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Uma gargalhada solta no ar se faz orquestra quando a passista Zenaide Bezerra empunha sua sobrinha e mostra um novo passo de frevo que acabou de criar. Sem qualquer outra música, além da cadência de seu próprio corpo, Zenaide vai entrecruzando os pés em passinhos acelerados para a frente, enquanto deixa que seu corpo se arrisque contra a gravidade, pendendo para um lado e para o outro. Não é à toa, aliás, que o movimento tenha surgido da composição de Edson Cunha intitulada “Besouro Mangangá”, como era conhecido o lendário capoeirista baiano Manoel Henrique Pereira (1895-1924). Da capoeira, o frevo herdou o desejo pela liberdade. E de Egídio Bezerra, seu pai, Zenaide carrega o hábito e a autoridade de criar os próprios passos. Por sua contribuição para a dança, aos 73 anos de idade, ela se tornou Patrimônio Vivo do Recife e homenageada do carnaval de 2023, ao lado do compositor Geraldo Azevedo e de Dona Marivalda, presidente do maracatu Estrela Brilhante.

Nascida na capital pernambucana no dia 22 de março de 1949, Zenaide é recifense e começou a dançar samba de gafieira ainda na infância, em cima dos pés de seu pai. “Eu era magrinha e deixava o corpo leve. Num instante aprendi”, lembra. A prática garantiu que Zenaide carregasse em seu próprio corpo o registro vivo dos movimentos do “Rei do Passo”, alcunha que Egídio ganhou da imprensa após vencer o concurso de passistas de 1952 do programa “Ao Compasso do Frevo”, promovido pela Rádio Tamandaré. “O sucesso dele veio depois desse concurso”, atesta Zenaide.

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Realizado em um auditório na rua Barão de São Borja, no bairro da Boa Vista, a competição era empenhadamente divulgada pelo Diario de Pernambuco, que narrava suas etapas e descrevia a performance de seus participantes. “Egídio Bezerra venceu espetacularmente criando passos próprios, evoluções de sua autoria, uma coreografia nova e surpreendente que a todos empolgou", descreve a edição do jornal de 23 de novembro de 1952. A vitória no concurso deu a Egídio status de celebridade e levou os Diários Associados, à época liderados por Assis Chateaubriand, a patrocinar sua viagem para a França, com a finalidade de divulgar o frevo pernambucano. O passista se apresentou, por exemplo, com o famoso ator francês Jean Louis Barrault.

A coroa de rei da cultura popular, contudo, não era o suficiente para garantir o sustento da esposa e de seus 14 filhos. Egídio conciliava as apresentações artísticas com o trabalho de motorista particular e com outras atividades como o conserto de lanchas no Iate Clube do Recife, em que costumava se apresentar de noite. “Meu pai sabia fazer de tudo, até injeção ele aplicava. Como era pescador, criou um passo de frevo chamado ‘escama de peixe’. Os nomes dos passos que ele criava tinham a ver com o dia a dia da gente, como “cortando jaca” e “chão quente”, que, como diz o nome, pra fazer não pode deixar o pé todo no chão”, explica Zenaide.

Egídio Bezerra, “Rei do Passo”, dançando xaxado com suas filhas no Iate Clube. (Katarina Real/Acervo Fundaj)

Em seu ambiente doméstico, Zenaide recebia as influências das danças populares praticadas por Egídio nas ruas do Recife, como o coco e o xaxado. “Meu pai nunca levou a gente para carnaval, não deixava a gente sair com ninguém fora ele. Quando a gente ia se apresentar era em clubes, ele saía num carro, com dez passistas, levava todo mundo pra lanchar e depois deixava todas em casa. Acho que ele estava certíssimo”, lembra Zenaide.

O professor do curso de Dança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Arnaldo Siqueira chama atenção para a tensão entre classes que marcou a prática do frevo no século passado, quando uma série de modernizações transformou a cultura e a organização urbana do Recife. “Em seu livro ‘Festas: Máscaras do Tempo’, Rita de Cássia debate a dinâmica social do frevo a partir das representações das instituições de trabalho. Os blocos de rua, como Vassourinhas e Lenhadores, são organizados pela classe trabalhadora. São as pessoas comuns, negras e periféricas que vão gerar o frevo. Por outro lado, o carnaval nos clubes, como Português, Internacional e Náutico, era promovido pela elite canavieira rural que havia migrado para a capital e tinha inspiração europeia”, comenta.

Egídio Bezerra dançando no Iate Clube. (Katarina Real/Acervo Fundaj)

Se as ruas eram espaço de brincadeira, os clubes funcionavam como espaço de trabalho para os passistas. “Os clubes eram financiadores dos carnaval e, na promoção dessas festas, tinham toda uma dinâmica de pagamento e sustentabilidade. Assim, os artistas tinham remuneração garantida pelas apresentações, como hoje também acontece em alguns blocos de rua, que contratam grupos de passistas”, ressalta o professor.

Pedagogia do afeto

Com o objetivo de difundir os ensinamentos do pai, Zenaide criou o Grupo Folclórico Egídio Bezerra, com aulas de dança aos sábados, das 9h às 11h. O espaço de estudos é a sala de estar da casa da passista, que afastou alguns móveis para improvisar um salão de dança, aberto aos jovens da comunidade e a seus filhos e netos. “Não cobro nada, só peço para que eles não se esqueçam que aprenderam a dançar comigo, assim como eu digo a todo mundo que aprendi o que sei com meu pai. Quando vem o carnaval, a prefeitura contrata o grupo e chamo os que já aprenderam, eles ganham um dinheirinho”, comemora.

