Papa recebe Blinken, secretário de Estado dos EUA

Esta foi a primeira reunião do sumo pontífice com um representante do gabinete de Joe Biden, o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos

seg, 28/06/2021 - 08:27
Andrew Harnik O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (c); o encarregado de Negócios da embaixada dos EUA para a Santa Sé, Patrick Connell (E); e o guia Alessandro Conforti (D) deixam a Capela Sistina, no Vaticano, em 28 jun. 2021 Andrew Harnik

O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (28), no Vaticano, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, com quem conversou por 40 minutos e relembrou sua viagem aos EUA em 2015.

"A audiência aconteceu em um clima cordial. Durou cerca de 40 minutos e foi uma oportunidade para que o papa recordasse a viagem que fez em 2015 e expressar seu carinho e atenção ao povo dos Estados Unidos da América", disse o porta-voz do papa, Matteo Bruni, à imprensa.

Esta foi a primeira reunião do sumo pontífice com um representante do gabinete de Joe Biden, o segundo presidente católico da história dos Estados Unidos. A expectativa é de uma nova era nas relações entre os EUA e o Vaticano, após os quatro anos de tensões com o então presidente Donald Trump.

Antes do encontro com o papa, Blinken visitou a Capela Sistina, acompanhado por um guia, e visitou parte do Palácio Apostólico.

Ao final da audiência com o papa, o chefe da diplomacia americana se reuniu com o número dois do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e com o arcebispo Paul Gallagher, encarregado das relações com outros Estados.

Embora o presidente Biden seja o segundo presidente católico depois de John F. Kennedy (1961-1963), a Igreja Católica americana, muito dividida, começou uma ofensiva para privar da comunhão os líderes políticos que apoiam o aborto - entre eles, o próprio Biden.

Em 18 de junho, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos votou por ampla maioria uma proposta nesse sentido, liderada pelos setores mais conservadores. A medida pode significar um duro golpe pessoal para Biden, que é um católico fervoroso e frequenta a missa regularmente.

A proposta também gerou um debate dentro da Igreja. A situação levou o papa Francisco a intervir, alertando, em uma carta enviada aos bispos, que o tema gera "discórdia em vez de unidade".

O assunto voltará a ser examinado na próxima conferência episcopal prevista para novembro.

O pontífice latino-americano, que apoia a luta contra a mudança climática e defende migrantes e refugiados, entre as prioridades de seu pontificado, teve fortes divergências com o governo Trump sobre a construção de um muro na fronteira com o México.

No ano passado, Francisco se negou a se reunir com o antecessor de Blinken, Mike Pompeo, pouco antes da eleição presidencial dos Estados Unidos.

Blinken começou no domingo uma visita de três dias à Itália e ao Vaticano, com uma agenda bastante carregada. O primeiro compromisso foi um almoço com o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, na Vila Madama, em Roma.

Entre as reuniões desta segunda-feira, está previsto um encontro da coalizão para a luta contra o grupo "extremista" Estado Islâmico (EI). Blinken também participará de um encontro sobre a atual situação na Síria. Na terça-feira (29), o secretário americano participa da reunião de chanceleres do G20 na cidade de Matera, no sul da Itália.

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