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Uma mulher de 21 anos foi assassinada pelo marido a golpes de faca na noite da segunda-feira (20), na Zona Rural de Inajá, no Sertão pernambucano. De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu depois de uma discussão do casal. 

Segundo informações, a vítima, identificada como Ivanice Maria da Silva, estava em casa e o principal suspeito, o marido Rodrigo José do Nascimento, de 27 anos, chegou embriagado e ameaçou vender o celular de Ivanice, que foi esfaqueada por Rodrigo depois de uma discussão sobre a venda do aparelho. 

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A irmã da vítima, de 16 anos, que também estava no local na hora do crime, foi agredida por Rodrigo José por tentar impedir que a irmã fosse ferida. Ivanice não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O suspeito fugiu. 

O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. 

Nota na íntegra

“A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Delegacia de Inajá, registrou ocorrência de feminicídio que vitimou uma mulher, de 21 anos, no bairro do Centro do município de Inajá na noite da última segunda-feira. Houve ainda uma lesão corporal por violência doméstica familiar de uma adolescente, de 16 anos, irmã da vítima. O principal suspeito é o companheiro da vítima que fugiu após desferir golpes de arma branca nas duas. A PCPE informa que todas as providências necessárias estão sendo tomadas”.

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), anunciou a realização de cursos voltados para agricultores, que serão ministrados nos próprios engenhos localizados na Zona Rural do município.

O projeto teve início no Engenho Salvador, com o curso de aproveitamento integral dos alimentos para agricultores. A formação tem como objetivo ensinar técnicas de aproveitamento integral dos alimentos de acordo com as boas práticas para os serviços de alimentação e as técnicas gastronômicas aplicáveis. Aprendendo novos métodos, os agricultores podem agregar valor à sua produção in natura com a fabricação e venda de produtos, contribuindo para o aumento de geração de renda. 

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Os temas abordados são: desperdício e perda; conceitos e importância; critérios para seleção de alimentos: aspectos sensoriais (textura, odor, cor e aparência); safras de frutas e hortaliças; características de alimentos orgânicos e convencionais; hábitos de higiene pessoal do manipulador; higienização de equipamentos, utensílios e do ambiente; procedimento de higienização de frutas e hortaliças; elaboração de receitas; e Plantas alimentícias não convencionais (PANCs): conceitos e utilização em receitas. 

Além deste, também serão ofertados outros cursos e oficinas de capacitação em 2023. Entre eles, estão: beneficiamento caseiro da macaxeira, associativismo e cooperativismo, design de pratos, produção de doces e salgados, gastronomia do côco, cardápio saudável, ecoturismo e educação ambiental. Também haverá consultorias sobre oportunidades na área rural, gestão do agronegócio, boas práticas agrícolas, certificação de produtos orgânicos e qualidade do leite.

O planejamento está sendo realizado com base no Censo Rural iniciado pela Prefeitura na Zona Rural da cidade. Essa ação tem o objetivo de identificar o número de agricultores familiares, produção e as necessidades para desenvolver o setor e melhorar a qualidade dos produtos.

Entre os dias 19 e 22 de setembro, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) realiza missão no estado de Pernambuco para apurar denúncias de violações de direitos humanos envolvendo conflitos agrários, especialmente na Zona da Mata do estado.   

 A programação da missão inclui visitas a comunidades em conflitos nos municípios de Barreiros e Jaqueira, ambos situados na Mata Sul; e Itambé e Goiana, na Mata Norte do estado. Também serão realizadas reuniões com autoridades governamentais, audiência pública e coletiva de imprensa. 

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   Durante a missão, o CNDH será representado pelo conselheiro Marcelo Chalréo e pela conselheira Sandra Maria da Silva Andrade. A missão contará também com a participação de várias entidades, tais como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape), a CONTAG, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), além de representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, da Defensoria Pública da União (DPU), da Defensoria Pública do Estado (DPE) e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal.   

 Contexto da violência no campo na Zona da Mata pernambucana - A realização da missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos foi motivada pelo cenário de violência no campo a que estão submetidas populações camponesas da Zona da Mata pernambucana. De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do total dos conflitos no campo registrados no estado em 2021, 44% ocorreram nessa região.  Ainda segundo os dados, das 22 pessoas ameaçadas de morte no campo no estado em 2021, 18 são agricultores e agricultoras que vivem em municípios da Zona da Mata. O número classifica Pernambuco como o segundo estado do país com mais pessoas ameaçadas de morte no campo.   

 Os altos índices de violência na região se relacionam com as transformações em sua matriz produtiva. Nos últimos anos, com a decadência do setor sucroalcooleiro e o acúmulo de dívidas milionárias de usinas produtoras de açúcar e álcool, grandes extensões de terras na Zona da Mata de Pernambuco vêm sendo arrendadas, vendidas ou adquiridas por meio de leilões judiciais por empresas do ramo da pecuária. Essas empresas são alvos de inúmeras denúncias envolvendo esbulho de posse, destruição e envenenamento de lavouras e ameaças contra famílias posseiras que vivem nessas localidades há décadas. 

    Sobre o CNDH - O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é um órgão colegiado de composição paritária que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil, através de ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação desses direitos, previstos na Constituição Federal e em tratados e atos internacionais ratificados pelo Brasil. Instituído inicialmente pela Lei nº 4.319, de 16 de março de 1964, que criou o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), o colegiado foi transformado em Conselho Nacional dos Direitos Humanos pela Lei n° 12.986, de 2 de junho de 2014.

O CNDH desempenha sua missão institucional tendo como orientação os Princípios Relativos ao Status das Instituições Nacionais de Direitos Humanos (Princípio de Paris), definidas pela ONU em 1992, marcados pelo pluralismo e pela autonomia.   

 PROGRAMAÇÃO:   

 ● Data: 19.09.22 (segunda-feira) - Visitas às comunidades de Roncadorzinho, em Barreiros, e Fervedouro, em Jaqueira, ambas situadas na Zona da Mata Sul pernambucana. Na ocasião, representantes de outras comunidades rurais do entorno também estarão presentes.   