Zenaide Bezerra e suas alunas de frevo, que integram o Grupo Folclórico Egídio Bezerra. (João Velozo/LeiaJá Imagens)

Aluna de Zenaide desde os 16 anos de idade, a passista Emanoelle Santos da Silva, de 22 anos, soube das aulas de frevo através de seu padrinho. “Os dois são parentes. Depois que comecei, mudou muita coisa na minha vida, principalmente a maturidade que ganhei. Ela pega muito no pé, mas é uma ótima professora”, coloca. Mãe de dois filhos, um deles com apenas dois anos de idade, a passista precisou interromper os estudos e se afastar da frevo temporariamente. “Estou voltando a dançar, mas ainda ando muito travada. Também fiz um curso de socorrista e quero procurar um emprego. Até lá, o frevo é quem vai aliviando meu estresse”, acrescenta.

Boa costureira, Zenaide faz questão de elaborar os figurinos do grupo, tudo a seu gosto. Coreógrafa, ela é rígida em relação ao comportamento dos passistas e preza que as apresentações corram estritamente de acordo com suas determinações. “Para mim, o passista tem que ser comportado, me atender. Eu quero, vai ter que ser assim. Se eu deixar ele fazer o que quer, não vai dar certo”, comenta. Apesar disso, ela defende que o passista deve escolher qual frevo quer dançar. “Eu escuto o frevo e vou desenhando ele dentro de mim. Tem que escolher a parte da música que você gostaria de dançar, que batesse dentro do seu coração. O bom é isso. Para eu dançar um frevo que não gosto, canso muito, porque tô fazendo uma coisa que não é minha, sem empolgação. Marido chato, a gente bota pra correr”, brinca.

Divorciada, ela vive da própria aposentadoria, conquistada após anos de trabalho como professora de dança do Estado. “Gosto de morar sozinha porque saio de casa, volto e está tudo do jeito que eu quero”, dispara. Apesar do gosto pela convivência consigo mesma, sua rotina sempre acaba atravessada por algum filho, neto, bisneto ou aluno que a visita. Entre diálogos e interações, surge algum passo de frevo e, em seguida, uma recomendação. “Quando meu pai morreu, mandei chamar todo mundo e levantei o grupo. Botei minhas irmãs e filhos, até o que chorava pedindo pra não dançar. E hoje ele é meu melhor passista”, comemora.

Para o professor Arnaldo Siqueira, o esforço de Zenaide em repassar os ensinamentos de seu pai exemplifica a forma como se dá a transmissão de conhecimento na cultura popular. “É um processo que ocorre através da prática, do contato. No campo da ancestralidade, mestres como Egídio ou Salustiano sabem que é importante a relação geracional na prática dessas tradições. Zenaide fez a mesma coisa com os próprios filhos”, elucida. Siqueira também reforça importância da escolha da passista como uma das homenageadas do carnaval. “É um ato que reconhece a expressão do frevo através da pedagogia. Durante sua vida, Zenaide dedicou-se não apenas ao ensino do frevo, como das danças populares em geral. É uma mulher negra fomentadora do frevo a partir da pedagogia”, comemora.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) confirmou, nesta quarta-feira (29), que a intenção do Congresso e do governo é zerar a fila de espera do Auxílio Brasil, estimada em 1,6 milhão de famílias, na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis, que também prevê um aumento do valor do programa social que substituiu o Bolsa Família de R$ 400 para R$ 600 até o final do ano.

Em entrevista coletiva, após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Bezerra apresentou o relatório final da proposta.

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Com a inclusão da medida para zerar a fila do Auxílio Brasil, o custo estimado com o programa social na PEC subiu de R$ 21,6 bilhões para R$ 26 bilhões.

A menos de 100 dias das eleições, o Congresso e o Planalto agiram para ampliar ainda mais o "pacote do desespero", como foi apelidado nos bastidores por técnicos as medidas que estão sendo adotadas para fazer frente à alta dos preços dos combustíveis.

A ideia inicial era que a PEC previsse compensação de receitas a Estados que decidissem zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diesel e gás de cozinha. No entanto, o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), anunciou, na última quinta-feira (23), que os recursos previstos para a compensação aos Estados seriam usados, em vez disso, para conceder os benefícios sociais.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que deixou a liderança do governo em dezembro, fez um desagravo ao procurador-geral da República, Augusto Aras, após senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pressionarem pela análise do indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e ameaçarem apresentar um pedido de impeachment contra o procurador.

A manifestação foi apoiada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bezerra classificou a atuação dos senadores da CPI como "intimidação" à Procuradoria. Senadores da CPI ameaçam protocolar um pedido de impeachment contra Aras se a PGR não encaminhar uma decisão sobre o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades denunciadas pela comissão.

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"O Ministério Público possui independência funcional por força da nossa Constituição. Essa independência dos membros do Ministério Pública é uma garantia para a instituição e principalmente para a sociedade brasileira, que deve contar com o pleno exercício de suas atividades a ser norteado não por pressões de qualquer natureza mas, unicamente, pelo respeito às leis e à Constituição", disse Bezerra em discurso no plenário do Senado.

Um pedido de impeachment depende de autorização do presidente do Senado. No plenário, Pacheco manifestou apoio à defesa de Bezerra e defendeu Aras, aprovado pelos senadores para ocupar o cargo na PGR. "Externo, de fato, a confiança no bom trabalho da Procuradoria-Geral da República e na qualidade técnica, profissional e humana do doutor Augusto Aras", disse o presidente do Senado.

Flávio Bolsonaro aciona Conselho de Ética contra Randolfe

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta quinta-feira, 17, que vai protocolar uma representação contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no Conselho de Ética do Senado. Randolfe pressiona o procurador-geral da República a avançar com as investigações contra Jair Bolsonaro após as denúncias encaminhadas pela CPI da Covid.

O líder do governo e relator da PEC dos Precatórios no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse ter votos para aprovar a proposta no plenário ainda nesta terça-feira, 30, mas ressaltou que ainda é preciso construir um "entendimento mais amplo" e negociar mudanças.

O relator avalia duas novas alterações antes da votação no plenário: vincular todo o espaço fiscal da PEC ao Auxílio Brasil e despesas obrigatórias, e não apenas parte da folga, e alterar a redação que garante o caráter permanente para o programa social. O conteúdo é alvo de questionamento entre parlamentares.

