Adolescente ateia fogo em mulher trans no Recife

O caso aconteceu no Cais de Santa Rita, área central da cidade. De acordo com a Polícia Civil, o menor foi encaminhado para a GPCA

sex, 25/06/2021 - 10:55
LeiaJáImagens Terminal do Cais de Santa Rita, na área central do Recife LeiaJáImagens

Na manhã desta quinta-feira (24) uma pessoa foi queimada viva no Cais de Santa Rita, bairro de Santo Antônio, localizado na área central do Recife. Embora a Polícia Civil (PCPE) tenha informado, por nota, que a vítima é do sexo masculino, a deputada estadual Robeyoncé Lima (PSOL-PE) usou seu Twitter para afirmar que trata-se de uma mulher transexual.

De acordo com a PCPE, a vítima foi socorrida para o Hospital da Restauração (HR), também no Centro da capital, com queimaduras por todo o corpo. O autor do crime, que está sendo classificado como “análogo a homicídio doloso”, ou seja, quando há intenção de matar, é menor de idade e foi conduzido para a GPCA (Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente). A corporação não informou quais seriam as motivações do atentado, mas assegurou estar investigando o caso.

Ao LeiaJá, a assessoria de imprensa do HR informou que “segundo informações colhidas” (sic) a vítima tem 40 anos e foi identificada como José Roberto Silva. A mulher trans teve 40% do seu corpo queimado, com lesões concentradas no tórax. O estado de saúde é considerado estável.

Sobre o caso, o prefeito do Recife João Campos (PSB) disse, em seu Twitter, que “o que aconteceu é intolerável, atinge a todos e todas nós, comprometidos com a causa dos direitos humanos e do enfrentamento à qualquer tipo de violência e preconceito”. Ele ainda garantiu que a Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) acompanhará o caso, e dará “a assistência necessária à mulher trans vítima de queimaduras”.

A assistente social e secretária executiva de Juventude, Jarda Araújo, que também é uma mulher trans, usou sua conta no instagram para comentar o caso e explicar as consequências da transfobia entre menores, a exemplo do atentado. Para ela, "crianças e adolescentes também estão movimentando a transfobia no Brasil, e isto é fruto de um processo estruturante que recai também sobre as nossas crianças”.

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