 ● Data: 20.09.22 (terça-feira) - Visitas às comunidades em conflitos na região da Zona da Mata Norte. Na ocasião, serão realizadas escutas na comunidade do Gongo, situada em Itambé, e nas comunidades Horizonte e Dois Rios/São Severino, em Goiana.   

 ● Data: 21.09.22 (quarta-feira) - Reuniões com autoridades no Recife durante a manhã e a tarde;   

 ● Data: 22.09.22 (quinta-feira) - Audiência pública, das 9h às 13h30, no auditório da OAB, com foco nos conflitos objetos das visitas in loco e apresentação de casos e realidades dos povos indígenas, comunidades quilombolas e pescadoras e pescadores em Pernambuco;   

 ● Data: 22.09.22 (quinta-feira) - Coletiva de imprensa, às 16h, na sede da Defensoria Pública do Estado (DPE), situada na Av. Manoel Borba, 640, Recife (PE).

*Da assessoria 

A Polícia Militar apreendeu 830 quilos de maconha no Riacho do Boi, zona rural de Itacuruba, Sertão de Pernambuco. A PM aponta que recebeu informações da existência do tráfico de drogas no local. O caso ocorreu na noite da segunda-feira (1º).

No local, o efetivo encontrou seis indivíduos que teriam iniciado uma troca de tiros ao avistarem a aproximação do policiamento. Os suspeitos fugiram dentro da caatinga e a PM não conseguiu encontrá-los. 

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Além dos sacos da maconha pronta para o consumo, os policiais também encontraram 39 quilos de sementes da erva. Todo o material foi apreendido e levado para a delegacia da cidade de Floresta , também no Sertão.

 Um ex-servidor da Prefeitura de Orocó, no Sertão de Pernambuco, foi condenado por desviar cerca de R$ 100 mil enviados pelo Governo Federal para custear computadores e internet em escolas da Zona Rural. O recurso era parte do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), o ex-servidor temporário foi identificado como José de Oliveira Santos Júnior. Ele possuía as senhas bancárias e era autorizado a fazer transferências da Prefeitura.

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Entre abril de 2013 e março de 2014, José de Oliveira fez 82 transferências ilegais dos valores que deveriam financiar dez associações de pais e mestres.

"A Justiça acolheu a argumentação do MPF e destacou que o crime merece reprovação especial, pois os recursos foram retirados de escolas rurais com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o que causou grande prejuízo ao sistema educacional de Orocó”, destacou o MPF em nota.

Um casal, identificado como José João da Silva, de 57 anos, e Josefa Maria da Silva, 61, morreu na manhã desta segunda-feira (7), após levar um choque enquanto trafegava de motocicleta na zona rural de Santa Maria do Cambucá, Agreste de Pernambuco. 

Eles encostaram em um fio de alta tensão e receberam uma descarga elétrica. Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto de Medicina Legal (IML). A Polícia Civil confirma que instaurou inquérito policial e vai investigar o caso.

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Desde a semana passada mais de 500 casos de COVID-19 foram declarados por dia em Idaho, um pequeno estado rural do noroeste dos Estados Unidos, o que ilustra a propagação exponencial do coronavírus em todo o território americano.

O exemplo deste estado de 1,8 milhão de habitantes e conhecido por suas batatas e matadouros mostra a explosão da pandemia no sul e no oeste, quando Nova York e o nordeste conseguiram reduzir as infecções.

Antes de 15 de junho, Idaho reportava menos de 50 novos casos por dia. No domingo, reportou 550 e mais de 700 na quinta-feira passada.

Em relação à população, o número de contágios em Idaho nos últimos sete dias é o oitavo no país (460 novos casos por 100.000 habitantes), logo atrás dos grandes estados do sul e do oeste, como Flórida, Louisiana e Texas, segundo dados do jornal New York Times.

Desde o início da epidemia, nunca tinham sido ocupados tantos leitos hospitalares em Idaho por pacientes com o novo coronavírus (224 em 15 de julho, segundo os últimos dados oficiais); em abril, o número máximo de hospitalizações foi de 71.

A cifra de mortos no estado continua sendo baixa (entre 1 e 4 por dia), mas é superior a todo o mês de junho, quando foi registrada uma morte diária.

"Aumentos muito inquietantes no Estados Unidos rural, que tem capacidades hospitalares muito mais reduzidas e mais difíceis de melhorar em emergências", disse Ashish Jha, diretor do Global Health Institute de Harvard, pelo Twitter.

O governador do Estado, o republicano Brad Little, adiou várias vezes a reabertura total da economia, mas todas as lojas e serviços, inclusive os clubes noturnos, estão abertos com restrições pelo distanciamento físico.

A maior cidade do estado, Boise, principal foco da epidemia, impôs em 4 de julho o uso de máscara em espaços públicos internos e externos.

Mas em outras partes do estado, a ideia de uma obrigatoriedade enfrentou a oposição dos moradores, o que levou as autoridades sanitárias do norte de Idaho a voltarem atrás, segundo o jornal local Spokesman-Review.

Protestos contra as máscaras ocorrem em todas as zonas rurais do país, já que as decisões dependem das autoridades locais, às quais o presidente Donald Trump preferiu deixar a responsabilidade.

No domingo, Trump reiterou que não tem a intenção de impor o uso da máscara em todo o país.

Um pecuarista morreu após ser atacado por uma vaca, nesta segunda-feira (30). Ele limpava o bezerro quando recebeu chifradas da mãe do filhote, na Zona Rural do distrito de Jaciaba, em Prudentópolis, no Paraná.

Segundo a polícia paranaense, o bezerro era esterilizado pois estava com insetos no umbigo. Após a investida da vaca, a vítima foi arremessada e bateu as costas.

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Testemunhas ainda tentaram realizar os primeiros socorros, contudo, uma enfermeira do posto de saúde local confirmou o óbito. O corpo seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, na região Central do Estado.