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De última hora, o relator alterou o parecer e retirou o pagamento de precatórios do antigo Fundef do teto de gastos. De acordo com ele, o impacto da medida no espaço fiscal ainda terá de ser calculado. "Vamos fazer conta", disse o relator após a aprovação do texto na CCJ.

De acordo com especialistas, a medida pode não alterar o espaço fiscal, pois o limite seria consumido com outros precatórios, entre eles os de natureza alimentícia, que foram priorizados na última versão do parecer.

Em busca de maior apoio à PEC dos precatórios, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse nesta quarta-feira, 17, que há negociação para incluir na proposta uma vinculação mais clara de recursos à ampliação do Auxílio Brasil. O senador, que também é relator do texto, mencionou ainda negociações para que o programa turbinado seja permanente, e não temporário como na previsão atual, e para que haja "outras formas" de pagamento de precatórios, dívidas judiciais que podem ser em parte adiadas pela PEC.

A versão da PEC dos precatórios aprovada pela Câmara dos Deputados altera o cálculo do teto de gastos (regra que limita o avanço das despesas à inflação) e posterga o pagamento de parte dos precatórios. A combinação de medidas abre um espaço de R$ 91,6 bilhões, e no Senado havia receio de que a folga servisse a ambições eleitoreiras do Palácio do Planalto.

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Para tentar resolver esse e outros pontos da proposta, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), José Aníbal (PSDB-SP) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) apresentaram PECs alternativas e, agora, negociam com o governo um meio-termo.

"Foi uma boa segunda reunião, a gente trouxe algumas informações que tinham sido solicitadas ontem, pontos que poderiam avançar no relatório em relação ao texto que veio da Câmara, e destaco a questão da permanência do programa do Auxílio Brasil, não ser um programa transitório, mas permanente", disse Bezerra na saída do encontro de hoje.

Segundo ele, também está em estudo uma "vinculação mais explícita dos recursos com o programa do Auxílio Brasil". "Para poder ficar claro que esse esforço que está se fazendo é para viabilizar o programa", afirmou o líder.

Outro ponto em discussão é a possibilidade de "outras formas de excepcionalidade para pagamentos de precatórios". Segundo Bezerra, os senadores chegaram a propor que as dívidas judiciais da União com Estados devido ao Fundef (fundo de educação básica que antecedeu o Fundeb) fiquem fora do teto de gastos. Em 2022, essas dívidas somam cerca de R$ 16 bilhões.

"Essa foi a proposta que levei ontem e ainda está sob análise da equipe econômica, mas agora surgiu nova ideia que eles (senadores) ficaram de minutar", disse. O líder evitou dar detalhes, mas disse que a nova proposta "valoriza" mais o texto da PEC já aprovado na Câmara dos Deputados - e que prevê prioridade de pagamento para as dívidas judiciais do Fundef, além de outras situações em que os precatórios podem ser antecipados, com quitação não sujeita ao limite de despesas.

O líder ainda mencionou a possibilidade de "vigências distintas em relação a determinados pontos" da proposta, sem dar detalhes.

Para Bezerra, os números da folga fiscal "não estão sendo questionados". "Todos já aceitam que o espaço fiscal a ser aberto é o adequado, justo e necessário. É preciso enfrentar a correção de uma série de despesas obrigatórias", afirmou. "Diria que não temos nenhuma disputa em relação ao espaço fiscal a ser aberto, todos convergem. A questão é com a forma que esse espaço fiscal será aberto. Então existe discussão se é correto fixar subteto para precatórios, se é correto corrigir despesas obrigatórias e teto na mesma data", acrescentou.

Na avaliação do líder, existe "disposição real" dos senadores em negociar. Ele espera ter o texto-base dessa nova discussão no fim da tarde de hoje para então discutir com equipe econômica e equipe política. Enquanto isso, o governo segue trabalhando com lideranças partidárias para construir o convencimento da aprovação. Uma nova reunião pode ser realizada ainda hoje.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), admitiu nesta quarta-feira, 17, que o texto da PEC dos Precatórios pode retornar à Câmara dos Deputados, caso as negociações com senadores sejam bem-sucedidas para mudar o texto e angariar maior apoio na Casa.

Sem descartar a votação do texto já aprovado na Câmara, o que pouparia a remessa da PEC novamente aos deputados, Bezerra disse que a construção do entendimento é a opção preferida pelo governo, justamente em nome de maior consenso.

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Hoje, o líder do governo calcula que a PEC tem de 51 a 52 votos favoráveis no Senado. O mínimo para aprovar uma mudança constitucional são 49. A margem apertada deixa o governo pouco confortável em caso de eventuais defecções de última hora.

"É preferível ter uma PEC aprovada em consenso mais amplo do que na disputa do voto", disse o líder. "Se pudermos ter entendimento que possa ampliar apoio mais expressivo, esse é o desejado", acrescentou.

No Senado, a previsão é que o texto seja apreciado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira (24). No plenário, a votação deve ocorrer em 30 de novembro, segundo sinalização do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). "O compromisso de Pacheco é votar ainda em novembro", disse Bezerra.

Em caso de alteração do texto no Senado, a matéria precisará ser votada novamente pelos deputados. "Tenho mantido o presidente Arthur Lira (PP-AL) informado, não acredito que haja nenhuma dificuldade para que Câmara possa convalidar texto aprovado no Senado", afirmou.

Caso a negociação não avance, Bezerra disse que o governo vai submeter ao voto o texto já avalizado pelos deputados. Segundo o líder, o governo tem segurança de que terá os votos necessários.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue senadores, inclusive o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pela atuação dos parlamentares da comissão. A manifestação de Pazuello foi lida pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), durante reunião da CPI.

