Dia Mundial Humanitário celebra o trabalho voluntário

Médico conta como foi sua experiência ao participar de projetos humanitários para ajudar pessoas necessitadas

por Rafael Sales qui, 19/08/2021 - 17:48
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Nesta semana, comemora-se o Dia Mundial Humanitário. A data foi instituída em dezembro de 2008 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em uma homenagem a todas as pessoas e instituições que se dedicam a ações humanitárias. Dentre as organizações que mais se destacam em território brasileiro, está a MSF-Brasil (Médicos Sem Fronteiras), que tem por objetivo atuar em regiões que se encontram em estado de emergência, com pessoas sem assistência básica.

De acordo com Paulo Braga, coordenador de relacionamento com a imprensa do MSF-Brasil, os profissionais que trabalham na organização compartilham os mesmos objetivos e valores entre si. “Essas pessoas vão a esses locais empenhadas em oferecer atendimento médico de qualidade para quem mais precisa. Sem dúvida é um espírito de compromisso com comunidades inteiras onde podemos fazer a diferença”, admite Braga.

Diante de experiências voluntárias, existem frutos que um profissional pode colher ao participar, seja na vida profissional, como também no aspecto pessoal. “As experiências nos projetos são únicas e são uma oportunidade de contato com diferentes culturas, realidades e pessoas. Sem dúvida essas vivências acabam sendo muito intensas e ricas”. Braga completa dizendo que vários profissionais relatam que há um grande aprendizado a partir da troca de conhecimento entre os médicos, enfermeiros e outros profissionais locais.

A realidade de um voluntariado

Diego Dalcamini Cabral, 37 anos, médico anestesista, é uma das pessoas que já tiveram experiências em projetos voluntários. Ele conta que participar desta ação lhe trouxe novos ensinamentos. “Eu aprendi a ver pessoas como pessoas. Independente de ser brasileiro ou de outra nacionalidade. Independente de religião ou crença. Foi muito legal mesmo, porque eu realizei um sonho pessoal. Eu pude ser útil a várias pessoas, e vi um mundo diferente do meu”, relembra Cabral.

O especialista na área da saúde admite que a experiência de voluntário o fez crescer pessoalmente, já que aprendeu a valorizar privilégios que ele não sabia ser tão importante. “Ter uma geladeira, tomar banho quente, beber água potável e ter acesso à saúde. Existem bilhões de pessoas que não têm esses recursos em casa, que não têm o básico para viver, e não têm água com sabão para cuidar de uma ferida, por exemplo”, explica o médico.

A escassez dos recursos básicos foi nítida a partir do momento que Cabral viu pessoas perdendo o braço ouo a perna porque não havia água com sabão para lavar a ferida. “São seres humanos, iguais a nós, que têm vontades, sonhos e desejos. Hoje eu sou grato por ter essas pequenas coisas na vida”. Já no aspecto profissional, Cabral explica que pôde adquirir conhecimentos que até então não conhecia. “Eu aprendi a realizar anestesia de uma maneira muito mais simples, mas que também fosse eficiente e segura, com muito menos recursos do que eu estava acostumado”, assegura o profissional da saúde.

A importância de uma data

Para o profissional da MSF-Brasil, o Dia Mundial Humanitário é uma data importante para relembrar a relevância do trabalho de todos aqueles que atuam para ajudar as pessoas que mais precisam e serve como forma de agradecimento pelo engajamento dos profissionais e doadores que ajudam nos projetos ao redor do mundo. Vale lembrar que aqueles que desejam participar da organização, podem conferir mais informações por meio do link: https://www.msf.org.br/trabalhe-conosco-exterior

Já para o médico anestesista, a data é importante porque serve como fonte de inspiração para outras pessoas. “Eu fui inspirado para ir até a África e eu inspirei outras pessoas a irem também”. Braga completa dizendo que é necessário que essas informações cheguem até o grande público, porque faz as pessoas acreditarem que ainda existe esperança no mundo. “Celebrar esse dia é bom porque inspira outras pessoas, que às vezes querem fazer alguma coisa, mas não sabem como trilhar o caminho”, finaliza Cabral.

 

 

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