 

Família do interior de Pernambuco comemora os benefícios das cotas rurais. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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Os 71 quilômetros de distância entre Vitória de Santo Antão e Sairé, ambas cidades localizadas em Pernambuco, não são capazes de desestimular a força de vontade de Maria Eduarda Campos Alves, de 15 anos. Todos os domingos, a jovem sai de casa em busca de um sonho: concluir o ensino médio integrado ao ensino técnico de agroindústria no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).

A aula no campus Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, começa às 7h30, mas muito antes disso a garota já está a caminho da instituição. Todos os sábados, Eduarda sai do sítio da sua família, localizado na área rural de Sairé, e vai para a casa de sua tia, em Gravatá, ambas cidades do Agreste de Pernambuco. 

Estar em Gravatá traz uma facilidade no seu início de semana, já que o percurso até a sala de aula encurta para 19 quilômetros. “Saindo do sítio dos meus pais eu tenho que pegar um ônibus até a cidade, da cidade eu pego outro ônibus até Gravatá, de Gravatá eu pego outro ônibus até Vitória [de Santo Antão] e quando chega na rodoviária eu pego outro ônibus para a instituição”, explica a garota. Eduarda ressalta que, para o percurso da casa da sua tia para o campus onde estuda, só é necessário um transporte. “Eu pegava um ônibus daqui de Vitória para Gravatá, chegava e andava um pouco até a casa dela. Para ir para Sairé, pegava outro ônibus até lá e de Sairé para minha casa pegava um mototáxi. Agora eu estou começando a ir de van para a casa da minha tia porque ele me deixa aqui dentro do campus e me leva para próximo da casa dela”, conta. 

Mas, de segunda a sexta-feira, todo esse deslocamento não é necessário. Eduarda conseguiu ter acesso à moradia estudantil, oferecida pelo IFPE. A instituição disponibiliza quartos para que os estudantes com dificuldade de deslocamento para suas casas possam passar o período de aulas dentro do campus. “Eu fui com minha mãe e meu pai no IFPE e me disseram para mandar uns documentos por e-mail, escaneados, mas quem disse que eu sabia fazer isso? Eu não tenho computador nem impressora, então descobri que um cara fazia esse serviço, aí cheguei lá já chorando, mas consegui. Mandei tudo em cima da hora e pensei que não iria ter acesso à moradia”, confessou. 

Eduarda tinha medo de precisar ir para uma escola com ensino médio regular e perder a oportunidade de sair profissionalizada do ensino básico. “Por semana, iria gastar uns R$ 60 de passagem e não coseguiria ir e voltar para casa todos os dias. Teria que ir para uma escola pública lá perto de casa e perder a oportunidade que tenho hoje de sair do ensino médio já com uma profissão técnica”, diz. Mas a espera teve final feliz e seu lugar na residência que fica nos fundos do campus Vitória do IFPE foi reservada. Hoje, Eduarda divide o espaço com mais cinco meninas. 

Todas as barreiras superadas por Eduarda a deixam ciente da importância de ter conseguido entrar como cotista de zona rural do IFPE e de que mais e mais estudantes consigam esse benefício. “Acredito que os estudantes que moram na cidade e longe de zona rural têm mais chances de um ensino melhor e de uma educação de mais qualidade. Sem essas cotas, eu não conseguiria entrar”, acredita a estudante.

A jovem soube das cotas rurais no vestibular por meio de um professor. “Fui fazer a inscrição e ele me disse que eu poderia concorrer como cotista. Nem sabia o que era direito, mas fui lá, fiz e fui aprovada. Hoje, sou muito grata às cotas por ter conseguido estar onde estou, ela só traz benefícios, é uma forma de igualar quem tem acesso a um ensino melhor de quem não tem”, comenta.

A mãe da garota, a agricultora de 34 anos Maria Andreia Campos, fica feliz pelas conquistas da filha. “A gente que não estudou tem que dar a oportunidade a ela de conseguir o que quer. O percurso é difícil, ela passa muito tempo longe de casa, mas a gente não deixa de dar as coisas. Quando o dinheiro não dá para passagem, todo mundo ajuda, um tio dá um pouquinho, outro primo dá um tiquinho e assim a gente vai levando”, enfatiza. O padrasto da garota, o também agricultor Cícero Amaral da Silva, diz que Eduarda é como uma filha. “Eu faria tudo por ela, é como uma filha para mim. Eu não estudei e estou aqui plantando, e não quero isso para ela. Quero que ela tenha estudo para ser médica, como ela quer”, diz, orgulhoso.

O fator familiar também é um apontamento decisivo para que Eduarda não tenha total auxílio dos pais em relação aos seus estudos. Sua irmã, Andrielly Campos, de seis anos, tem microcefalia. Todos os dias, os pais da garota vão levá-la para os tratamentos. “De segunda a sexta, a gente tem fisioterapia, consulta, fonoaudiologia. É aqui, em Vitória, em Gravatá e em Caruaru. Sempre temos que estar de lá para cá com ela. Um dia vamos com o transporte da prefeitura, no outro com um carro emprestado de um primo, e a gente sempre vai levando”, explica a mãe. O sonho de Eduarda é ser neurocirurgiã. Mas, para isso, ainda há uma longa batalha pela frente.

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Caminho, estrada e transporte

“Quando existir uma escola pública de qualidade, quando houver caminho, estrada e transporte, aí não serão necessárias as cotas”, argumenta o especialista em cotas e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Michel Zaidan. Segundo o docente, a reserva de vagas para moradores de zona rural se dá porque não existe um amparo público que supra as necessidades educacionais básicas da população do campo. Isso significa que as instâncias escolares, bem como os serviços que mantém os estudantes dentro das salas de aula são escassos e falhos. 

Para ir até a instituição de ensino, seja ela de boa ou má qualidade, é preciso ter transporte. Caso contrário - apenas com exceção de situações super-heróicas em que jovens caminham por quilômetros para chegar à escola -, é humanamente exaustivo ir para a sala de aula. Muitos acabam desistindo da permanência na instituição e preferem gastar energia cultivando e ajudando a família nas atividades do campo.