A declaração foi encaminhada à PGR após senadores terem protocolado uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro acusando o chefe do Executivo federal de prevaricação no caso Covaxin. "A notícia-crime não detém aptidão mínima nem justa causa idônea para seu devido prosseguimento. Aliás, incumbiria uma análise efetiva por parte da Procuradoria-Geral da República à série de manifestações feitas por parte de membros da CPI com antecipação de juízo de valor a respeito dos fatos apurados, inclusive pelo próprio relator", diz a manifestação de Pazuello.

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O ex-ministro da Saúde negou qualquer ocorrência de crime ou ato de improbidade administrativa na contratação da vacina indiana Covaxin. Na manifestação de Pazuello citada pelo líder do governo, o ex-ministro argumenta que acionou o número 2 da pasta, Elcio Franco, para apurar os indícios de irregularidades após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) ter alertado Bolsonaro em uma reunião no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelos senadores de ter cometido o crime de prevaricação por não acionar órgãos competentes para apurar os indícios. A versão de Pazuello é a mesma dada por aliados de Bolsonaro na CPI. De acordo com os governistas, o chefe do Planalto acionou Pazuello dois dias após a reunião com Luis Miranda. Essa conversa entre Bolsonaro e Pazuello sobre a Covaxin, porém, teria ocorrido um dia antes da exoneração do ex-ministro. Por isso, senadores questionam a versão do Planalto.

"Não há que se cogitar minimamente qualquer ocorrência de crime ou ato de improbidade, considerando que houve intempestiva adoção de providências, seja por parte do presidente, seja por parte do general Pazuello", disse o líder do governo no Senado. Após a denúncia de uma suposta oferta de propina para compra de vacinas, ele também leu notas afirmando que a AstraZeneca não negocia com empresas privadas e que a Belcher, empresa paranaense, não é mais representante da vacina chinesa Convidecia no Brasil.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu exonerar o diretor do Departamento de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias. Ao jornal Folha de S. Paulo, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresentou como representante da Davati Medical Supply, afirmou ter recebido de Ferreira Dias pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro. Na versão citada por Fernando Bezerra, Dias foi nomeado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e indicado pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), outro aliado de Bolsonaro.

 Nesta segunda-feira (18), passa a valer a medida do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (GRCTM) que limita a 20 o número de passageiros que podem circular em pé nos ônibus que saem do Terminal Integrado Joana Bezerra, área central da capital pernambucana. A medida tem por objetivo conter a disseminação da Covid-19 nos ônibus. Em visita ao local, a reportagem do LeiaJá flagrou cenas de desrespeito à nova regra, apesar da presença de fiscais e policiais militares no local.

“A medida faz sentido pelo contexto de pandemia que estamos vivendo, mas esse não é meu primeiro ônibus. Fora dos terminais, como não tem fiscalização, os ônibus são extremamente lotados. Aqui em Joana Bezerra também vejo muita gente furando a fila e lotando os veículos”, comenta o analista de qualidade Alisson Siqueira.

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Entre centenas de pessoas na fila da linha Joana Bezerra/Boa Viagem, a auxiliar administrativa Ana Carvalho pontua que a aglomeração nos terminais começa na espera pelos coletivos, sem distanciamento entre os passageiros. “A fila desse ônibus sempre é grande, então não acho que essa nova medida aumentou o tempo de espera. Agora desculpa falar, mas infelizmente a Covid-19 não existe dentro de ônibus e metrô”, lamenta. Diariamente, Ana se desloca da Estação de Metrô de Coqueiral com destino à integração de Joana Bezerra. “Não adianta eu chegar aqui e ter essa regra, se nos outros locais isso não é colocado em prática. É muita gente para pouco transporte, a gente anda praticamente colado um no outro", acrescenta.

Uma fiscal do Grande Recife, que prefere não se identificar, afirma que realiza a contagem dos passageiros, mas que isso não impede que os ônibus circulem com mais de vinte pessoas em pé. “A gente orienta, mas há aqueles que não respeitam. Também não posso segurar as pessoas pelo braço ou me expor ainda mais com contato físico”, alega. De acordo com ele, nem sempre a Polícia Militar e a vigilância privada intervêm. 

O Grande Recife informou que a medida deve ser estendida para outros terminais de ônibus. Ainda não há, contudo, um calendário para aplicação da regra fora do Terminal de Joana Bezerra.

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Um pecuarista morreu após ser atacado por uma vaca, nesta segunda-feira (30). Ele limpava o bezerro quando recebeu chifradas da mãe do filhote, na Zona Rural do distrito de Jaciaba, em Prudentópolis, no Paraná.

Segundo a polícia paranaense, o bezerro era esterilizado pois estava com insetos no umbigo. Após a investida da vaca, a vítima foi arremessada e bateu as costas.

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Testemunhas ainda tentaram realizar os primeiros socorros, contudo, uma enfermeira do posto de saúde local confirmou o óbito. O corpo seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, na região Central do Estado.

 

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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O autônomo José Bezerra, 59 anos, nem se incomoda com o sol escaldante ao vestir um terno preto, destacado por uma gravata vermelha, em atos políticos realizados no Recife. O objetivo de José é se caracterizar de uma figura polêmica, que desperta admiração e repulsa: o ex-presidente Lula. Ele é firme e eleva o tom ao definir o líder petista como "o maior e melhor presidente que o Brasil já teve”. 

O admirador de Lula conta que realizou o sonho de conhecê-lo ainda quando este era presidente, ao desembarcar no Recife com o objetivo de participar de um evento para entrega de habitacionais. José, bem entusiasmado, disse que não esquece do encontro. “Conversamos bastante e eu lembro que ele brincou muito comigo e me agradeceu demais pela homenagem que fazia para ele. Foi inesquecível o meu encontro com ele. Hoje, mesmo Lula preso, eu continuo fazendo a homenagem”, disse. 

Também contou que foi convidado para representar Lula, no Centro de Convenções de Pernambuco, na estreia do filme “Lula, o filho do Brasil”. “Ele não podia vir, então fui lá e foi algo muito maravilhoso. Também vai ser sempre lembrado”. 

Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

José muda o tom e a fisionomia ao afirmar que outros políticos deveriam estar presos e não o petista. “Há outros que deveriam estar presos e não estão. Essa é a nossa Justiça. Ele vai ser solto, mas depois das eleições porque se fosse antes ele ganha em primeiro turno. Mas, já foi tudo programado. Prende o homem para ele não ser reeleito no primeiro turno, disseram”.

Ele foi uma das “atrações” das 24º edição do Grito dos Excluídos, que acontece todo dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Uma pequena fila chegou a ser formada para tirar com o “presidente Lula pernambucano”, que na ocasião estava com uma faixa presidencial e carregava uma mala com a frase “fui excluído”, em referência ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura de Lula em uma longa sessão que foi finalizada na madrugada do último dia 1 de setembro. 

José ainda falou que é importante participar de atos como o da semana passada porque as pessoas não podem ficar caladas. Ele também disse que não adianta só ficar resmungando, segundo ele, é preciso mobilização. “Não adianta ficar criticando a ou b, fulano ou outro, tem que participar e fazer acontecer a mudança na paz. A tolerância acima de tudo para não acontecer o que aconteceu com Bolsonaro”, lamentou o cidadão. 

Não é só o deputado federal Mendonça Filho (DEM) que vai tentar ingressar o filho Vinícius Mendonça, 24 anos, na política na eleição deste ano. O senador da República Fernando Bezerra Coelho (MDB), velho conhecido da política pernambucana, também quer ingressar mais um Coelho: Antônio Coelho é candidato a deputado estadual. Vale salientar que dois filhos de FBC já foram vitoriosos em disputas anteriores: Miguel Coelho é prefeito de Petrolina e Fernando Filho, que já foi ministro de Minas e Energia, é deputado federal. 

Os Coelho não se intimidam com as críticas pelo fato de querer colocar mais um membro da família na política, ao contrário. Até mesmo o lançamento da candidatura de Antônio foi feito no mesmo evento de Fernando, que é candidato à reeleição na Câmara dos Deputados. O evento, que aconteceu nessa quinta-feira (23), contou com a presença do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).

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Alckmin, durante o ato, chegou a pedir por mudança. “O Brasil tem pressa. Mudança, mudança, mudança. Precisamos mudar e trazer investimentos para fazer o Brasil voltar a crescer forte”. Miguel Coelho, que também esteve presente para apoiar os irmãos, se mostrou confiante na vitória dos dois. “Estamos acostumados a grandes desafios, comecei minha campanha para prefeito com menos de 2% e fui eleito. Agora vamos eleger Fernando e Antônio com grande votação e mudar o Estado com Armando, Bruno e Mendonça”, garantiu o prefeito. 

Antônio afirmou que o lançamento da sua candidatura foi só o pontapé inicial para a vitória. “Não foi apenas um lançamento, foi um super lançamento. E eu, estou super feliz. Pude perceber no rosto das pessoas a alegria por estarem ali testemunhando esse momento. É só um pontapé inicial de uma grande caminhada. Caminhada essa que vai nos levar a vitória. E essa vitória não será só minha, mas do povo de Petrolina, do sertão”, ressaltou com muita confiança. 

Uma matéria publicada no site da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) detalha um pouco da antiga história dos Coelhos, que remota ao ano de 1947. “Quando o médico Nilo Coelho, falecido em 1984, entrou para a política aos 26 anos de idade como candidato a deputado estadual. Exerceu quatro mandatos, foi governador de Pernambuco (1967 a 1971) e, ainda, senador da República no período de 1979 a 1983. Nilo Coelho foi responsável pelo crescimento de Petrolina, transformando o município em um dos maiores exportadores de frutas do país”, explica uma parte do texto. 

Em meio ao cenário brasileiro com a paralisação dos caminhoneiros, nesta terça-feira (29), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) defendeu como uma das soluções no que diz respeito ao desabastecimento ocasionado pela greve menos impostos ao setor produtivos e maiores tributos pagos para o que chamou de “ricos”. Ele também pede por uma ampla reforma tributária. 

As possíveis saídas sugeridas pelo senador pernambucano foram apresentadas ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, durante audiência pública nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado. “O brasileiro está dando um sinal claro que não suporta mais esta carga fiscal elevada. Chega de cobrar imposto de empresas, de quem produz. O que temos que fazer é taxar quem ganha, é taxar o lucro, o dividendo, que continua isento do pagamento de impostos”, discursou. 

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FBC, que é autor de projetos que propõem a taxação de grandes fortunas e heranças como também a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), lamentou que as propostas não estejam em andamento no Senado Federal. Um dos pontos do PNDR é a transformação do ICMS em um imposto de consumo ao invés de incidir sobre a produção.

O senador falou que o Brasil precisa voltar a produzir, crescer e gerar empregos.  “É preciso se transferir a taxação para outras áreas, parar de cobrar imposto na produção, o que inibe os investimentos no país. Passou do tempo deste Congresso Nacional ter a responsabilidade de taxar a turma de cima”. 

O emedebista ainda salientou que a Petrobras “cometeu erros”. “Faltou previdência à direção da Petrobrás, que deveria ter criado ‘amortecedores” que evitassem reajustes de combustíveis sete vezes por semana, o que provocou a ira dos caminheiros e transportadores de cargas”, disse. 

Muitos pernambucanos levaram um susto, nesta quarta-feira (23), e ficaram indignados ao se depararem com o litro da gasolina chegando ao valor de até R$ 7. Alguns postos ficaram repletos de filas, após o medo instalado entre os motoristas de que faltaria gasolina. Políticos pernambucanos aproveitaram o caos instalado para falar sobre o assunto. 

O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT), que vem fazendo críticas diversas sobre o governo Temer, cobrou uma resposta urgente afirmando que a gestão é “incompetente e inerte”. O petista chegou a culpar o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e pelo ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB), pela “política econômica nefasta do governo para os combustíveis”. 

