Igreja é acusada de vender falsa cura para Covid-19
Líderes foram presos após lucrar mais de R$ 670 mil mensais e prometer curar diversas enfermidades com o falso remédio
Os líderes da Igreja Genesis II de Saúde e Cura foram presos por usar da fé para vender uma falsa cura milagrosa para a Covid-19. O fundador Mark Grenon, de 62 anos, e o filho Joseph, de 32, foram presos na Colômbia a pedido da Justiça norte-americana.
Eles seriam responsáveis por fabricar e comercializar um remédio tóxico, que prometia curar pacientes da Covid-19 e de outras questões como malária, câncer e autismo. Outros dois filhos de Grenon, Jonathan e Jordan, foram capturados nos Estados Unidos e já estão em prisão preventiva, de acordo com a BBC.
A acusação afirma que a família vendeu dezenas de milhares de garrafas da "solução mineral milagrosa" e chegou a lucrar US$ 120 mil mensais, equivalente a R$ 670 mil por mês. Oferecida na sigla em inglês MMS, o falso remédio era composto por cloreto de sódio e água destilada. Os fabricantes instruíam que o líquido fosse misturado com um 'ativador', para transformá-lo em dióxido de cloro, substância encontrada em desinfetantes.
A Food And Drug Administration (FDA) alertou que o uso do MMS pode acarretar vômitos, diarreia e até mesmo reduzir a pressão arterial. Nenhuma autoridade reconheceu a eficácia da solução milagrosa.
A família é acusada de conspiração, fraude, violação da Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos, além de não colaborar com as investigações. Eles estenderam as vendas da falsa cura em Santa Marta, na Colômbia, onde foram capturados.
A igreja mantida pelos Grenon também operava um "centro de recuperação" no país sul-americano e possuiu mais de 200 ministros no Chile. A sede chegou a ser instalada na República Dominicana, onde a inscrição dos seminários custava cerca de R$ 5.600, sem alimentação e hospedagem inclusos.