Os gastos também importam. O custo semanal de Eduarda, caso ela precisasse se locomover todos os dias de casa para o campus onde estuda, seria em torno de R$ 60. Isso, multiplicado por 20 dias úteis, resulta em R$ 1,2 mil, mais de um salário mínimo gastos apenas com transporte. Sem contar o que seria necessário para alimentação e estudos da garota.

E nesse ponto, o professor Michel Zaidan aponta uma solução. “Se a gente universalizasse a escolarização, inclusive o campo, não haveria necessidade de cotas. Mas nós não temos suficiente nem na zona urbana, quanto mais na zona rural. As cotas são um substitutivo para políticas públicas deficientes, de uma maneira geral. Se essas políticas públicas fossem universalistas e não compensatórias, não havia necessidade de cotas”, diz. O especialista também aponta um movimento contra as cotas. “Infelizmente, ainda existem aquelas pessoas que se sentem inferiorizadas por conta das cotas. Elas alegam que existe uma discriminação, cria-se um estigma de ‘coitadinhos’ para as pessoas beneficiadas, mas isso não é verdade, elas são capazes e o que lhes falta são as condições do meio”, ressalta Zaindan.

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Para a assistente social do IFPE, Marise Costa, a possibilidade de cotas é uma forma de igualar quem está em desequilíbrio educacional, além de ser uma maneira de melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Algumas pessoas certamente não chegariam onde chegaram se não houvesse o sistema de cotas, então o impacto maior é na vida delas. Já tivemos aqui estudantes que saíram do curso superior diretamente para o mestrado em São Paulo, todos eles entraram pelas cotas”, relembra. 

Muitos estudantes que vêm da zona rural conseguem uma vaga na Moradia Estudantil, mas a capacidade do IFPE não suporta todos os que necessitam. Por isso, o que resta a alguns discentes é procurar vagas em repúblicas particulares que ficam localizadas foras das dependências do campus. “Para isso, o IFPE oferece uma ajuda de custo que auxilia no pagamento das despesas. Não é o suficiente para custear todas, mas é algo que de certa forma ajuda os estudantes. Eles também garantem a alimentação disponibilizada dentro do campus”, explica Costa.

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Realidade do ensino rural

Em Pernambuco, a única instituição pública de ensino que oferece processo seletivo com cotas para moradores de zona rural é o IFPE, com 25% das vagas de ampla concorrência reservadas para habitantes do campo ou filho de agricultores. Desde a implementação da modalidade, no vestibular de 2013, foram oferecidas 977 vagas. Durante os anos de seleção, os candidatos puderam concorrer aos cursos técnicos de agroindústria, agropecuária, zootecnia, alimentos, agroecologia e agroeconomia. Também foi disponibilizado o curso de bacharelado em agronomia. Todas as oportunidades são concorridas para os campus com vocação agrícola, que são Barreiros e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, e Belo Jardim, Agreste.

Também no solo pernambucano, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) inaugurou, em 2019, o curso de bacharelado em agroecologia. O objetivo da graduação tem a finalidade de promover a conhecimento a profissionais que lidam diariamente com as atividades do campo. Durante o processo seletivo, foi priorizado o ingresso de agricultores, familiares e camponeses, assentados da reforma agrária, aquicultores, pescadores de base familiar, comunidades tradicionais em geral, como extrativistas, quilombolas e indígenas, em acordo com a Lei da Agricultura Familiar.

Segundo as sinopses estatísticas da educação superior, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), das 2.448 instituições de ensino superior existentes no Brasil, 1.574 estão localizadas nos interiores dos estados. Sancionada há sete anos, a Lei de Cotas trouxe avanços e oportunidades para quem busca melhores condições de educação. Atualmente, a forma mais popular de ingresso nas instituições é por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Nele, é preciso que os estudantes tenham realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Mas o caminho para chegar às universidades é longo e passa pelo ensino básico. De acordo com informações do Ministério da Educação (MEC), atualmente, existem 73.483 instituições de ensino municipais e estaduais no campo, das quais 1.856 quilombolas e 2.823 indígenas. As demais 68.804 são escolas rurais ou unidades em assentamentos.

Reportagem faz parte do especial "Para que servem as cotas?", produzido pelo LeiaJá. O trabalho jornalístico explica a importância das cotas para a equidade e democratização dos espaços de educação brasileiros. Confira as demais reportagens:

1 - Cotas: sanção da lei marca o ensino superior

2 - A perspectiva social que explica a criação das cotas

3 - Cotas raciais valorizam diversidade no ensino superior

4 - Saiba como funciona as Comissões de Verificação de Cotas

5 - Inclusão de pessoas com deficiência marca Lei de Cotas

7 - A aldeia no campus: cotas e reparação histórica aos índios

8 - Cotas para trans esbarram em preconceito no ensino básico

9 - ProUni: inclusão social no ensino superior particular

10 - O que é mito e o que é verdade sobre a Lei de Cotas?

11 - Como seria um mundo sem cotas? 

O corpo do professor e ativista LGBTQI+ Sandro Cipriano foi encontrado na manhã deste sábado (29), já em estado de putrefação, às margens da estrada do Sítio de Sapucaia, zona rural de Pombos, cidade do Agreste, Zona da Mata de Pernambuco. O professor estava desaparecido desde a última quinta-feira (27), quando dois homens foram vistos saindo da casa da vítima com o seu carro.

De acordo com a Delegacia de Pombos, o veículo de Sandro ainda não foi encontrado, já o corpo do professor foi avistado por populares que passavam pelo local e denunciaram à polícia. Ainda segundo o órgão, os familiares já foram informados sobre a morte. A polícia ainda não sabe quem pode ter cometido o crime. As investigações continuam.

