UE pune empresas por violarem embargo de armas à Líbia
As três empresas participaram da entrega de material de guerra a participantes do conflito na Líbia
A União Europeia (UE) puniu nesta segunda-feira (21) três empresas de Turquia, Jordânia e Cazaquistão por violação do embargo de armas imposto à Líbia pela ONU, uma decisão criticada por Ancara.
Trata-se das empresas Avrasya Shipping (turca), Jordanian Med Wave Shipping e Kazakh Sigma Airlines, segundo um comunicado da UE. Dois líbios também foram punidos. De acordo com o bloco, as três empresas participaram da entrega de material de guerra a participantes do conflito na Líbia.
Em virtude das sanções, serão congelados ativos destas empresas na Europa, nenhuma empresa poderá manter relações comerciais com as companhias punidas, e elas não terão acesso aos mercados financeiros europeus.
Segundo fontes diplomáticas, as sanções foram definidas na última sexta-feira em nível de embaixadores ante a UE, e confirmadas hoje pelos chanceleres, reunidos em Bruxelas.
Esta decisão ilustra "o uso estratégico pela UE de seu regime de sanções e sua capacidade de reagir aos fatos em campo para apoiar o processo político e dissuadir os autores passados e presentes de novas violações", assinala o comunicado da UE.
O bloco lançou a operação naval Irini para fiscalizar o respeito ao embargo da ONU, o que permitiu "documentar" violações do embargo cometidas pela Turquia, destacaram fontes diplomáticas. "Estas violações minam o processo político empreendido para pôr fim ao conflito na Líbia", criticou Bruxelas. As provas das violações são enviadas à ONU, que também pode impor sanções.
"No momento em que esforços são feitos para reduzir a tensão no leste do Mediterrâneo, tomar uma decisão tão equivocada é extremamente lamentável", criticou a chancelaria turca, estimando que o que foi decidido "não tem valor algum" para Ancara.
A Líbia está mergulhada em um caos político desde que uma aliança apoiada por países europeus derrubou o governo de Muamar Khadafi, em 2011. O Governo de União Nacional é reconhecido pela ONU, mas enfrenta uma oposição armada liderada pelo marechal Haftar, que controla praticamente todo o sul e leste daquele país.