Miguel: família pede que Sarí responda por crime na prisão

A primeira-dama de Tamandaré foi acusada de abandono de incapaz com resultado em morte e passa por audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (3)

por Victor Gouveia qui, 03/12/2020 - 09:39
'Só quero Justiça pela morte de Miguel', clamou o pai da vítima 'Só quero Justiça pela morte de Miguel', clamou o pai da vítima

A família de Miguel Otávio pede que Sarí Corte Real responda ao processo atrás das grades. A primeira-dama de Tamandaré foi acusada de abandono de incapaz com resultado em morte e passa por audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (3), no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (Cica), bairro da Boa Vista, área Central do Recife.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Sarí negligenciou os cuidados ao filho da doméstica Mirtes Souza. Em junho, ele caiu de uma altura de cerca de 40 metros, de um edifício de luxo, no Centro do Recife. "Só quero Justiça pela morte de Miguel", clamou o pai da vítima, Paulo Inocêncio.

A ex-patroa e Mirtes serão postas frente a frente no rito comandado pelo juiz José Renato Bizerra. Outras testemunhas serão ouvidas, dentre elas a avó do menino, Marta Santana. Familiares uniram-se a organizações não governamentais e realizam um ato por Justiça, na entrada do Cica.

"A gente crê em Deus que ela vai responder presa e pague pelo que ela fez. Que o juiz julgue como o filho dele, o parente dele', reivindica a tia-avó da criança, Sandra Maria.

Relembre o caso

No dia 2 de junho deste ano, Miguel morreu após cair do nono andar do condomínio de luxo, Pier Maurício da Nassau, localizado no Centro da capital pernambucana. Ele era filho da doméstica Mirtes de Souza, que passeava com o cão da patroa e havia deixado o garoto sob os cuidados da Sarí.

Ela fazia as unhas e permitiu que Miguel pegasse o elevador do edifício sozinho até o andar de onde caiu. Sua morte resultou na lei municipal 17.020/20, que proíbe o uso do elevador por menores de idade desacompanhados no Recife.

Na ocasião, Sarí chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, contudo foi liberada após fiança de R$ 20 mil. A patroa é primeira-dama do município de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco.

Após a repercussão do homicídio, um esquema de contratação de funcionários fantasmas foi descoberto na gestão do prefeito Sérgio Hacker, que incluiu as ex-funcionárias na lista de servidores do município.

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