China exige que EUA parem com "palavras e ações erradas"
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, prometeu durante uma entrevista coletiva "fortes represálias" pela visita do ministro dos EUA a Taiwan
O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos parem com suas "palavras e ações erradas" durante uma conversa por telefone com seu colega americano, Mark Esper, informou a agência de notícias Xinhua.
Essa é uma das poucas conversas diretas nos últimos meses entre altos funcionários de ambos os países.
Pequim e Washington estreitaram relações em várias questões, incluindo a próxima visita histórica a Taiwan por um ministro dos EUA.
Os Estados Unidos enviarão o secretário de Saúde Alex Azar a Taipei, que chefiará a delegação de mais alto nível desde 1979, quando os americanos cortarem relações diplomáticas com a ilha para reconhecer a República Popular da China.
Esta visita é considerada uma provocação pelo governo comunista, que considera Taiwan como parte de seu território e se opõe a qualquer relação oficial entre as autoridades da ilha e países estrangeiros.
As tensões bilaterais também foram alimentadas pelo Mar da China Meridional. Pequim justifica quase inteiramente as ilhas desta vasta zona marítima.
Os Estados Unidos consideram essas reivindicações excessivas em relação aos outros vizinhos (Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei) e frequentemente enviam navios ou porta-aviões para a região, em nome da "liberdade de navegação".
"Wei Fenghe exigiu que os Estados Unidos encerrem suas palavras e ações erradas", informou a agência Xinhua.
O ministro também pediu a Washington "que fortaleça sua gestão de riscos no mar, evite tomar iniciativas perigosas que possam levar à escalada e manter a paz e a estabilidade regionais".
Na quinta-feira, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, prometeu durante uma entrevista coletiva "fortes represálias" pela visita do ministro dos EUA a Taiwan.
Essa disputa se soma à longa lista de questões que mantêm a China e os Estados Unidos em desacordo, como o gerenciamento da pandemia de COVID-19, a Huawei, o tratamento dos muçulmanos uigures, o aplicativo TikTok ou a recente lei sobre segurança nacional em Hong Kong.