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O senador também pediu para uma solução de forma a reduzir “de maneira sensível” o preço dos combustíveis para restaurar a normalidade. “A paralisação dos caminhoneiros está desabastecendo as cidades e ameaça chegar a uma situação de colapso com bloqueio nas rodovias, falta de combustível em vários postos, e uma série de voos cancelados porque o querosene de aviação não chega aos aeroportos. São transtornos imensos. Os ônibus estão tendo a circulação reduzida, prejudicando os trabalhadores”, lamentou.

De acordo com o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) a política de tributação sobre combustíveis é persistente no Brasil. “Nos governos Fernando Henrique, Lula, Dilma e o de Temer, onde os combustíveis foram usados como fonte de arrecadação para pagar os seus rombos. Enquanto a gente não fizer um debate sério sobre a redução do estado brasileiro sobre a diminuição dos seus custos, qualquer debate em querer reduzir o preço dos combustíveis fica falso”. 

O tucano falou que essa política contínua nesses governos demonstram que essa prática não pertence a um partido ou a uma corrente política. “Então, a questão do combustível em mais de 50% do seu custo é de tributação e nós precisamos efetivamente debater a redução do estado para poder reduzir esses tributos”, salientou. 

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) também cobrou uma “atitude firme” para os reajustes dos combustíveis no país. O emedebista disse que o problema “aflige a população”, em especial os transportadores de cargas e caminhoneiros autônomos. Segundo ele, a solução para o problema é a redução da carga fiscal sobre o diesel e a gasolina. “Produtos derivados do petróleo cujos preços refletem diretamente no custo de vida dos brasileiros”. 

 

Bezerra Coelho pontuou que o Executivo não pode mais atrelar o preço dos combustíveis no Brasil à variação do dólar. “É preciso retirar a volatilidade da especulação cambial da política de preços da Petrobras. Isto é um absurdo”, afirmou o vice-líder do governo no Senado. “Não se pode transferir aos trabalhadores esta enorme carga fiscal porque eles não têm como repassar tais custos aos fretes, às suas atividades, que é de onde eles retiram o sustento de suas famílias”, declarou. 

 

Quem imaginava que os parlamentares pernambucanos iriam ter mais cautela ao acompanhar o presidente Michel Temer (MDB), durante a visita que faz na tarde desta sexta-feira (23), na fábrica da Jeep, em Goiana, se enganou. Após a visita, em uma estrutura montada, onde representantes da Jeep, aliados e outros revezam os discursos, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) não mediu as palavras para elogiar o emedebista. 

Bezerra Coelho chamou Temer, por diversas vezes, de “vossa excelência” e no início do seu pronunciamento disse que era uma alegria acompanhá-lo na visita. “Uma alegria que se justifica pelos vários gestos que o seu governo fez por meu estado para concluir as obras da transposição, mais de R$ 200 milhões de reais para prosseguir com as obras da Adutora do Agreste e, em Petrolina, vossa excelência anunciou a liberação de R$ 33 milhões de reais”, disse. 

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FBC também falou que Temer conseguiu colocar a taxa de juros no patamar mais baixo da história e o defendeu falando que o emedebista assumiu a Presidência da República tendo o país 14 milhões de desempregados. “Que hoje acena com a possibilidade de gerar emprego para 2,5 milhões de brasileiros agora em 2018. Minha alegria presidente, de estar aqui porque essa visita a Jeep, vossa excelência está celebrando a recuperação da indústria brasileira, vossa excelência está celebrando a recuperação da indústria automotiva que perdeu milhares de empregos”. 

Cotado para disputar o cargo de governador de Pernambuco, o senador falou que o projeto da Jeep une forças políticas de Pernambuco. “Esse projeto não é de A nem de B. Esse projeto aqui da Jeep é dos pernambucanos”, ressaltando que teve a alegria de ser secretário de Desenvolvimento Econômico no governo de Eduardo Campos. “Tenho que dar esse testemunho hoje quando nós assinamos o protocolo de intenção para que essa fábrica vinhesse”, contou. 

O pernambucano ainda disse que, de início, o investimento seria de R$ 6 bilhões, mas que foi de R$ 11 bilhões gerando mais de 10 mil empregos. “Essa decisão de colocar essa fábrica aqui é compromisso com o desenvolvimento regional, por isso quis o destino que eu hoje fosse senador do estado, fosse o seu vice-líder do governo lá no Senado Federal, para lhe dizer que é importante que esse projeto possa ter sequência. Esse projeto só está iniciando”. 

“Por isso, presidente, eu lhe peço, vossa excelência que já sofreu tantas críticas, muitas delas injustificáveis, não receie em colocar o dinheiro a favor dos mais pobres, colocar o dinheiro a favor dos estados menos desenvolvidos precisa ter forca e determinação para poder superar resistências, por isso eu confio no senhor”, ressaltou. 

 

O sonho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) de se tornar governador de Pernambuco não é novidade. FBC era um dos nomes da lista do ex-governador Eduardo Campos para ocupar a tão disputada cadeira do Palácio dos Campos das Princesas. Após 12 anos no PSB, insatisfeito e em busca de um novo projeto de poder, ele deixou a legenda e ingressou no MDB. O ex-prefeito de Petrolina é um dos mais cotados para pleitear a vaga na eleição de outubro concorrendo com o agora adversário político, o governador Paulo Câmara (PSB).

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Bezerra Coelho não desconversou ao ser questionado se estava animado com a possibilidade de realizar o desejo antigo de se tornar governador. O senador, oriundo de uma família de tradição política no Sertão do São Francisco, foi direto. “Com certeza. Estou pronto, estou preparado e coloco o meu nome à disposição”, respondeu com entusiasmo. 

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No entanto, em seguida, FBC ponderou. “Mas, se por acaso a escolha recair em favor de algum outro companheiro desse movimento terá o meu entusiasmo, o meu apoio e, sobretudo a minha disposição de luta para que a gente possa, de fato, dar um outro caminho a Pernambuco”. 

