Grécia: partido neonazista é organização criminosa
Fundado na década de 80, o Aurora Dourada já teve a terceira maior bancada do parlamento no país
Uma decisão do Tribunal Penal de Atenas, na Grécia, declarou o partido neonazista Aurora Dourada uma organização criminosa. Na ação, que incluía 18 membros da legenda, 68 pessoas ligadas a grupos de extrema-direita foram consideradas culpadas de violência contra estrangeiros e pelo homicídio de Pavlos Fyssas, músico e militante de esquerda, em 2015.
Na parte externa da corte, 15 mil pessoas se concentraram para aguardar a sentença do tribunal. Os grupos antifascistas manifestavam o repúdio à violência do partido por meio de cartazes com dizeres como "O fascismo não é uma opinião, é um crime" e "Eles não são inocentes".
Com o veredicto, o fundador e líder do partido, Nikos Michaloliakos, 62 anos, foi declarado culpado de "comandar uma organização criminosa". Um dos acusados de envolvimento no assassinato do artista, Yorgos Roupakias, confessou a participação no crime e o colegiado pode condená-lo à pena de prisão perpétua. Outros quadros importantes do grupo neonazista vão ficar na cadeia pelos próximos 15 anos.
O partido Aurora Dourada foi fundado na década de 1980 e ganhou notoriedade com a recessão e a crise da economia na Grécia, em 2012. O partido chegou ao parlamento do país com 20 deputados e, em 2015, elegia a maior quantidade de representantes como a terceira bancada da casa. No entanto, após as denúncias de violência, a organização neonazista não teve membros eleitos no pleito de 2019.