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Em meio a constantes notícias de uso indevido da verba pública ou desperdícios de dinheiro para regalias de políticos, uma atitude diferente chamou a atenção no Espírito Santo. O prefeito de Colatina, no interior do Estado, Sérgio Meneguelli (MDB) resolveu reformar uma escola na zona rural da cidade com o dinheiro que, em fevereiro, ele cancelou o repasse para o desfile de escolas de samba durante a festa de carnaval.

A unidade de ensino, que antes estava desativada, foi reinaugurada no último dia 10. O prédio tem quatro salas de aula e custou R$ 220 mil aos cofres públicos. De acordo com Sérgio, a escola deve atender cerca de 100 alunos que, costumeiramente, precisavam deixar o bairro para estudar em outro local.

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“Essa escola foi necessária porque se não eles deveriam acordar as 5h da manhã para irem estudar em escolas longe e hoje não, cerca de 100 alunos vão poder estudar onde moram. A educação é tudo”, afirmou o prefeito, em publicação nas redes sociais.

Sobre o carnaval, ele ponderou: “Não teve desfile de escola de samba, mas teve carnaval animado e a cidade ganhou mais uma escola rural”. De acordo com informações de jornais locais, este foi o segundo ano que Sérgio Meneguelli retirou verbas destinadas ao carnaval para direcionar a alguma outra ação municipal. No ano passado, ele usou o montante para a compra de remédios e a reforma de dois postos de saúde.

Uma plantação com 15.150 pés de maconha foi erradicada por policiais militares do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi), na sexta-feira (1º), na zona rural de Custódia, Sertão de Pernambuco. Um homem foi preso no local.

A plantação foi encontrada após levantamento do serviço de inteligência da polícia. No local, estava um homem que seria o caseiro. Durante a abordagem, foi encontrada uma espingarda de fabricação caseira.

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O plantio foi incinerado. Suspeito e arma foram levados para a Delegacia de Plantão de Custódia.

 

José em uma das hortas do Instituto Federal de Vitória de Santo Antão. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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– Bença, padrinho. Bença, tio – dizem as crianças que pausam o jogo de futebol para a despedida.

– Deus te abençõe. Bença, mainha. Bença, pai. Bença, Ciada.

– Vai com deus, meu filho, cuidado no caminho.

A partida do estudante José Marques dos Santos, 30, ainda não se tornou habitual, mesmo que todas as semanas ele retorne à sua casa e ao afago dos familiares, se despedir do único filho homem desperta nos pais um misto de sentimentos de orgulho, cuidado e saudade. José foi o primeiro da família a ter acesso ao ensino superior e por isso precisou se mudar. Em 2015, ele recebeu a notícia da aprovação em primeiro lugar, nas vagas reservadas a moradores de Zona Rural, no vestibular para cursar agronomia no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no campus de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata do Estado.

José Santos é filho dos agricultores Maria das Dores dos Santos, 50, e José Marques de Lima, 52; o rapaz nasceu na cidade de Amaraji, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Ainda novo, se mudou para a cidade vizinha porque os familiares possuíam terras na Zona Rural do município de Primavera, distante cerca de 100 quilômetros da capital pernambucana. Passou a infância e adolescência no Sítio Maracujá, comunidade que herdou esse nome pelas diversas plantações da fruta na localidade e de acordo com os moradores, por situações em que os cavalos soltos comiam o fruto e eram logo em seguida intoxicados.

Por morar em uma região rural e mais distante dos serviços básicos e públicos, a relação de José com o estudo precisou ser de muita força de vontade e paciência. Na infância, estudou no colégio público nas proximidades do vilarejo, mas ao terminar o ensino fundamental, não existiam escolas próximas para que ele desse continuidade aos estudos. A instituição mais perto ficava na cidade de Pombos, a cerca de 70 quilômetros de sua casa. “Minha família conseguiu uma vaga para mim em uma escola de Pombos e o trajeto só de ida durava cerca de uma hora e trinta minutos”, conta o estudante. Ele, assim como outros alunos que precisam se deslocar de regiões mais distantes, eram transportados em veículos do tipo “pau de arara”, superlotados, sem segurança e em péssimas condições até a escola. José ia e voltava todos os dias.

Além da dedicação com a escola, ele sempre ajudou os pais no campo. A relação de José com a terra vem de berço, não tem idade certa de início e revela muito sobre a escolha do curso acadêmico posteriormente. A família sempre sobreviveu do cultivo de plantações diversas, frutas, verduras, legumes, para consumo próprio e para a venda. Os agricultores familiares sempre contaram com a ajuda do filho para a plantação e colheita, mas reservavam o momento de estudo sagrado para que José pensasse em um futuro diferente e com mais oportunidades. 

Família faz a colheita do chuchu no Sitio Maracujá. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em 2009, aos 21 anos, ele conseguiu concluir o ensino médio na cidade de Pombos e na época, pensava que já tinha chegado ao topo do que poderia ser feito, para alguém que mora tão distante de tudo. Passou um ano focado em ajudar a família nas plantações para aumentar a renda de seus parentes, já que a região da Mata Sul de Pernambuco é conhecida pela boa colheita justamente por ser mais arborizada, com chuva constante e rodeada de rios. Em 2010, José decidiu que precisava dar um passo a mais e fez o concurso para vigilante da Prefeitura de Primavera. Foi aprovado e se tornou um funcionário público. Mais uma vez, precisou se dividir entre a responsabilidade fora de casa no seu novo emprego e os trabalhos no campo.

“Ajudou demais minha família essa renda do concurso porque na agricultura familiar existem muitas dificuldades de manter o equilíbrio. É tudo por época, sabe? Tem mês que vendemos mais um tipo de produto e no outro não. O bom é que boa parte da nossa alimentação tiramos das nossas plantações”, avalia José.