O senador ainda falou que sua alma estava em festa pelo resultado de mais um ato grupo “Pernambuco Quer Mais”. “Com o coração alegre sabendo que estamos construindo uma grande frente política”.

 

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) decidiu, nesta quinta-feira (18), criticar o governo Paulo Câmara (PSB) comparando a atual gestão com a do ex-governador Eduardo Campos. FBC publicou, na sua página do Facebook, uma arte com a frase “números de guerras” e “recorde de assassinatos no governo Paulo Câmara” no qual mostra que, em 2015, Pernambuco teve 3.889 homicídios e, no ano de 2017, o número subiu para 5.427. 

O senador falou que o governo não deu sequência ao Pacto pela Vida. “Iniciado com Eduardo e que reduziu a taxa de homicídios. O que vemos hoje é uma tragédia acontecendo, com números inaceitáveis”, disparou. Bezerra Coelho ainda utilizou duas hashtags com um tom confiante: #PernambucoVaiMudar e #PernambucoQuerMudar.

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Essa não é a primeira vez que há uma comparação entre os dois governos. Em outubro do ano passado, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) não poupou palavras para falar sobre o assunto. “Para nossa desgraça, Eduardo Campos morreu”, chegou a dizer durante entrevista ao LeiaJá. Na ocasião, o psolista ainda frisou que Eduardo tinha “liderança” para adotar medidas urgentes, mas que Câmara não liderava sequer o secretariado dele. 

O deputado Silvio Costa Filho (PRB) também não deixou por menos. “O governo Eduardo Campos tinha 70% de aprovação e ouvia a sociedade. Esse governo tem 70% de rejeição e não ouve a população”, criticou. 

Por sua vez, Paulo Câmara já disse que está determinado em combater a violência em Pernambuco. Nos últimos dias de 2017, o pessebista afirmou durante um evento realizado na Secretaria de Habitação de Pernambuco (SecHab) que o ano estava acabando “um pouco melhor” do que começou. “Felizmente, estamos acabando o ano um pouco melhor do que começamos. Tem mais policial na rua, conseguimos diminuir assaltos a ônibus, os furtos e os assaltos. Em 2018, vamos fazer muito mais. Botamos 1.300 homens da polícia nas ruas e mais 1.300 agora em 2018", discursou. 

 

 

Que o racha com o PSB e a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) em outro partido já era esperado com os últimos acontecimentos somado ao fato de não ter conseguido o “protagonismo” desejado na legenda, mas claro ainda será o cenário que está sendo formado: a briga de poder do clã Coelho para a eleição de 2018. Em mais de 50 anos de atuação na política pernambucana, a família promete novidades na próxima disputa eleitoral. 

Além de FBC, o primo dele, o deputado federal Guilherme Coelho (PSDB); os dois filhos do senador: o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, com dos dias contados no PSB; e o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que já pediu a desfiliação da sigla, irão se unir na disputa do próximo ano ainda sem saber ao certo até onde podem chegar.

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O fato é que Bezerra Coelho já iniciou, com cada vez mais intensidade, as críticas à gestão do governador Paulo Câmara (PSB) chegando a afirmar, no mês passado, que “ninguém mais” quer fazer parte do projeto político do pessebista. Não se sabe se FBC vai correr atrás do sonho conhecido e notório de se tornar governador do estado no próximo ano ou se a estratégia do grupo será que Fernando Filho venha a disputar a vaga de governador enfrentando Câmara.

Isso não é negado pelo senador. Ele afirmou, em uma entrevista, que o auxiliar ministerial de Temer está pronto para a disputa. “É um quadro promissor. A alternativa de Fernando Filho disputar o governo existe”, já alertou.

Não é apenas o futuro dos dois que estão postos em 2018. Comenta-se que o senador vem trabalhando para ingressar mais um filho, Antônio Coelho, que atualmente mora nos Estados Unidos. Ele tem 19 anos e as possíveis articulações são para que concorra à vaga de deputado estadual. Ao LeiaJá, no entanto, Miguel já chegou a contar que havia “uma regra” na família: só pode ser político depois que se forma. 

Um peso crucial nessa conjuntura que está sendo formada é Miguel Coelho, prefeito da quinta maior cidade de Pernambuco. O pessebista, aos 27 anos, conseguiu a vitória na primeira vez que disputou um cargo de prefeito desbancando o ex-vereador Ednaldo Lima (PMDB), o candidato escolhido pelo então experiente prefeito, Júlio Lóssio (PMDB). 

Miguel pode angariar aliados a favor dos Coelho. Recentemente, o senador Armando Monteiro (PTB) foi até Petrolina para um encontro com FBC e o prefeito. Na reunião, o jovem prometeu mais de R$ 3 milhões em emendas parlamentares aos políticos para projetos envolvendo o esporte e o turismo na cidade. Armando, na ocasião, desconversou afirmando que foi tratado o cenário econômico e político nacional por causa “da grave crise instalada” no país. 

Soma-se, ainda, a todo esse contexto “o perdão” que ocorreu, no ano passado, entre o deputado Guilherme Coelho e FBC. A aliança que foi anunciada, pouco antes da disputa eleitoral de 2016, rompeu com um racha político de 30 anos. Logo após a união pregada, Miguel Coelho fez um discurso dizendo que seria “eternamente grato” pelo gesto de Guilherme. Também avisou que a partir dali estava se construindo “uma ponte” que iria gerar grandes frutos para Petrolina. 

Influência de FBC

Dos 4 filhos do senador FBC, tanto Miguel e Fernando não negam que a trajetória do pai foi um espelho para seguir a mesma trajetória. Em entrevista ao LeiaJá, Fernando já afirmou que sempre o acompanhou, o que muito contribui para a escolha do seu caminho. Ele também confessou que, em muitos momentos, o pensamento e o modo de agir é diferente do senador, mas que nem por isso deixa de admirá-lo e escutá-lo. 

