneficiado por liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu o pagamento de parcelas de R$ 1,2 bilhões da dívida com a União. "Portanto, não há que se ventilar falta de recursos para salvar vidas de pacientes e profissionais de saúde", afirmam os promotores.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SÃO PAULO

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de São Paulo e aguarda resposta. O espaço está aberto a manifestações.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Governo de Estado de São Paulo informa que está em contato com mais de 60 associações de classe e empresas dos setores da saúde, farmacêutico, alimentos e bebidas, biocombustíveis, químico, plástico, têxtil, automotivo e maquinário, com objetivo de identificar, endereçar e viabilizar o aumento da produção e eventual reconversão industrial pelas empresas, de insumos e equipamentos necessários para o atendimento assistencial à saúde no combate ao coronavírus.

Uma carga de 600 respiradores comprados pelo Consórcio Nordeste ficou retida no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos. Os equipamentos tiveram a venda cancelada por uma fornecedora chinesa, no início da semana, que, sem maiores detalhes, apenas alegou que os respiradores teriam outro destino. As informações são da Folha de São Paulo.

O contrato foi assinado pelo governo da Bahia, que atualmente lidera o consórcio. Os respiradores custariam R$ 42 milhões, que não foram pagos, em decorrência do cancelamento.

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Na última quinta (2), os Estados Unidos negaram as acusações de que teriam comprado máscaras médicas que já haviam sido vendidas pela China. Em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, chegou a afirmar que as compras em massa de insumos feitas pelo governo norte-americano prejudicou a aquisição de equipamentos para o Brasil.

Uma mulher de 90 anos faleceu em decorrência do novo coronavírus depois de pedir que a equipe médica utilizasse os respiradores em pacientes mais jovens. Suzanne Hoylaerts- que foi a óbito no último dia 22 de março, em Lubbeek, na Bélgica- teve sua história visibilizada pelo jornal britânico Metro, nesta quarta (1). "Não quero respirar por aparelhos. Salvem os pacientes mais jovens. Eu já tive uma vida boa", disse Suzane, antes de partir.

Ao jornal local Het Laatste Nieuws, a filha da idosa, Judith Hoylaerts, lamentou por não ter tido a oportunidade de se despedir da mãe. Judith colocou ainda que não sabe onde Suzane contraiu a doença, já que ela vinha seguindo todas as medidas preventivas.

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De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a Bélgica já registra 13.964 casos da covid-19. No país, já foram a óbito 828 pessoas em decorrência da doença.

Viseiras de proteção, máscaras, peças para respiradores, material de intubação, entre outros. Os hospitais de Paris estão embarcando na produção dos equipamentos que lhes faltam em impressoras 3D.

A partir desta quarta-feira, o projeto "3D COVID" permitirá "produzir uma grande quantidade de dispositivos médicos para atender às demandas de equipamentos sem precedentes neste período de epidemia", explicam os hospitais parisienses (AP-HP) em um comunicado à imprensa.

No parque anexo ao hospital de Cochin, no sul da capital francesa, cerca de sessenta impressoras 3D cuspirão os materiais solicitados pelos profissionais da saúde, de acordo com um dispositivo previamente homologado e validado por um comitê científico. Procedimentos acelerados, porém sólidos, insistem os AP-HP.

Válvulas, material de intubação, respiradores, bombas de seringas e máscaras serão desenvolvidos com os principais fabricantes franceses e sua produção começará o mais rápido possível.

A região de Paris é a mais afetada na França, com 2.700 pacientes infectados com coronavírus em terapia intensiva.

"Dependendo do tipo de equipamento e de sua complexidade, conseguiremos fazer de 300 objetos por dia a 3.000 por semana", disse o Dr. Roman Khonsari, cirurgião maxilofacial por trás do projeto.

Em razão da sua especialidade, o médico sempre se interessou pela tecnologia da impressão 3D, usada para planejar suas operações e em intervenções reparadoras. Em novembro passado, ele abriu um laboratório de pesquisa, com o apoio financeiro da fundação Gueules cassées, criada durante a Primeira Guerra Mundial.

