Sarí disse que “simulou” apertar o botão do elevador
Em seu depoimento à polícia, realizado na última segunda (29), a primeira-dama de Tamandaré disse que apenas tentou enganar o garoto Miguel Otávio, de cinco anos, para que ele saísse do equipamento
A primeira-dama de Tamandaré, Sarí Côrte Real, acusada de homicídio culposo pela morte do garoto Miguel Otávio, de cinco anos- que caiu do nono andar do edifício Píer Maurício de Nassau, popularmente conhecido como parte das “Torres Gêmeas”, no Centro do Recife-, disse à polícia, em depoimento prestado na última segunda (29), que “simulou” ter apertado botões para andares superiores no elevador de serviço onde deixou o garoto, sozinho. De acordo com o que disse Pedro Avelino, advogado de Sarí, em entrevista à TV Globo, sua cliente teria tomado essa atitude com a intenção de enganar o menino, para dissuadi-lo a deixar o equipamento.
Durante a ouvida, o delegado Ramon Teixeira também ouviu a acusada dizer que não tinha culpa pela morte de Miguel. Patroa da mãe do garoto, Mirtes Souza, Sarí disse ainda que tentou ligar para a funcionária, que passeava com seu cachorro, três vezes, sem que ela atendesse. Na segunda, Avelino pediu ao delegado Ramon Teixeira que abrisse a delegacia duas horas mais cedo, para que Sarí não fosse assediada por curiosos e manifestantes. A atitude foi reprovada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que está oficialmente habilitada para acompanhar o caso. “Ele se colocou numa atitude muito ruim, porque só fez levantar a suspeita de que pode haver algum tipo de proteção ou favorecimento da pessoa investigada”, enfatizou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cláudio Ferreira.
Por meio de nota, a Polícia Civil se defendeu afirmando que a antecipação da abertura da delegacia não prejudicou o processo investigativo e foi realizada com o intuito de evitar “risco de agressão à depoente por parte dos populares”. Na saída da delegacia da Boa Vista, no bairro de Santo Amaro, Sarí também recebeu escolta de viaturas de polícia.