Nova Délhi flexibiliza medidas de confinamento
Nas últimas 24 horas, Nova Délhi registrou 1.100 novos casos de Covid-19, um número muito inferior aos quase 25.000 contágios diários detectados há seis semanas
As medidas de confinamento em vigor na capital da Índia, Nova Délhi, há seis meses serão flexibilizadas "muito lentamente" a partir de segunda-feira, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira (28), após uma redução do número de casos de covid-19 na região.
A partir de segunda-feira, o setor da construção civil e as fábricas poderão retomar as atividades, declarou o primeiro-ministro de Nova Délhi, Arvind Kjriwal, que explicou ter levado em consideração o "segmento mais pobre de nossa sociedade, os operários e os trabalhadores assalariados" no momento de adotar a medida.
"Não queremos chegar à situação em que as pessoas que sobrevivem ao coronavírus morram de fome", completou.
Nas últimas 24 horas, Nova Délhi registrou 1.100 novos casos de Covid-19, um número muito inferior aos quase 25.000 contágios diários detectados há seis semanas, quando o confinamento foi decretado.
"Começamos o processo de reabertura muito, muito lentamente. Vamos reavaliar após uma semana com base na opinião dos especialistas e da população", disse Arvind Kejriwal. "Vamos reabrir lentamente sempre e desde que os casos de covid-19 não voltem a aumentar".
"Não saiam, exceto se for absolutamente necessário. Temos que ser muito prudentes", recomendou o governante aos 20 milhões de habitantes de Nova Délhi.
Desde março, as grandes cidades da Índia foram afetadas por uma violenta onda de contágios de coronavírus, o que provocou o colapso do sistema de saúde do país, que em tempos normais já enfrenta muitas dificuldades. Muitos pacientes morreram, alguns deles nas portas dos hospitais, por falta de leitos, de oxigênio e de medicamentos.
O número de contágios a nível nacional caiu e nas últimas 24 horas foi de 186.000, depois do pico registrado no início de maio, quando eram notificados 400.000 novos casos diários.
Outras regiões da Índia, incluindo os estados financeiros e industriais de Maharashtra, Tamil Nadu e Karnataka, também estão contemplando autorizar o retorno de alguns setores da economia.
Os especialistas atribuem a propagação do coronavírus na Índia aos comícios políticos, às festividades religiosas e outros grandes eventos organizados no início do ano.
No momento, apenas 12,5% dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia receberam uma dose de vacina contra a covid-19, e apenas 3,4% receberam as duas.
A segunda onda da epidemia, especialmente letal, matou mais de 160.000 pessoas desde março, das 310.000 vítimas fatais que o coronavírus deixou na Índia desde o ano passado.