Em Joana Bezerra, desrespeito à lotação máxima nos ônibus

Equipe do LeiaJá registrou, nesta segunda (18), cenas de desrespeito à nova medida do Grande Recife que limita o número de passageiros em pé nos coletivos que partem do terminal

seg, 18/01/2021 - 10:58
Júlio Gomes/LeiaJá Imagens Grande Recife informou que a regra deve ser estendida para outros terminais Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

 Nesta segunda-feira (18), passa a valer a medida do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (GRCTM) que limita a 20 o número de passageiros que podem circular em pé nos ônibus que saem do Terminal Integrado Joana Bezerra, área central da capital pernambucana. A medida tem por objetivo conter a disseminação da Covid-19 nos ônibus. Em visita ao local, a reportagem do LeiaJá flagrou cenas de desrespeito à nova regra, apesar da presença de fiscais e policiais militares no local.

“A medida faz sentido pelo contexto de pandemia que estamos vivendo, mas esse não é meu primeiro ônibus. Fora dos terminais, como não tem fiscalização, os ônibus são extremamente lotados. Aqui em Joana Bezerra também vejo muita gente furando a fila e lotando os veículos”, comenta o analista de qualidade Alisson Siqueira.

Entre centenas de pessoas na fila da linha Joana Bezerra/Boa Viagem, a auxiliar administrativa Ana Carvalho pontua que a aglomeração nos terminais começa na espera pelos coletivos, sem distanciamento entre os passageiros. “A fila desse ônibus sempre é grande, então não acho que essa nova medida aumentou o tempo de espera. Agora desculpa falar, mas infelizmente a Covid-19 não existe dentro de ônibus e metrô”, lamenta. Diariamente, Ana se desloca da Estação de Metrô de Coqueiral com destino à integração de Joana Bezerra. “Não adianta eu chegar aqui e ter essa regra, se nos outros locais isso não é colocado em prática. É muita gente para pouco transporte, a gente anda praticamente colado um no outro", acrescenta.

Uma fiscal do Grande Recife, que prefere não se identificar, afirma que realiza a contagem dos passageiros, mas que isso não impede que os ônibus circulem com mais de vinte pessoas em pé. “A gente orienta, mas há aqueles que não respeitam. Também não posso segurar as pessoas pelo braço ou me expor ainda mais com contato físico”, alega. De acordo com ele, nem sempre a Polícia Militar e a vigilância privada intervêm. 

O Grande Recife informou que a medida deve ser estendida para outros terminais de ônibus. Ainda não há, contudo, um calendário para aplicação da regra fora do Terminal de Joana Bezerra.

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