Em 2014, em uma tarde após o trabalho no campo, José descansava da colheita e como de costume, ligou o rádio para ouvir as notícias. Daquele momento em diante, a tarde não seria a mesma. Pela primeira vez, ele descobriu que existia um Instituto Federal  Pernambuco localizado na cidade de Vitória de Santo Antão e que as inscrições para o vestibular estavam abertas. A notícia transmitida pela Rádio Jornal causou um espanto imediato em José. Ele ficou surpreso ao saber da existência da instituição de ensino mais próxima de sua realidade. “Em outro momento eu também vi na cidade um menino com a farda do IFPE e aí me interessei de verdade por descobrir o que era e se eu poderia participar”, relembra.

Da esquerda para a direita. Mãe, pai, tia e José. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O futuro agrônomo destaca que o acesso à informação nas zonas rurais é muito difícil. “Pode parecer bobagem para muitos, mas a gente mora perto das faculdades e muitas vezes nem sabe que isso existe e é possível ter acesso. Eu acho que as antenas parabólicas têm um lado muito negativo nisso. A informação que chega muitas vezes não é do seu redor. São mais notícias de São Paulo e do Rio de Janeiro do que de Pernambuco. Por isso, o rádio ainda é tão presente aqui como meio de comunicação”, aponta.

Após descobrir sobre a prova de vestibular, José Marques também se surpreendeu ao saber que os filhos de agricultores das zonas rurais poderiam ingressar no instituto por uma cota rural. Atualmente, o IFPE adota como ação afirmativa, no percentual de 50% das vagas destinadas à ampla concorrência, a inclusão da reserva de oportunidades de 25% para estudantes de escola pública oriundos do campo que optarem por cursos de vocação agrícola oferecidos nos campi do IFPE de Afogados da Ingazeira, Barreiros, Belo Jardim e Vitória de Santo Antão.

Entenda como funciona a cota para moradores da Zona Rural no IFPE

Arte: João de Lima/LeiaJáImagens

Um ano de estudo se passou e em 2015 o resultado foi divulgado. O nome José Marques dos Santos estava no listão dos aprovados e a notícia foi motivo de muita felicidade não só para o novo estudante do IFPE, mas para toda a sua família, justamente por ser o primeiro a ingressar em um curso superior. “Eu acho que a criação desse modelo de cota era muito urgente. Quem é do campo sabe das dificuldades e também valoriza muito a educação. Posso dar o exemplo da minha turma, entraram 40 pessoas, cinco dessas eram cotistas, e atualmente só restam 16 alunos no total, mas os cinco filhos de agricultores ainda continuam lá”, frisa.

Na visão de José, entrar no curso superior em uma instituição pública é difícil para quem não teve tempo de se dedicar por uma vida, mas se manter lá é ainda mais difícil. “Se não fossem os projetos sociais do IFPE de auxílio em todos os sentidos, eu não conseguiria estar aqui hoje”, afirma. Após ingressar no curso de agronomia, ele precisava conquistar uma moradia no centro de estudos para passar a semana no dormitório, porque seria impossível ir e voltar para o sítio todos os dias.

Da casa dos pais de José até o IFPE de Vitória são cerca de 70 quilômetros que parecem se multiplicar pela falta de estrutura de grande parte do trajeto. A estrada de barro até chegar ao sítio da família é desgastante, esburacada e pouco iluminada. Ao sair da BR e entrar nela são cerca de 40 minutos de carro até o Sítio Maracujá. “A gente sente saudade, mas seria muito ruim meu filho fazer esse trajeto todo dia. É escuro, perigoso e tem muito assalto. Levam moto, celular e tudo”, lamenta a agricultora Maria das Dores.

“Eu tive que resolver muitas coisas. Primeiro, conseguir a moradia era muito importante e me foi garantido esse benefício. Também fui selecionado para ganhar o auxílio de assistência estudantil e recebo R$ 100 mensalmente”, complementa. José precisou conversar com a Prefeitura de Primavera porque não podia pedir demissão do concurso público já que a renda ajudava a família. Após um acordo, ele conseguiu uma oportunidade de se dividir entre os afazeres de vigilante e estudante de agronomia. Durante a semana, ele estuda e mora na instituição de ensino. Para conseguir trabalhar as 30 horas semanais, ele volta para Primavera nas sextas-feiras e fica até o domingo.

“No meu horário do trabalho, pego das oito da noite até às seis da manhã. Sexta, sábado e domingo atuo como vigilante. Assim, consigo trabalhar dez horas por dia e pagar o tempo necessário do trabalho. Como no fim de semana durmo na casa dos meus pais, também aproveito e os ajudo com a agricultura”, esclarece.

O agricultor foi o primeiro da família a ter acesso ao ensino superior. Ele passou em primeiro lugar, nas vagas reservadas a moradores de Zona Rural, no vestibular para cursar agronomia no IFPE de Vitória. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

É terça-feira, início de semana e dia tradicional de colheita das frutas, legumes, verduras e outros produtos orgânicos no Sítio Maracujá. A reportagem do LeiaJá foi convidada para almoçar e conhecer um pouco da rotina dos agricultores no dia de colheita da família de José. Na parte inicial do terreno, não há um portão. A entrada é livre das formalidades e a o cercado se restringe aos limites laterais da habitação. Alguns metros separam uma casa da outra, madrinha e tios também moram no sítio.

O local não é plano e fica localizado em uma serra, justamente no fim da estrada. O verde vivo, reflexo das plantações de chuchu, banana, goiaba e milho, aponta que choveu pela região.

Ainda na terça à noite, os veículos alugados pela comunidade chegam para transportar toda a colheita devidamente encaixotada com destino ao Centro de Abastecimento de Vitória Santo Antão (Ceavi). De madrugada, o pai de José começa a se organizar para vender os produtos em grandes quantidades na feira da cidade. “Em Vitória eu prefiro vender em grandes quantidades e ao preço barato. Mas, tudo depende da época. No São João, plantamos milho porque sai muito, em outros meses não vende quase nada”, menciona o agricultor. Na quarta-feira pela manhã é dia de feira e de movimentação em Vitória. À noite, o pai de José retorna à Zona Rural de Primavera.

