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A população de bairros periféricos da cidade de Belém vem sofrendo com problema de iluminação pública. Muitas ruas têm ficado no escuro ou com uma iluminação precária. Isso acaba sendo um risco para moradores, pedestres ou motoristas, saírem às ruas.
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Rafaelle Navegantes, de 22 anos, reclamou do serviço precário de energia em seu bairro. “Tenho percebido piorar ao longo dos anos. Ano passado eu acho que foi quando mais faltou energia por aqui. A minha mãe trabalha com encomenda de bolos, doces e salgados. Não ter energia significa perder materiais que precisam de refrigeração constante e até mesmo perder o produto final”, relatou a graduanda em Arquitetura e Urbanismo.
“Além da questão de trabalho, meu irmão fazia tratamento oncológico, tinha câncer no pulmão, todos os dias ele fazia aerossol (que precisa de energia), a única diversão era a internet/tv e quando faltava energia ele ficava muito chateado. Também não dava pra utilizar ventilador, ar-condicionado, etc”, continuou Rafaelle.
Perguntada sobre a sensação de insegurança, ela respondeu: “A minha rua não é muito movimentada. Cada vez que ficamos sem energia ou mesmo quando algum poste fica sem luz (o que acontece sempre) a gente fica mais apreensivo, com certeza”, repondeu sobre o bairro de Águas Negras.
O estudante de Psicologia Mailson Alves também relatou as dificuldades por que passa no seu bairro, Tapanã, por causa da precariedade do serviço de iluminação. “Em determinadas ruas isso é frequente, principalmente nas ruas que não têm asfalto e são próximas de pequenas invasões no bairro, o que também colabora para o aumento da violência”, disse.
Mailson relatou que a insegurança é constante, principalmente em ruas do bairro que facilitam o acesso à sua residência. “Muitos moradores às vezes optam por caminhos mais longos pelas ruas principais por conta da movimentação e iluminação”, relatou.
O jovem de 21 anos falou sobre as dificuldades encontradas por ele. “Dificuldades de locomoção e segurança são as maiores. É visível o aumento de violência devido ao aumento de assaltos constantes tanto pela manhã quanto à noite, o que afeta as pessoas que estão indo ou voltando do trabalho.”
Félix Negrão, diretor do Departamento de Iluminação Pública da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), diz já ter sido iniciado na última semana um sistema de ronda noturna, no qual é feito um levantamento do sistema de iluminação da cidade. “A intenção é que essa ronda chegue a todos os bairros. Em nossa primeira ronda o resultado já foi alarmante, pois identificamos que 12% dos pontos verificados estavam com problemas. Diante disso, solicitamos à empresa contratada, a Endicon, que atuasse para restabelecer o serviço.”
O diretor diz também contar com a participação da população. “Precisamos melhorar nossos canais de comunicação com a população para que as demandas possam chegar de maneira mais rápida e eficaz. A Seurb quer modernizar esses canais, criar um aplicativo da iluminação pública, implantar um serviço de atendimento via whatsapp e fortalecer o já existente call center”, afirmou.
“Estamos implantando ferramentas de gestão para poder ter indicadores que retratem a qualidade dos serviços prestados à população”, disse Félix sobre o informativo que foi lançado no Instagram da Seurb no dia 12 de fevereiro e registrou 2.320 entendimentos. O serviço ocorre 24 horas por dia.
Sobre atendimento, o diretor da DIP recomendou o call center, pelo número 0800 400 0300, que funciona de segunda a sexta, de 8 às 21 horas, e aos sábados de 8 às 12 horas. “Também recebemos pedidos que são levados diretamente até a Seurb, seja por ofício ou solicitações diretas do cidadão."
Negrão, ao falar pela Seurb, se colocou à disposição para receber todas as demandas de moradores que estão sofrendo com a iluminação precária. “Temos muitos desafios pela frente e muito a melhorar, mas queremos pautar essa administração pela atenção e cuidado com o nosso povo”, finalizou.
Por Maria Rita Araújo e Yasmin Seraphico.