Argélia proíbe Marrocos em seu espaço aéreo
A medida pode agravar a tensão entre ambos os países, que mantêm péssimas relações
A Argélia anunciou o fechamento de seu espaço aéreo ao vizinho Marrocos, acusando-o de "provocações e práticas hostis", sem dar mais informações.
A medida pode agravar a tensão entre ambos os países, que mantêm péssimas relações.
Conforme comunicado, a presidência argelina decretou na quarta-feira (22) o fechamento "imediato" do espaço aéreo argelino "a todas as aeronaves civis e militares marroquinas e às aeronaves com matrícula marroquina".
Este anúncio surge depois que a Argélia decidiu, em 24 de agosto, romper suas relações com o Marrocos.
A decisão foi tomada durante uma reunião do Alto Conselho de Segurança, presidido pelo chefe de Estado, Abdelmadjid Tebboune, que também é ministro da Defesa.
Em 17 de março deste anos, a Argélia havia fechado suas fronteiras aéreas pela pandemia da covid-19. Foram reabertas em 1º de junho, parcialmente, para sete países. O Marrocos não estava nesta lista.
A decisão de Argel afetará, sobretudo, os aviões marroquinos que sobrevoam o território argelino para realizar suas rotas.
O Marrocos lamentou, por sua vez, a decisão da Argélia de romper relações, classificando-a de "completamente injustificada".
Tradicionalmente difíceis, estas relações bilaterais se deterioraram, sobretudo, devido à espinhosa questão do Saara Ocidental. Este vasto território desértico é quase 80% controlado pelo Marrocos.
Nesta ex-colônia espanhola, considerada "território não autônomo" pela ONU na ausência de uma solução definitiva, Marrocos e os separatistas da Frente Polisário se enfrentam há décadas. Estes últimos contam com o apoio da Argélia.
Além disso, a normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel - em troca do reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, da "soberania" marroquina no Saara Ocidental - alimentou ainda mais as tensões com a Argélia.