Pai e filho separam as bananas que serão transportadas até o Centro de Abastecimento de Vitória Santo Antão (Ceavi). Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Cursando o quarto ano da graduação, o vigilante e futuro agrônomo se dedica com afinco aos estudos e tudo que aprende no ambiente acadêmico do IFPE também é revertido na plantação dos pais. Ele conta que optou por agronomia porque gostaria de seguir no ramo da agricultura só que com mais conhecimento especializado, apesar de respeitar a sabedoria popular sobre a terra e seus alimentos.

“A agricultura familiar não tem a assistência que deveria ter no brasil e a gente sente que ainda há muito para ser feito pelos agricultores. É preciso implementar técnicas para os trabalhadores do campo aprenderem a tratar o alimento da família e a fonte de renda. Muitas vezes, eles acabam utilizando agrotóxicos por indicação de pessoas aleatórias que não entendem o manejo dos produtos. Devido a essa falta de conhecimento, eles acabam cometendo erros de cálculo sem saber que isso pode prejudicar seu plantio e se for feito sem o equipamento de proteção adequado, pode trazer danos também ao agricultor, além do consumidor”, expõe José.

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"O ‘zé’ foi um presente que a gente do IFPE de Vitória recebeu"

O Campus Vitória possui área de 140 hectares e está localizado a cerca de dois quilômetros do centro comercial da cidade. Ao todo, são cerca de 1.200 estudantes, sendo 125 desses em regime de moradia. Os alunos são oriundos não só de Vitória de Santo Antão, como também de aproximadamente quarenta cidades da região e de outros estados brasileiros.

Pesquisador, agricultor, vigilante e agrônomo em formação. José é considerado pelos professores um aluno exemplar, não só pelas boas notas ou pela bela história de perseverança para conseguir entrar no ensino superior e melhorar a vida dele e dos pais. Mas também pelo que faz por tantos outros filhos de agricultores que nunca sonharam em conhecer uma instituição que oferece graduações de forma gratuita.

Além dos compromissos com as aulas práticas e teóricas, no turno da tarde no campus, José se dedica a participar de projetos de extensão. Um deles é o Programa Internacional Despertando Vocações para Ciências Agrárias (PDVAgro), que tem por objetivo desenvolver ações para auxiliar o despertar do interesse para os cursos das áreas de ciências agrárias, com foco principalmente nos moradores de zona rural, construindo uma relação na troca de saberes e fazeres entre a academia e a sociedade.

José se forma em 2019 e sua pretensão é passar em um concurso público ou montar um negócio para continuar ajudando os pais no sítio. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em entrevista ao LeiaJá, Francisca Miranda, técnica em assuntos educacionais e coordenadora do projeto 'Aproximação dos jovens do campo com as Ciências Agrárias protagonizadas por estudantes do campus de Vitória de Santo Antão', explicou que o PDVAgro foi efetivado no campus em 2016 e uma das principais justificativas se deu por uma série de mudanças no perfil dos alunos, desde a unificação dos institutos federais.

“Antes, nós tínhamos escolas agrotécnicas porque os cursos eram de base agrária e o nosso perfil de estudantes eram alunos da região, principalmente envolvidos com a agricultura. Com as mudanças e a criação do IFPE, a instituição ganhou mais visibilidade e passou a receber mais alunos de outras localidades, com ênfase nos grandes centros urbanos. Isso nos preocupou ao longo dos anos porque existia uma parcela da população que precisaria estar aqui dentro já que os cursos oferecidos, em sua maioria, possuem uma base agrária. Percebeu-se um distanciamento dos alunos do campo, em resumo”, destaca a pesquisadora Francisca Miranda.

Para suprir essa presença na educação técnica ou superior, um dos pilares do projeto é a visita guiada, atividade realizada por estudantes que participam do projeto de extensão. “A gente procura divulgar os cursos da instituição na Zona Rural para o jovem do campo, com o objetivo de que ele passe um dia visitando o IFPE, conhecendo a estrutura do local, as bolsas, as possibilidades de moradia e para que um dia ele seja o nosso alunos”, descreve Francisca.

Ela acrescenta que a visita é um ponto importante do projeto já que ela é realizada por estudantes que também são do campo, justamente para criar uma afinidade entre os lados. “Criamos líderes de cada município e o José, por exemplo, é o líder de Primavera e ele que faz o contato com os jovens da sua cidade, para que nessa relação, os que nunca sonharam em pisar em uma instituição federal, possam sonhar e ir além, tendo acesso ao ensino técnico e superior”, esclarece.

Um dos alunos que participa do projeto, José aponta a importância desse contato com os jovens do campo ser feito através de estudantes que também são da Zona Rural. “A gente tem uma fala mais parecida, diferente de algo mais metodológico. Criamos grupos de WhatsApp, falamos dos benefícios de estudar e damos os nossos depoimentos de como isso tem transformado a nossa perspectiva de futuro. É um diálogo mais leve e mais semelhante, de alguém do campo que venceu para alguém que também pode”, enaltece.

Reportagem integra a série “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, que conta história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos. A seguir, confira as demais matérias da série:

Além da técnica: a função social dos Institutos Federais

Sons da inclusão: grupo cria óculos 3D para cegos 

IFs: tecnologia assistiva a serviço da qualidade de vida

Dez anos dos IF’s: uma Coreia dentro do ensino brasileiro

Em operação conjunta, as polícias militar e federal de Pernambuco erradicaram 11 mil pés de maconha em Cabrobó e Salgueiro, ambas situadas no Sertão do Estado. Outros 15 quilos da erva pronta para consumo também foram apreendidos.

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Todos os pés de maconha foram incinerados, sendo uma amostra coletada e levada, juntamente com a já pronta para consumo, para a Delegacia da Polícia Federal de Salgueiro. Segundo informado pela PF, nenhum dos possíveis responsáveis foi localizado e por isso não houve prisão.

Um inquérito policial foi instaurado e caso o terreno possua algum proprietário ele poderá ser indiciado por tráfico de drogas, cujas penas podem chegar a 15 anos de reclusão, podendo a pessoa também perder a sua propriedade para a reforma agrária.

