Covid paralisou luta pelo clima, diz Greta em Veneza
Ativista estrela documentário exibido no festival
A ativista sueca Greta Thunberg afirmou nesta sexta-feira (4), em videoconferência no Festival de Veneza, que é "urgente" retomar a luta contra as mudanças climáticas se a humanidade quiser "ter um futuro".
Em declaração à ANSA, a jovem de 17 anos disse que a pandemia do novo coronavírus "atingiu todos" e "colocou a luta contra as mudanças climáticas em pausa". "Mas devemos entender que é urgente e que não podemos desistir se quisermos ter um futuro", declarou Thunberg, reconhecendo, no entanto, que derrotar o coronavírus é uma "prioridade".
"Não se pode gerir duas crises ao mesmo tempo", acrescentou. A ativista é protagonista do documentário "Greta", de Nathan Grossman, e participou da videoconferência durante o intervalo entre duas aulas em sua escola na Suécia.
Exibido na seção Fuori Concorso (Fora de Concurso) do Festival de Veneza, o documentário segue a jovem em sua cruzada em defesa do meio ambiente, incluindo sua viagem de veleiro para participar da Assembleia-Geral da ONU em 2019.
Thunberg lidera um movimento global de jovens chamado Fridays for Future e que promove greves estudantis às sextas-feiras.
Na videoconferência em Veneza, a ativista disse que não é a "menina irritada que grita para líderes mundiais", como costuma aparecer na imprensa.
"Sou uma garota tímida, estudiosa, uma nerd preocupada com o presente e o futuro do planeta", declarou a jovem, explicando, um pouco embaraçada, que precisava responder rapidamente para voltar à aula.
O documentário de Grossman apresenta um retrato completo de Thunberg: a adolescente com tranças e síndrome de Asperger, ameaçada de morte, ironizada por Trump e Bolsonaro e adorada por jovens de todo o mundo, mas também a Greta que abraça seu cavalo e seu cachorro, que escreve seus discursos de noite, a garota cansada que pula as refeições e preocupa os próprios pais.
Da Ansa