25% das mulheres no Brasil sofreram agressão na pandemia
Pesquisa divulgada hoje mostra que as vítimas mais frequentes são as mais jovens, negras e separadas
Cerca de 25% de brasileiras acima de 16 anos sofreram algum tipo de agressão no ano de 2020, durante a pandemia no novo coronavírus, seja ela física, psicológica ou sexual. Esta porcentagem corresponde a 17 milhões de mulheres em todo o território brasileiro. É o que revelam os resultados de uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, com base nos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgados nesta segunda (07).
Na pesquisa anterior, com base nos dados de 2019, cerca de 27% das mulheres sofreram agressão. Apesar da estabilidade na taxa e um pequeno recuo no percentual de casos, o fator que demonstrou volatilidade foi a violência doméstica. As agressões cometidas dentro de casa subiram de 42% para quase 49%. Já quando se trata de violência por pessoas de fora de casa, a taxa caiu de 29% para 19%.
O perfil das mulheres que são vítimas com mais frequência são as jovens de 16 a 24 anos de idade (35%), negras (28%) e separadas/divorciadas (35%). E apesar de também terem sofrido violência, o menor índice está presente em mulheres idosas de 60 anos ou mais (14%), brancas (23%) e casadas (17%).
Mesmo com a pandemia de Covid-19, que obriga o distanciamento social entre a população, ainda foram registrados casos de assédio sexual. Em 2019 eram 37,1% das mulheres que relataram casos como esse, e em 2020, foram 37,9%. Dentre todas as vítimas, 32% delas ouviram comentários desrespeitosos enquanto estavam na rua, 13% tiveram situações de assédio no local de trabalho, 8% sofreram no transporte público e cerca de 5% foram vítimas de agressão em festas e baladas.