Até o dia 30 de outubro, a Unidade de Controle de Zoonoses de Caruaru, Agreste de Pernambuco, continua vacinando os cães e gatos no pós-campanha na Zona Rural do município. Para as pessoas que não puderam vacinar seus animais, na zona urbana do município, uma equipe está disponível para atender no estacionamento da Secretaria de Saúde (localizado por trás do prédio principal da Avenida Vera Cruz, 654 – São Francisco).

A raiva é uma doença viral e infecciosa, transmissível de animal para animal e de animal para o homem, por meio da saliva. A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura e lambedura de mucosas. A vacinação é gratuita e protege os animais contra a doença, que é fatal.

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Confira as localidades atendidas pela pós-campanha da vacinação antirrábica na zona rural:

18/10/2018 (quinta-feira) - Sítio Vasco / Azevém / Lagoinha de Pedra

19/10/18 (sexta-feira) - Brejo Velho / Lagoa do Paulista 

22/10/2018 (segunda-feira) - Gruta Funda / Barrinho / Lagoa do Algodão / Sítio Borba 

23/10/2018 (terça-feira) - Logradouro / Salinas / Sítio Araçá 

24/10/2018 (quarta-feira) Barbatão / Lagoa Salgada  

25/10/2018 (quinta-feira) - Sítio Guaribas

26/10/2018 (sexta-feira) - Sítio Fundão 

29/10/2018 (segunda-feira) - Taquara de São Pedro

30/10/2018 (terça-feira) - Rua da Lata

Um homem, identificado como Moisés Rodrigues, foi atacado por uma cobra sucuri de três metros enquanto pescava numa propriedade situada na Zona Rural de Juara, em Mato Grosso do Sul. Quando se preparava para amarrar o barco, Moisés acabou sendo surpreendido pelo animal. Para se livrar da cobra, ele puxou a sucuri e acabou tendo o rosto cortado.

Segundo informado por Moisés ao G1, durante o ataque da cobra ele ficou com os lábios e o nariz dentro da boca da cobra e precisou levar três pontos num lado do rosto. O site confirmou que homem deixou a sucuri numa região de mata no local.

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Três suspeitos em uma motocicleta invadiram uma escola no povoado Bom Gosto, zona rural do município de Altos, em Teresina, e fizeram um arrastão na unidade de ensino, levando alguns pertences do motorista do ônibus escolar, de um aluno e do vigia que foi rendido. A polícia foi acionada e encontrou professores e alunos trancados na escola pelos suspeitos. Esse fato aconteceu na tarde da última terça-feira (29).

Os agentes informaram para um Blog local que se deslocaram até o povoado Santa Teresa, para onde os envolvidos teriam fugido, e descobriram que no caminho os três suspeitos roubaram uma motocicleta Titan, cor preta. Ao perceberem a presença dos policiais, os homens tentaram continuar a fuga, mas acabaram caindo das motos e foram pegos. 

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Identificados, os envolvidos são Alisson Pereira Silva, de 23 anos, e Elton Jhow Carvalho da Silva, 18. Um adolescente de 16 anos também foi detido. Os suspeitos, as vítimas e os produtos do roubo foram encaminhados para a Central de Flagrantes da região, para a realização dos procedimentos legais.

Após se engasgar com um pedaço de carne enquanto almoçava com a família no município de Campo Grande do Piauí, na tarde dessa quarta-feira (18), um adolescente de 12 anos acabou morrendo a caminho do hospital. Adenilson da Silva Rodrigues era autista e morava na região de Chapada Nova, zona rural do Piauí.

Segundo informações do portal E Notícia, Adão de Antônio Timóteo e Lucineide, pais do garoto, chegaram a levá-lo para a Unidade Básica de Saúde (USB) do município, que fica cerca de 12 km de distância do local onde moram, mas ele não resistiu e já chegou na unidade sem vida. O corpo do menor está sendo velado nesta quinta-feira (19) na casa dos pais.

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Corpo de mulher é encontrado na Zona Rural de Santa Inês, sertão paraibano, nesta quinta-feira (21). De acordo com a Polícia Militar, a mulher já estava desaparecida há pelo menos três dias. O suspeito de cometer o crime é cunhado da vítima, que está desaparecido desde terça-feira (19). Segundo a PM,  o suspeito é fugitivo de uma penitenciária de Pernambuco. 

“Nós chegamos ao local onde o corpo estava e percebemos que faltavam os pés da vítima. Além disso, a região onde deveriam estar os pés estava com sinais de mordidas de animais e por isso acreditamos que parte do corpo foi comida, mas apenas a perícia poderá confirmar”, informou o cabo Júlio, policial militar da 2ª Companhia de Polícia Militar que fica no município de Conceição.

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O corpo foi recolhido pela equipe do Instituto de Polícia Científica em Patos (IPC) e deverá ser transferido para o IPC de Campina Grande, onde passará por perícia.

Na manhã desta quarta-feira (20) a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu um motorista de ônibus escolar suspeito de dirigir embriagado. O homem transportava 15 alunos, em um ônibus da prefeitura municipal de Campina Grande. A prefeitura emitiu uma nota comunicando que o condutor será demitido sumariamente. 

Segundo a PRF, foi feito o teste do bafômetro que constatou que ele tinha ingerido bebida alcoólica. O condutor foi encaminhado para a Central de Polícia Civil e deverá responder por crime de trânsito. 

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Com relação a prisão, a Secretaria de Educação de Campina Grande afirmou que já foi emitida a demissão sumária do motorista, que também irá responder "administrativamente pelos danos causados ao bem público e aos direitos das crianças e adolescentes do Sistema Municipal de Ensino", diz a nota.

A nota também ressalta que a prisão  "não condiz com o trabalho desempenhado por todos os motoristas do transporte escolar, que possuem capacitação específica para este tipo de atividade, e tem sua rotina profissional fiscalizada pela Gerência de Transportes da Pasta".

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