Pessoas não vacinadas lutam contra o risco de contágio

Especialista dá dicas de como resguardar a saúde mental e manter o equilíbrio durante o home office

por Rafael Sales ter, 11/05/2021 - 19:24
Abhilash Jacob / Pixabay Abhilash Jacob / Pixabay

De acordo com os dados das Secretarias Estaduais de Saúde, cerca de 17% da população brasileira foi vacinada com a primeira dose e 8% receberam a segunda. O número é um reflexo do calendário de vacinação, que até o momento alcançou uma parcela de pessoas que compõem o grupo de risco: idosos a partir dos 60 anos, e profissionais da saúde em geral. Ainda não há previsão de vacina para pessoas fora do grupo de risco, aquelas que se encontram na faixa dos 20 e 30 anos.

O psicólogo Caio Guedes, 24 anos, está entre as pessoas que ainda não receberam a vacina e que percebem que a ansiedade e nervosismo predominam. "Está parecendo uma eterna espera acompanhada de uma preocupação de que, caso não tenhamos a vacina logo, maiores as chances de mutações mais perigosas", diz. Para combater este sentimento, Guedes explica que tenta se cobrar menos quanto ao futuro, pois o mundo está parado e o momento é de cautela.

O psicólogo Caio Guedes aguarda pela vacina | Foto: Arquivo Pessoal

Entre as possibilidades de se entreter a fim de cuidar da saúde mental, Guedes conta que mantém contato com os amigos, procura fazer terapia e incentiva pessoas fazer o tratamento também. "Felizmente minha profissão me permite trabalhar à distância, então só tenho saído para comprar mantimentos e em situações inevitáveis. Ainda assim, quando saio me sinto numa guerra, como se qualquer passo errado pudesse explodir algo, evitando tocar em tudo e manter boa distância de outras pessoas", relata.

De acordo com o psicólogo comportamental Roberto Debski, dentro de uma realidade onde o ritmo da vacinação é insuficiente e lento, é preciso se adaptar e agir de maneira a manter a saúde física e mental. "É preciso trabalhar para desenvolver e aprimorar a resiliência pessoal, o gerenciamento do estresse e das emoções, e manter a calma e os cuidados necessários para evitar o contágio, cuidando de nós e dos outros", recomenda.

A empreendedora Caroline Martins, 32 anos, tem seguido os protocolos de segurança contra o coronavírus e conta que pratica caminhadas regularmente, além de se manter mais reclusa possível. "Procuro manter minha cabeça ocupada ao máximo e fugir algumas vezes das notícias ruins, que ficam martelando na minha mente", comenta. Ela trabalha em modo remoto, fator que contribui neste momento de pandemia. "Tenho recusado reuniões presenciais, direcionando-as somente para o ambiente online", complementa.

A empreendedora Caroline Martins mantem o isolamento social | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o psicólogo Debski, existem recomendações para aqueles que estão em home office. "Deve-se cuidar para separar o trabalho de outras atividades diárias e seguir um planejamento diário, uma rotina em que exista além do horário de trabalho, com atividades de lazer e físicas, tempo para alimentação, descanso e convívio social", explica. De acordo com Debski, essa flexibilidade permite que se mantenha uma sensação e percepção de que a vida cotidiana não está sendo prejudicada.

Uma rotina saudável ajuda a passar por este período turbulento, uma vez que as atividades e o convívio já impactados não voltarão totalmente ao que eram. "Novas realidades e possibilidades se abriram a partir das necessidades que a pandemia nos trouxe, devemos entender esse fenômeno como uma herança da pandemia, um novo tempo, novos hábitos e rotinas. Resumindo, o mundo corporativo, e também o familiar e relacional não serão mais os mesmos daqui por diante", finaliza.

Calendário de vacinação SP

Nos próximos dias, já estão confirmados os grupos de pessoas que poderão receber a vacina contra a Codiv-19 no estado de São Paulo. Na última segunda-feira (10), começou a imunização de pessoas com Síndrome de Down, pacientes em terapia renal substitutiva e transplantados, de 18 a 59 anos. Nesta terça-feira (11), foi a vez dos metroviários, grávidas acima de 18 anos, e pessoas com deficiência permanente (BPC) de 55 a 59 anos. Já na quarta-feira (12), pessoas com comorbidades de 55 a 59 anos. Na sexta-feira (14), pessoas com BPC ou comorbidade de 50 a 54 anos. E no dia 18 de maio, motoristas e cobradores.

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