Este projeto dos AP-HP se beneficia do financiamento do grupo de luxo Kering e da experiência de uma jovem empresa francesa, Bone3D, especializada em impressão 3D médica.

Três de seus engenheiros vão se revezar 24 horas por dia para monitorar a produção.

O projeto saiu do papel em dez dias, mobilizando cerca de cinquenta médicos, engenheiros, desenvolvedores e empresários do setor privado.

Os procedimentos de homologação foram acelerados para responder à emergência, enquanto alguns equipamentos sofrem escassez crônica desde o início da epidemia e outros acabam devido ao fluxo de pacientes.

Alguns modelos de viseiras de proteção produzidos por impressoras 3D já foram oferecidos aos médicos.

"Mas, mesmo em tempos de crise, não podemos permitir o menor defeito - os materiais não podem soltar durante a intervenção", lembra Khonsari.

O local de produção começará a liberar peças simples para dispositivos de sucção, máscaras de reanimação, quantidades de óculos de proteção e até maçanetas para abrir as portas com o antebraço, sem tocá-las.

"Ainda existem equipamentos que não podemos produzir em 3D, como jalecos, por exemplo. Mas para três quartos é possível", diz o cirurgião.

Muitos profissionais da saúde reclamam na França da falta de equipamento disponível diante da epidemia de coronavírus.

Várias empresas adaptaram sua produção com urgência, como um fabricante de tecidos náuticos no oeste da França, reconvertido para a produção de viseiras protetoras.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (31) iniciativas para aumentar a produção de máscaras e respiradores, em meio a crescentes críticas por conta da escassez destes produtos vitais em plena epidemia de coronavírus.

"Nossa prioridade hoje é fabricar mais na França e na Europa", afirmou o presidente francês, que planeja uma produção de "mais de 10 milhões de máscaras por semana" até o fim de abril e alcançar uma "independência plena" para o final do ano.

Macron anunciou também que grandes grupos industriais criaram um consórcio para fabricar "de agora até meados de maio 10.000 respiradores" para os hospitais franceses saturados de doentes graves pelo coronavírus.

Também destacou que 4 bilhões de euros serão destinados à agência nacional de saúde pública para financiar os pedidos "de medicamentos, respiradores e máscaras".

A França ultrapassou 3.000 mortos em hospitais devido ao coronavírus na segunda-feira e há quase 21.000 pessoas hospitalizadas pela doença, de acordo com dados oficiais.

Os principais fabricantes de respiradores do País não têm estoque do equipamento para entrega imediata e devem levar ao menos 15 dias para fornecer uma nova leva de aparelhos para os hospitais. Os aparelhos são essenciais para a manutenção da vida de pacientes com quadros graves de infecção pelo coronavírus. Sem a possibilidade de novas entregas imediatas, o País pode iniciar o período de pico da doença sem respiradores suficientes.

O diagnóstico sobre a capacidade produtiva e o estoque disponível desses aparelhos foi feito pelas indústrias de equipamentos médicos após o Ministério da Saúde consultá-las, na semana passada, sobre a possibilidade de produção de 15 mil novos respiradores para atender o Sistema Único de Saúde (SUS) durante o surto de coronavírus.

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"O ministério solicitou apoio das associações da indústria para identificar qual o grau de disponibilidade de 15 mil equipamentos. O que tivemos de resposta dos associados foi que a disponibilidade para entrega imediata é praticamente nula e só teremos algum grau de disponibilidade em 15 dias. Para ter um estoque maior, imagino que leve de 30 a 45 dias", disse ao Estado Fernando Silveira Filho, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), entidade que representa as maiores fabricantes do aparelho no País.

Ele esclareceu que o cenário se refere à produção nacional e não considera os equipamentos importados. Ressaltou, no entanto, que a importação neste momento é difícil por causa da alta demanda mundial. "Alguns países já proibiram a exportação desse equipamento. Tem a questão do transporte aéreo também. Com a redução de voos, fica mais difícil a logística de importação", explica.

