Consumo de narguilé traz prejuízos para a saúde
Especialista conta quais doenças podem estar associadas ao fumo, e quais consequências a longo prazo
Desde o início da pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020, a Prefeitura de São Paulo registrou a abertura de aproximadamente 1600 tabacarias na Região Metropolitana. A principal atração dos locais costumam ser os narguilés, uma espécie de cachimbo que pode ser usado individualmente ou compartilhado, para consumo de tabaco aromatizado. E assim como o cigarro, também traz prejuízos para a saúde.
De acordo com Fátima El Hajj, especialista na área da saúde, o principal componente inserido no narguilé que traz malefícios para a vida, é o tabaco, que possui seu sabor mascarado por aromas e essência de frutas e flores.
“É a principal substância que leva ao vício”, diz ela. “Uma coifa de narguilé equivale ao fumo de aproximadamente 100 cigarros”, completa a especialista.
Mesmo com as semelhanças em aspectos de vício e a composição de substâncias, como o tabaco, existem diferenças entre os objetos de fumo.
“Os narguilés tem mais sabores. A fumaça inalada é sentida pelo fumante de maneira mais branda, por ela passar antes pela água, diminuindo sua temperatura”, explica El Hajj.
Segundo a especialista, o uso contínuo do narguilé pode estar associado ao desenvolvimento ou piora de doenças como asma e tosses constantes. Já a longo prazo, é possível que o fumante tenha enfisema pulmonar, doença respiratória que leva à perda de elasticidade dos pulmões, causada pela exposição contínua de tabaco ou poluentes.
Fátima El Hajj afirma que as gerações expostas ao consumo verão as repercussões no futuro, assim como a geração que vivia nas décadas de 40 a 80, período onde havia a glamourização do uso de cigarro, e trouxe doenças pulmonares severas, além do câncer.
Para que o cenário seja diferente, a especialista recomenda “interromper o uso por completo, procurar fisioterapia pulmonar. Exercícios físicos e alimentação saudável sempre é indicada”.