Miguel segue a mesma linha. De acordo com ele, aos 11 anos de idade, já o seguia nas agendas que cumpria ainda quando ele era prefeito da cidade. “Terminou que a política foi uma consequência para mim. Eu me formei em Direito, sou advogado. Estava em São Paulo trabalhando, exercendo a advocacia, quando surgiu a possibilidade da campanha de 2014 para deputado estadual tanto que minha candidatura aconteceu em março”. 

Uma matéria publicada no site da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) detalha um pouco da antiga história dos Coelhos, que remota ao ano de 1947. “Quando o médico Nilo Coelho, falecido em 1984, entrou para a política aos 26 anos de idade como candidato a deputado estadual. Exerceu quatro mandatos, foi governador de Pernambuco (1967 a 1971) e, ainda, senador da República no período de 1979 a 1983. Nilo Coelho foi responsável pelo crescimento de Petrolina, transformando o município em um dos maiores exportadores de frutas do país”, explica uma parte do texto. 

Presente na coletiva de imprensa onde o presidente estadual do PMDB, Raul Henry, falou sobre a decisão liminar da Justiça que suspendeu o processo de dissolução da executiva estadual da sigla, o deputado estadual Ricardo Costa, em entrevista ao LeiaJá, lamentou a postura que vem sendo tomada pelo senador Fernando Bezerra Coelho, filiado ao partido  no mês passado após a possibilidade aberta pelo presidente nacional da legenda, Romero Jucá, de comandar o partido em Pernambuco. Dessa forma, FBC conseguiria levar o partido, que hoje é principal aliado do governador Paulo Câmara (PSB), para a oposição.

O parlamentar falou que a legenda não tem nada contra ninguém e lamenta a atual situação. “Ninguém aqui tem nada contra ninguém, mas é pela forma como as coisas vieram se processando. Eu vejo tudo isso lamentando porque ele [FBC] é um político de muito vigor e de muita energia e acontecer uma coisa dessa justamente com  o nosso partido e com ele não nos leva a nenhuma alegria. Eu lamento”. 

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Ricardo Costa também falou que todo esse processo é penoso. “É um caminho tortuoso, penoso, mas necessário e que nós temos que realmente participar dele em defesa, como disse o presidente Raul Henry há pouco, em defesa dos nossos ideais, da nossa história e em defesa do PMDB de Pernambuco. De alguma forma contribuímos para que essa história fosse até hoje conduzida com democracia e com liberalidade”. 

Ele ainda ressaltou que é preciso “lutar” pela integridade do partido. “É um partido aberto, realmente democrático onde participam todas as forças que compõem a sociedade pernambucana e esse atropelo que nós estamos vitimados precisa de um combate e esse combate está sendo feito dentro da lógica, dentro da juridicidade que o tema requer e é decisão do diretório e da executiva estadual lutar pela integridade do partido”.

O que mais vinha sendo comentado nos bastidores da política pernambucana se concretizou nesta terça-feira (5): o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) solicitou a desfiliação da sigla. FBC vai se filiar, já nesta quarta (6), ao PMDB, com evento marcado para acontecer na presidência nacional do partido, em Brasília. Em entrevista ao LeiaJá, logo após a notícia, o deputado federal Danilo Cabral, que fez críticas ao ministro Fernando Filho (PSB), nessa terça (4), falou sobre o assunto. "É uma opção dele", declarou. 

O parlamentar disse que as divergências já vinham acontecendo há algum tempo de forma que se havia tornado público. "Ele [Fernando Bezerra] já manifestava uma posição contrária em relação às posições que o partido vinha tendo. Ele já vinha divergindo a nível nacional, então ele já vinha procurando outro espaço".

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Para Cabral, essa decisão foi tomada fundamentalmente por esses conflitos. Questionado sobre a escolha do senador, o deputado foi categórico. "Sinceramente, não me cabe a avaliação das escolhas dele. A avaliação que a gente tinha era em relação às suas posições desde lá atrás sobre as reformas como a trabalhista, da própria manifestação sobre o presidente Michel Temer (PMDB) e, agora, o caso da privatização do setor energético com Fernandinho à frente do Ministério de Minas e Energia".

Cabral ainda falou que a rota de FBC já vinha há algum tempo de "colisão". "Com a aproximação da eleição de 2018, ele achou por bem encontrar outro caminho. Cabe a ele fazer essa avaliação devidamente, não cabe a gente não", finalizou.

No Ceará, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-CE) devolveu a dois ex-governadores, Adauto Bezerra e Gonzaga Mota, o direito ao pagamento do valor original de suas aposentadorias vitalícias. Os dois voltaram a receber cerca de R$ 35 mil mensais. O valor é o mesmo pago ao presidente do TJ-CE e maior que a quantia recebida pelo governador atual, Cid Gomes (Pros), que é de R$ 15,7 mil/mês.

O benefício, que era garantido pela Constituição Federal sem necessidade de um período mínimo na função, foi extinto em 1995, mas antes contemplou Francisco Aguiar, então vice de Ciro Gomes. Francisco Aguiar governou o Ceará por apenas 89 dias.

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Em 2002, o benefício foi restabelecido, no governo de Tasso Jereissati (PSDB), criando alguns critérios como um prazo determinado no cargo. Foi quando passou a ter direito o então vice de Tasso, Beni Veras, que assumiu o governo cearense entre 2002 e 2003.

Tasso e Ciro abriram mão de pedir o benefício. Lúcio Alcântara, que exerceu a função de 2003 a 2007, chegou a requerer a pensão vitalícia, mas desistiu.

Adauto Bezerra governou o Ceará em 1974, por indicação do então presidente Ernesto Geisel.

Gonzaga Mota foi eleito governador do Ceará em 1982, pelo PDS, com o apoio dos coronéis Adauto Bezerra, Virgílio Távora e César Cals. Esses dois últimos já mortos.

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