UE não reconhece Lukashenko como presidente de Belarus
Lukashenko, cuja reeleição é questionada por grandes protestos nas ruas de Minsk, prestou juramento de maneira inesperada na quarta-feira (23) em uma cerimônia que só foi divulgada após o encerramento
A União Europeia (UE) não reconhece Alexander Lukashenko como presidente de Belarus, um dia depois de sua posse para o sexto mandato presidencial, anunciou nesta quinta-feira (24) o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.
"A eleição de 9 de agosto não foi livre nem equitativa. A União Europeia não reconhece os resultados falsificados. Em consequência, a suposta 'posse' de 23 de setembro e o novo mandato que invoca Alexander Lukashenko não têm nenhuma legitimidade democrática e contradizem diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa", afirmou Borrel em um comunicado.
Lukashenko, cuja reeleição é questionada por grandes protestos nas ruas de Minsk, prestou juramento de maneira inesperada na quarta-feira (23) em uma cerimônia que só foi divulgada após o encerramento.
O anúncio provocou uma nova manifestação da oposição em Minsk, ato reprimido com dezenas de detenções.
"Esta 'posse' contradiz diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa, expressada em várias manifestações pacíficas e sem precedentes (...) e agravará a crise política do país", destacou Borrell.
"Em vista da atual situação, a UE está revisando suas relações com Belarus", completou, sem revelar detalhes.
A UE preparou sanções contra 40 pessoas consideradas responsáveis pela repressão e também examina a possibilidade de punições Lukashenko, de acordo com fontes diplomáticas.
Mas a adoção de sanções exige a unanimidade dos Estados membros e o Chipre condiciona sua anuência à adoção de medidas para obrigar a Turquia a interromper a busca de gás nas águas de sua zona econômica.
Dois países, Suécia e Finlândia, se negam a aprovar sanções a Lukashenko para permitir a mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que será presidida pela Suécia, indicaram as mesmas fontes.
A questão será discutida na reunião dos líderes da UE nos dias 1 e 2 de outubro em Bruxelas.