Caso Beatriz: 'Caminhe por Justiça' chega a Moreno

Caminhada liderada pela mãe da menina e apoiada por amigos e familiares deve chegar ao Recife nesta terça (28), com o intuito de cobrar ao Governo do Estado respostas para o caso, que segue sem solução

por Vitória Silva seg, 27/12/2021 - 15:14
Reprodução/Instagram/Caso Beatriz Pais de Beatriz Angélica lideram ação 'Caminhe Por Justiça' Reprodução/Instagram/Caso Beatriz

Familiares e amigos da menina Beatriz Angélica, morta aos sete anos em dezembro de 2015, chegaram na manhã desta segunda-feira (27) ao município de Moreno, no Grande Recife. A cidade é um dos últimos pontos do protesto "Caminhe Por Justiça", que tem como parada final a capital pernambucana. Lideradada por Lucinha Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz, a caminhada exige do Governo de Pernambuco agilidade nas investigações do caso, que seguem sem solução, além de respostas para perguntas que estão pendentes na apuração policial desde que o crime foi consumado.

A ação teve início no dia 5 de dezembro, em Petrolina, no Sertão do estado. No total, o grupo caminha por 23 dias cerca de 700 quilômetros, que serão concluídos nesta terça-feira (28), com a chegada ao Recife. A previsão é de que o Caminhe Por Justiça chegue às 10h na Avenida Abdias de Carvalho, e às 11h, siga para concentração na Praça do Derby. De lá, o público concentrado seguirá ao Palácio do Campo das Princesas, no Centro, onde fica a sede do Governo Estadual.

O caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina atendia à uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Um homem é apontado como possível assassino da menina, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que um grupo de cinco pessoas esteja envolvido no crime. O local exato da morte da criança também não foi descoberto. A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

Os familiares solicitaram ao Ministério Público Federal a federalização do caso e pede, por mais um ano, a ajuda do Governo de Pernambuco para a concretização do pedido.

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