Educação financeira permite maior controle de gastos

De acordo com especialista, a capacidade de reduzir as despesas é essencial, principalmente em tempos de crise

qua, 13/10/2021 - 15:57

Saber administrar o que entra e o que sai do nosso bolso é fundamental. Entretanto, nem sempre é uma tarefa simples e sem essa habilidade podem surgir dificuldades no futuro. Para que isso não aconteça, a educação financeira é de extrema importância para o controle de finanças, auxiliando também no desenvolvimento de independência financeira e na hora da tomada de decisões.

O contador e professor de Graduação e Pós-Graduação da UNINASSAU Rogério Moura explica que a educação financeira é um dos principais métodos para quem deseja empreender e ter um equilíbrio nas contas. Ele defende que a disciplina seja adotada nas escolas públicas e particulares, nos ensinos fundamental e médio. “Agora que estão com uma visão mais avançada diante desse contexto para começar a aplicar essa disciplina dentro do cenário”, observa.

O professor afirma que muitas pessoas não são devidamente informadas sobre questões financeiras e faz uma diferença entre a matemática e a educação financeira. “Na matemática você aprende a fazer os devidos cálculos, e na educação financeira, além de você fazer os cálculos, você se educa diante dos seus gastos e os seus ganhos. Nesse cenário, há uma importância muito grande de nós conhecermos esse método, de podermos estar nos educando diante dessa disciplina”, ressalta.

Rogério Moura diz que, para quem adota esse método no cotidiano, os benefícios são de grande valia, sendo possível ter um retorno significativo e positivo a partir dessa escolha. “Você consegue ter um controle de tudo aquilo que você gasta e de tudo aquilo que você arrecada”, aponta.

De acordo com um panorama traçado por especialistas durante a abertura da Global Money Week 2021 – campanha anual de conscientização financeira realizada em março – a pandemia aumentou e escancarou as desigualdades sociais no mundo inteiro, chamando atenção para a importância da educação financeira de crianças e jovens.

Segundo Rogério Moura, muitas pessoas perderam os seus recursos e foram demitidas. Ele reitera que se faz necessária uma redução nos gastos, que hoje não podem ser exagerados, como um modo de prevenir que a situação se torne mais difícil futuramente por causa das dívidas.

Sendo assim, diz ele, a educação financeira deve partir desde o início, desde quando surge o controle dos gastos até se alcançar um resultado positivo. O professor reitera que possuir essa capacidade é fundamental em momentos de crise. “Todos têm que controlar os gastos”, complementa.

Elaine Cristina Rodrigues é autônoma e relata que tem o costume de anotar tudo o que compra em uma agenda para não perder o controle, e se planeja de acordo com a estimativa e lucro das vendas dela.

A partir disso, ela distribui as prioridades, como dízimo, luz, despesas domésticas, internet, cartões de crédito e outros. “Como utilizo o cartão para tudo, existem meses que são mais caros que os outros. Quando os valores são mais baixos, aí sim eu gasto com coisas aleatórias”, explica.

Elaine diz que a organização se tornou um hábito para ela desde que fez parte de uma caixinha entre amigos, da qual era responsável por gerenciar. Em relação aos benefícios, ela destaca que passou a ter mais seriedade e responsabilidade com as finanças. “Desde então, sou mais compromissada com meus gastos, pois gosto e priorizo saná-los antes do tempo”, acrescenta.

A vendedora, porém, lembra que já foi organizada em relação às finanças de maneira excessiva e que isso gerou consequências até mesmo para a saúde dela. “Eu me preocupava tanto com as contas que já cheguei a tomar remédios para dormir, acabei prejudicando minha saúde por um tempo. Hoje eu continuo organizada, só que de uma forma tranquila”, diz.

Elaine enfatiza que aqueles que desejam ter uma organização financeira precisam ter também compromisso e responsabilidade, e indica que o começo disso pode ser como o dela, tendo o controle de tudo em uma agenda. “Liste tudo aquilo que compra, todos os valores. Não cometa o erro de comprar além do valor que você recebe, isso acaba causando um transtorno financeiro, psicológico e moral”, reforça.

Por Isabella Cordeiro.

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