Covid: vacinação entre brancos e negros é desigual

Amarelos e indígenas têm as menores taxas entre os que receberam o imunizante

por Rafael Sales ter, 30/03/2021 - 15:55
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Segundo informações da Folha de S.Paulo, microdados compilados do Ministério da Saúde mostram que é desigual a vacinação contra a Covid-19 no país. O levantamento mostra que 38% das doses (3,9 milhões) foram aplicadas em pessoas brancas. O número é quase o dobro em relação a negros e padros, que receberam 21% da imunização (2,2 milhões). Amarelos representam 12% dos que tiveram acesso à vacina, 2% corresponde aos indígenas, e 27% não tiveram a cor da pele informada. Os números são do balanço feito em 22 de março.

De acordo com o Ministério da Saúde, até a segunda semana de março, o índice de profissionais que trabalham na área da saúde e que receberam o imunizante corresponde a 82,8%. Neste segmento, segundo o último levantamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) em 2010, apenas 15% dos médicos e 38% dos funcionários de enfermagem em geral são negros ou pardos.

A desigualdade entre brancos e negros também apresenta uma taxa desproporcional no número de idosos no país. Segundo o grupo de estudos sobre envelhecimento da Fiocruz, cerca de 60% das pessoas entre 80 e 99 anos são brancas. Assim como os profissionais da saúde, este foi um dos grupos considerados como prioridade no plano emergencial de vacinação.

A proporção irregular também é presente na taxa de mortalidade. De acordo com a ONG Instituto Polis, a cada 100 mil habitantes, 250 óbitos pelo coronavírus são de homens negros, enquanto 157 são de brancos. O número de mulheres negras também é desproporcional: a cada 100 mil habitantes, 140 mortes pertencem ao grupo de negras, e 85 são brancas. Os dados foram coletados no início da pandemia, entre o começo de março e final de julho de 2020.

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