Ele afirma que, no ano passado, os fabricantes associados à Abimed produziram 2,5 mil respiradores, mas destaca que as indústrias estão aumentando a produção. "As empresas estão criando novos turnos, pensando em linhas novas de produção, contratando pessoal."

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 65.411 respiradores, dos quais 46.663 estão disponíveis no SUS. Levantamento feito pelo Estado no portal Datasus mostra que 3.639 desses aparelhos estão fora de uso por algum problema.

A General Motors está à frente de uma força-tarefa para consertar os equipamentos. Participam do grupo representantes do Ministério da Economia, Senai, Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin) e outras montadoras e fabricantes de autopeças.

A empresa já está preparando áreas específicas nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos (SP), Gravataí (RS), Joinville (SC) e seu centro de testes em Indaiatuba, também em São Paulo, para realizar os consertos. Com ajuda do Senai, também está treinando, online, pessoal técnico para a tarefa.

Alternativas

Outras empresas estão se mobilizando para desenvolver e produzir, com urgência, equipamentos que ajudem no diagnóstico, prevenção e tratamento da covid-19.

No Rio de Janeiro, a PSA Peugeot Citroën vai utilizar suas impressoras 3D para produzir componentes para protetor facial, feito de acrílico e usado por médicos e enfermeiros por cima das máscaras cirúrgicas. A iniciativa tem parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Outra iniciativa é a da Braile, empresa de São José do Rio Preto (SP) que produzirá um aparelho do tipo ECMO, uma espécie de pulmão artificial. O equipamento fica ligado ao paciente em situação de gravidade, quando o respirador já não atende a suas necessidades, e oxigena o sangue para o pulmão.

O grupo deve colocar no mercado em oito semanas oxigenadores capazes de operar por até 30 dias. Hoje, equipamentos similares são usados em cirurgias cardíacas, mas operam no máximo por seis a oito horas, informa Rafael Braile Cunha, diretor executivo e responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento. "Diante da urgência, mudamos nosso foco e, por meio de novas tecnologias, conseguimos desenvolver uma membrana que permite o uso prolongado."

A empresa já tem 20 oxigenadores prontos, mas pretende chegar a cem unidades em até dois meses. Patrícia Braile, presidente da empresa, informa que o desenvolvimento do produto foi feito em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

E a Embraer também está desenvolvendo, em conjunto com seus fornecedores, a fabricação de peças para a indústria de ventiladores e respiradores, a substituição de componentes importados para ventiladores e sistemas de filtros de alta eficiência para transformação de leitos regulares em UTI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nova Iorque está a poucos dias de ficar sem equipamento essencial necessário para manter os hospitais funcionando devido à pandemia de coronavírus, alertou seu prefeito neste domingo. A metrópole tem o maior número de casos confirmados de Covid-19 nos Estados Unidos, e seu gestor, Bill de Blasio, disse que o sistema de saúde está em ponto de ruptura.

"Sem rodeios, estamos a cerca de dez dias da falta generalizada de respiradores, máscaras cirúrgicas, as coisas necessárias para manter o sistema hospitalar funcionando", disse Blasio à CNN.

Ele pediu ao presidente Donald Trump que mobilize os militares para ajudar a estimular a produção e distribuição de suprimentos médicos necessários. "Se não conseguirmos mais respiradores nos próximos dez dias, as pessoas que não deveriam morrer morrerão. É simples assim", disse de Blasio.

Ele alertou que "o pior ainda está por vir" e chamou o surto de "a maior crise no país desde a Grande Depressão" da década de 1930. "É por isso que precisamos de mobilização em larga escala dos militares e precisamos que o Congresso aja como se estivéssemos no caminho para a próxima grande depressão", ressaltou Blasio.

"Esqueçam o resgate das companhias aéreas no momento. Salvem pessoas. Salvem os hospitais. Salvem as cidades, estados e municípios", acrescentou. Quase 27.000 pessoas foram infectadas com Covid-19 nos Estados Unidos, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

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